Já não resta nenhuma dúvida - os próprio colorados hão de concordar com isso - de que o Internacional vem sendo há várias rodadas o maior destaque negativo dos clubes de ponta desse Brasileirão.
Depois de haver alcançado apenas 1 ponto em 18 disputados, o colorado gaúcho resolveu trocar de treinador, acreditando que a simples troca poderia resolver o baixo rendimento da equipe, como num passe de mágica.
Mas a direção colorada não teve coragem de experimentar algo novo no comando técnico do Inter, que pudesse pelo menos suscitar a expectativa de uma nova revelação no futebol gaúcho, tal como aconteceu com Tite e Mano Menezes, quando saíram de equipes do interior e se projetaram no Grêmio.
Mesmo sem um passado de vitórias significativas, nas duas vezes em que havia treinado o Inter, Falcão recebeu nova chance por parte da direção colorada, como se o Internacional estivesse disputando um certame inexpressivo, podendo se dar ao luxo de uma repescagem do ídolo que não havia correspondido antes.
Como não era difícil prever, depois que Falcão assumiu como técnico do Inter, lá se vão cinco pontos em seis disputados pelo ralo da ineficiência técnica de uma equipe desorientada, que há mais de um mês não consegue literalmente ganhar de ninguém.
Nem o empate em 1 a 1 que o Inter conseguiu em Campinas, diante da Ponte Preta, pode ser creditado como algo positivo na conta do time de Falcão, pois quem assistiu à partida certamente nunca tinha visto um árbitro errar tanto contra os donos da casa como o que apitou aquele jogo.
E não estou falando de erros comuns, sem maiores consequências, como esses que acontecem em função de equívocos relativos a faltas, escanteios, laterais, etc.
Refiro-me a lances vivos de gol que, se tivessem sido apitados, representariam para a Macaca 1 gol legal, naquela bola que ultrapassou a linha do gol e a arbitragem não viu, e duas penalidades ignoradas pelo juiz, referentes a um toque de mão e uma falta de zagueiro na área colorada.
Pior é que na próxima rodada o Inter enfrenta o Corinthians, ávido por recuperação após empatar em sua Arena com o Figueirense, e uma eventual derrota em casa para o alvinegro paulista certamente não será tolerada pela torcida que poderá até pedir a cabeça do técnico Falcão, mesmo considerando o fato de ser a terceira partida do treinador no comando do esquadrão colorado.
Para complicar ainda mais a situação, é possível imaginar que até mesmo uma vitória do Inter diante do visitante paulista pode gerar uma pontinha de frustração entre torcedores do Internacional, em função da velha rivalidade Gre-Nal.
É fácil entender por quê. Se na próxima rodada o Inter vencer o Corinthians, o Grêmio ganhar do América MG e o Palmeiras perder para o Botafogo, o tricolor gaúcho estará assumindo a liderança do certame, 1 ponto à frente do atual líder e 3 à frente do vice-lider do certame, tendo contado para isso com a ajuda do arquirrival.
Falando agora sobre a vitória do Grêmio diante do São Paulo pelo escore mínimo, que ficou barato para o time visitante dada a superoridade gremista ao longo de toda a partida, vejo-me na obrigação de dizer que o futebol revelado pelo tricolor paulista naquele confronto foi digno de pena.
Parecia que o Grêmio enfrentava, em sua Arena, o São Paulo de Rio Grande (sem querer menosprezar o time do interior) e não o multicampeão tricolor do Morumbi, que há bem pouco tempo possuía em suas hostes o plantel mais caro e categorizado do país.
É verdade que o clube paulista veio a Porto Alegre para esse jogo, trazendo na bagagem alguns desfalques e uma série de rumores sobre a possível volta de seu técnico Edgardo Bauza à direção técnica da seleção argentina.
Mesmo assim, a fragilidade do futebol revelado pelo São Paulo nesse confronto com com o Grêmio foi gritante, permitindo afirmar que, se não melhorar seu padrão de jogo de forma substancial, o tricolor paulista poderá enfrentar muita dor de cabeça nos seus jogos futuros pelo Brasileirão.
Outro papo:
Depois do "fica não fica" no elenco corintiano, Pato decide voltar à Europa para atuar pelo Villarreal, da Espanha. Não se trata de um clube de ponta do futebol mundial, mas está à altura do jogador que está contratando, porque Alexandre Pato nunca foi, na verdade, um craque de primeira grandeza do futebol brasileiro.
Mesmo tendo integrado o elenco colorado campão do Mundial da FIFA, Pato não figura entre os heróis daquela conquista, que aliás o Internacional deve ao desacreditado Adriano Gabiru, autor do gol do título.
Na sua passagem anterior pelo futebol europeu e nas repetidas chances que teve na seleção, esse atleta nunca despontou como fenômeno da bola, a exemplo de Ronaldo, Ronaldinho e do próprio Neymar, que hora está em alta na equipe milionária do Barcelona.
De volta ao Brasil, não deixou saudade nos clube pelos quais passou, razão pela qual o Corinthians, a meu ver, não perdeu nada com a saída de Pato; apenas se livrou de um jogador caro que não corresponde ao nome que tem, tampouco à média salarial daquilo que lhe tem sido pago, sem o correspondente retorno dentro das quatro linhas.