Titular do time vice-campeão da Copa São Paulo de juniores de 2014, Pedro Henrique foi um dos cinco promovidos ao elenco profissional

Titular do time vice-campeão da Copa São Paulo de juniores de 2014, Pedro Henrique foi um dos cinco promovidos ao elenco profissional

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

Em outros momentos na história do clube, jogadores oriundos das categorias de base podem ter sido sinônimo de otimismo ou badalação. Hoje, a ideia do Corinthians sobre os atletas formados no Parque São Jorge é bem diferente. Um exemplo disso é o zagueiro Pedro Henrique, promovido no início de 2014. Ele negocia renovação de contrato e aumento de salário, mas todo o processo tem sido cercado de tanta calma quanto a entrada do defensor na equipe.

"Nós estamos avaliando com calma. É um jogador que subiu para o profissional há um tempo, mas que ainda está em fase de transição. É um atleta que vem crescendo, e nós temos bastante esperança nele", disse Edu Gaspar, gerente-executivo de futebol do Corinthians, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Titular do time vice-campeão da Copa São Paulo de juniores de 2014, Pedro Henrique foi um dos cinco promovidos ao elenco profissional – os outros foram o lateral esquerdo Guilherme Arana, o volante Fabiano, o meia Zé Paulo e o atacante Malcom. O zagueiro ainda não entrou em campo na equipe principal.

O crescimento de Pedro Henrique entre os profissionais tem sido gradual. Depois das saídas de Wanderson (que não chegou sequer a entrar em campo) e de Cleber (que era titular e foi negociado com o Hamburgo), o defensor egresso da base passou a ser a quarta opção do técnico Mano Menezes. Como Gil foi convocado para os amistosos da seleção brasileira contra Colômbia (05/09) e Equador (09/09), ele passou a ser a primeira opção à dupla formada por Felipe e Anderson Martins.

"Não podemos acelerar o processo dos atletas ou o tempo de contrato. Não podemos acelerar uma série de coisas. Estamos trabalhando há algum tempo, mas é lógico que eles precisam de um tempo de maturação para entender o dia a dia e evoluir no processo profissional", ponderou Edu.

No início de 2014, o Corinthians contratou o ex-lateral Alessandro para funcionar como elo entre as categorias de base e a equipe profissional. A promessa da diretoria naquela época era facilitar essa transição. Até aqui, porém, nenhuma das promessas recentes conseguiu emplacar.

Hoje, o único jogador da base que tem presença constante entre os titulares do Corinthians é o lateral direito Fagner. Ainda assim, ele teve de deixar o clube e passar por Vitória, PSV Eindhoven, Wolfsburg e Vasco (duas vezes) antes de se firmar na equipe em que foi revelado.

Em agosto, reportagem do UOL Esporte mostrou o quanto a diretoria do Corinthians bate cabeça sobre o uso das categorias de base. Um exemplo disso é o aproveitamento de jogadores que não estão nos planos da comissão técnica do profissional: Alessandro defende que eles desçam para outras categorias, e Marcelo Rospide, superintendente-técnico da base, acha que esse processo não acrescenta muito aos atletas.

O caso de Pedro Henrique é emblemático. Segundo Rospide, o coordenador das seleções brasileiras de base, Alexandre Gallo, ligou para perguntar sobre o zagueiro quando elaborava lista de jogadores sub-20 para o Torneio de Cotif, na Espanha. "Se ele estivesse jogando poderia ter sido convocado", relatou o superintendente.

Até agora, a maior prova de que o Corinthians conta com Pedro Henrique é que nenhum zagueiro foi contratado depois da saída de Cleber. A diretoria chegou a sondar o mercado, mas desistiu momentaneamente.

"Estamos observando. Não um futuro zagueiro, mas se há necessidade. São conversas internas sobre o número de jogadores que temos para a posição e que tipo de atleta. Aí vamos para análises técnicas: preciso de um cara pronto ou posso subir um menino da base, por exemplo", finalizou Edu.

FOTO: UOL

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