O episódio ocorreu no último sábado, no CT Joaquim Grava. Irritado com a postura do diretor Sérgio Janikian, o superintendente Andrés Sanchez deu bronca diante de aproximadamente dez pessoas. "Você precisa fazer alguma coisa por aqui", reclamou Andrés, com rispidez. 

Se já enfrentava resistência na semana passada, Janikian foi um dos principais prejudicados pela polêmica que envolveu Emerson Sheik desde segunda-feira. Depois de o Corinthians emitir nota oficial com negativas sobre os atrasos de Sheik, o diretor de futebol disse o contrário na Argentina, onde o clube enfrentaria o San Lorenzo-ARG.

A repercussão negativa do fato, sobretudo por versões completamente distintas, fez Janikian ser cobrado internamente ao assumir o que todos tinham negado.

Empresário sem experiências anteriores com o futebol, ele foi escolhido pelo presidente Roberto de Andrade para o cargo e mostrou pouca habilidade para contornar a crise interna. "É um peixe fora d'água", declarou um colega de direção. Algo que, de fato, ele demonstrou em dois episódios curiosos.

Em jogo recente do Corinthians, Janikian se perdeu no Itaquerão e acabou barrado ao tentar ingressar na área VIP. Dias antes, ao assumir o cargo e ser apresentado aos jogadores, ele se emocionou diante do volante Ralf.

Procurado pela reportagem para comentar as informações sobre o caso Sheik, Sérgio Janikian disse que não gostaria mais de comentar. O que pesa a favor do diretor, porém, é o fato de boa parte do elenco e comissão técnica saberem que, de fato, Emerson teve atrasos. O meia Elias, na Argentina, chegou a dizer em entrevista que ninguém merece privilégios.

Enquanto o fisioterapeuta Bruno Mazziotti e o preparador físico Fábio Mahseredjian, internamente, têm descontentamentos pelos atrasos de Sheik, o treinador Tite saiu em defesa pública do atacante na última quarta-feira e prometeu tomar providências. 

Foto: UOL