Daniel Alves foi um dos nomes que estiveram na Copa do Mundo e ficaram fora da primeira lista de convocados do técnico Dunga para a nova fase da seleção brasileira. Ciente de que está em má fase, o jogador afirma que não ficou incomodado com a ausência e disse que é normal que achem um culpado pelo vexame diante da Alemanha no Mundial.

"Não me incomoda porque depois da Copa, vou insistir: sempre procuram um culpado. Coloco-me na linha de frente. Às vezes é bom, às vezes é ruim. Não pode competir contra toda a imprensa, ela é muito poderosa. Tenho que defender os meus, é assim que sou. Minha personalidade me diz que preciso ser assim", disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

Daniel Alves, que perdeu espaço ao longo do torneio e acabou na reserva, também elogiou o desempenho da Alemanha na partida que eliminou o Brasil da competição e acredita que os alemães deixaram um grande legado de como atuar em equipe.

"Encontramos uma equipe muito preparada, que nos deixou um grande legado de como competir em equipe, como chegar a uma competição como essa. São seis anos trabalhando juntos. Nós não tivemos tanto tempo, tivemos um ano e quatro meses. No final tomamos sete com a possibilidade de tomar 10. O futebol é assim. Você pode aprender e fazer melhor adiante ou permanecer do mesmo jeito", analisou.

O lateral direito também falou sobre a expectativa sobre Neymar após uma temporada de adaptação na Europa. Mesmo elogiando o primeiro ano do brasileiro no Barcelona, Dani Alves destaca que o atacante está pronto para mostrar sua verdadeira qualidade.

"Ele necessitou de um tempo para evoluir. Penso que agora vamos ver suas verdadeiras qualidades, ver o jogador que o Barcelona contratou. Ele jogou bem ano passado, mas este ano ele estará melhor. Estou seguro que cada vez ele se entende melhor com Messi e com os outros jogadores", completou.

Má fase e falta de respeito no Barça

Sem se esconder de nenhum tema, Daniel Alves falou abertamente sobre as críticas recebidas por parte da torcida e ignorou os rumores de transferência que marcaram suas férias.

"É evidente que jogamos dois anos ruins. Eu também. Nos momentos bons e ruins, temos que ser uma equipe. Quando uma equipe não está bem, sobra para todo mundo. Assumo minha parcela de culpa", disse.

"Quanto mais baixa as expectativas a meu respeito, mais força eu tenho. Diante das dificuldades eu tenho muita personalidade. Sei que um dia vou deixar o Barcelona, outros grandes deixaram o clube. Sei que minha hora vai chegar, mas gostaria de sair daqui com a imagem de um grande profissional. Se saísse daqui agora não teria essa sensação. Parecia que a culpa de tudo no clube era minha. Assumo minha parcela por não estar dentro das expectativas nos últimos dois anos", completou.

Mesmo em má fase, o lateral acredita que deveria ser mais respeitado por tudo o que já conquistou a serviço do clube catalão.

"Nunca me vi fora do Barcelona. São quase 300 partidas, 16 títulos. O dia em que não quiser estar aqui eu vou falar. Me senti sem respaldo um pouco por parte do clube, por parte da torcida. Sou responsável por tudo isso. Acostumei as pessoas a um nível e quando eu não jogo bem eles me cobraram. Não me sentir respaldado de tudo o que estava saindo", afirmou.

Foto: UOL