Foram dois tempos completamente diferentes

Foram dois tempos completamente diferentes

Do UOL, em Belo Horizonte

Com um gol de Willian, aos 13 min do primeiro tempo, o Cruzeiro venceu o Santos, por 1 a 0, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, iniciando com vantagem o confronto válido pela semifinal da Copa do Brasil.

Foram dois tempos completamente diferentes. No primeiro, a equipe celeste foi bastante superior e desperdiçou chances de ampliar o marcador. Já na etapa final, o clube santista melhorou e poderia ter empatado.

Com o triunfo, por vantagem mínima, o Cruzeiro jogará pelo empate na partida da volta ou mesmo derrota por um gol de diferença caso faça um gol (2 a 1, 3 a 2, etc), em 5 de novembro (quarta-feira), na Vila Belmiro.

O Santos precisa ganhar por dois ou mais gols de diferença para avançar à decisão. Se vencer por 1 a 0, levará a decisão para os pênaltis.

Por conseguir a vantagem nos minutos iniciais da primeira etapa, a torcida cruzeirense criou a expectativa de um trinfo com maior diferença de gols, o que daria tranquilidade extra ao time na partida decisiva. Não foi possível, já que o Santos, na etapa final, equilibrou as ações. O Cruzeiro ainda reclama de um gol, que considera mal anulado, marcado por Ricardo Goulart.

As fases do jogo: O primeiro tempo começou com domínio absoluto do Cruzeiro, que encurralou o Santos em seu campo defensivo. Mesmo com alguns erros de passe e a marcação forte do adversário sobre Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, a equipe celeste conseguia algumas jogadas em velocidade, que levavam perigo à defesa santista. Aos 13 min, Willian chutou duas vezes para superar Aranha e abrir o placar, aproveitando falha do zagueiro David Braz. O gol não mudou o panorama da partida, em que o Santos mal conseguia ultrapassar a linha divisória do meio de campo.

A equipe visitante não conseguia fazer a bola chegar aos seus três atacantes. Lucas Lima, principal articulador da equipe santista, não participava do jogo. Apesar de dominar a partida e ter intensa movimentação no ataque, o Cruzeiro criava chances, mas não viabilizava as finalizações. Por duas vezes, Willian ficou livre pela esquerda e cruzou a bola, que passou na área adversária, sem nenhum atleta cruzeirense para completar. A partir dos 30 min, o Santos conseguiu 'entrar' no jogo, conteve o ímpeto celeste e começou a rondar a área adversária, mas não levou perigo a Fábio, que não trabalhou nessa etapa.

Os dois times voltaram sem modificações para o segundo tempo, que começou com o Santos ensaiando um posicionamento mais ofensivo, Mas, logo no primeiro contra-ataque, aos 7 min, o Cruzeiro colocou a bola nas redes de novo, mas a arbitragem anulou o lance. Júlio Baptista chutou Aranha defendeu parcialmente e Ricardo Goulart fez o gol invalidado. Pela repetição do lance, na televisão, a posição de Baptista era legal.

O Cruzeiro não conseguiu repetir na etapa final a boa atuação da fase anterior. Já o Santos esteve bem melhor, jogando em igualdades de condições e ameaçando o gol defendido por Fábio. Em um desses lances, aos 10 min, Robinho desperdiçou ótima oportunidade, após boa jogada de Lucas Lima com Rildo. Os dois treinadores modificaram suas equipes. Marcelo Oliveira tentou reassumir o controle do jogo e Enderson Moreira buscou deixar a equipe mais eficiente no momento de finalizar. Mas o jogo acabou mesmo com o triunfo celeste, por 1 a 0.

O melhor: Willian – Fez o gol da vitória do Cruzeiro e jogou mais 51 minutos na base do sacrifício, por causa de uma pancada no tórax. Mesmo contundido, ele criou outras boas chances e foi importante taticamente para a equipe celeste.

O pior: Gabriel– Artilheiro do Santos na temporada e na Copa do Brasil, com 19 e cinco gols, respectivamente, Gabriel não esteve bem no Mineirão. Teve atuação apagada e foi substituído aos 20 min do segundo tempo por Serginho.

A chave do jogo: Pressão cruzeirense inicial – Como fez na maioria dos jogos disputados como mandante nesta temporada, o Cruzeiro começou o jogo com grande intensidade, pressionando o Santos e abriu o placar aos 13 min, o que o tranquilizou em campo. O time paulista, ao contrário, teve grande dificuldade para "equilibrar o domínio de bola", como previa o técnico Enderson Moreira e só conseguiu isso no segundo tempo. Mesmo atuando com três atacantes, enfrentou muitas dificuldades ofensivas na primeira etapa. Na segunda etapa, o Santos melhorou, equilibrou o jogo, mas não o suficiente para tirar a vitória mineira.

Toque dos técnicos: Em sua entrevista, pouco antes do início do jogo, Marcelo Oliveira disse que Lucas Silva e Robinho são jogadores que "não podem pensar muito". Bastou a bola rolar, para ver que a marcação celeste sobre os dois santistas era firme e tinha o objetivo de 'tirá-los' da partida, meta alcançada em boa parte do duelo. Já o Santos, de Enderson Moreira, tinha a pretensão de "propor o jogo" com a posse de bola e marcando forte. Não teve êxito em sua estratégia no começo da partida, quando o Cruzeiro encaminhou o triunfo que o deixou em vantagem após a primeira batalha da semifinal. No segundo tempo, até os 30 min, o Santos conseguiu ameaçar o triunfo celeste, mas pecou nas finalizações.

Para lembrar:

Marcelo Moreno no banco. Julio Baptista volta. Marcelo Moreno, que sentiu dores musculares na coxa esquerda na terça-feira, ficou no banco para entrar em caso de necessidade, sendo substituído por Júlio Baptista. O camisa 10 voltou à equipe, após 42 dias em tratamento de uma lesão sofrida em jogo contra o Atlético-PR, pelo Brasileiro. Mas, aos 27 min do segundo tempo, o treinador celeste entendeu que houve necessidade e Marcelo Moreno entrou na vaga de Júlio Baptista.

Presença ilustre no Mineirão. O DJ e produtor francês Bob Sinclar, atração internacional, aproveitou a realização de um show de house music, em Belo Horizonte, no Provocateur Club, na Cidade Jardim, para ver o jogo Cruzeiro e Santos. Vestindo camisa do clube celeste, o artista estava em um dos camarotes do Gigante da Pampulha.

Torcedor detido com bombas. Um torcedor do Cruzeiro foi detido quando tentava entrar no Mineirão com quatro bombas escondidas nos tênis. Ele foi pego na revista, por seguranças contratados pela Minas Arena, e encaminhado para a delegacia de polícia existente no Estádio.

Willian com pancada no tórax. Autor do gol celeste, aos 13 min do primeiro tempo, Willian teve de ser atendido pelo departamento médico do seu time na sequência, por causa de um forte trauma na região do tórax. Na base do sacrifício, ele permaneceu em campo no primeiro tempo. No intervalo, não deu conta de dar entrevistas, limitando-se a dizer "está doendo muito". Voltou para a etapa final, mas sob observação médica, e, aos 19 min, cedeu lugar a Dagoberto. Deixou o campo sob aplausos intensos dos torcedores.

Robinho foi substituído. Apontado como um dos jogadores que mais preocupava o Cruzeiro, Robinho teve atuação discreta, desperdiçou grande chance de gol e foi substituído por Leandro Damião.

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