Galiotte fez lobby com a Conmebol para que pena a Felipe Melo fosse revista

Galiotte fez lobby com a Conmebol para que pena a Felipe Melo fosse revista

Danilo Lavieri
Do UOL, em São Paulo

O Palmeiras comemorou bastante o que considera uma vitória maiúscula nos tribunais da Conmebol. O clube recebeu, na última sexta-feira (16), a notícia da redução da suspensão de Felipe Melo na Libertadores, de seis para três jogos. O volante, agora, está livre para atuar na partida de volta das oitavas de final, em agosto, contra o Barcelona-EQU.

O trabalho foi desenvolvido durante os últimos dias com a apresentação de um material multimídia por parte do departamento jurídico, além da pressão constante do presidente Maurício Galiotte na entidade que comanda o futebol sul-americano.

Uma evidência da vitória para os palmeirenses é que a Conmebol decidiu reduzir a suspensão de Felipe Melo antes mesmo da sessão extraordinária que está marcada para o dia 23. Na ocasião, o jurídico apresentaria sua defesa para diminuir a pena ao jogador, mas agora irá à sede da entidade, em Assunção, apenas com o objetivo de reduzir a punição imposta ao clube, que não poderá ter torcida visitante pelos próximos três jogos.

Na defesa enviada, o Palmeiras elaborou vídeos mostrando que Felipe Melo foi acuado e que em nenhum momento provocou os adversários ao levantar o braço para os céus. O ato é uma tradição do atleta para comemorar vitórias. Além disso, o pacote ainda continha uma carta escrita à mão pelo jogador.

A estratégia ainda teve atuação em todo o continente para que os veículos de imprensa dos países dos julgadores publicassem matérias mostrando que Felipe Melo e os demais palmeirenses foram vítimas e agiram apenas em própria defesa.

"Nós tínhamos certeza que a decisão do Tribunal não iria permanecer, porque a decisão era absurda. Fizemos um trabalho multimídia com todos os julgadores e conseguimos ficar bem próximo do ideal. O melhor era que o jogador fosse absolvido, mas três jogos de suspensão é algo razoável", afirmou André Sica, advogado palmeirense que liderou os trabalhos.

"Tanto eles perceberam que o julgamento inicial estava errado que aceitaram nosso recurso antes mesmo da sessão extraordinária", completou.

Junto ao material, Maurício Galiotte atuou de forma incansável no lobby com os dirigentes da Conmebol. Em encontro no mês passado na CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o presidente palmeirense deixou claro para o mandatário da entidade sul-americana, Alejandro Dominguez, que estava insatisfeito com as decisões.

O cartola alviverde cobrou que a decisão fosse revista e citou que a o episódio jogaria muito contra a tentativa da Conmebol de criar uma nova imagem, baseada em novos princípios como a equidade e transparência.

Maurício também pressionou o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, que é representante do Comitê Executivo da Conmebol. O trabalho do cartola deu certo.

Alejandro Domínguez deixou claro que o Tribunal era um órgão independente, mas que não concordava com as punições. Durante o sorteio da Libertadores na última quarta-feira, inclusive, reforçou que era contra o que foi estipulado. 

O clima de confiança gerado pela nova decisão da Conmebol é tão grande que o Palmeiras tem certeza que não precisará cumprir os três jogos de suspensão para a sua torcida visitante. A expectativa é mostrar que, mais uma vez, os palmeirenses apenas se defenderam da agressão no Uruguai e que eles estão aptos para ir ao Equador acompanhar a partida de ida no dia 5 de junho.

Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

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