O clube pretendia negociar o espaço na sua camisa por R$ 2 milhões, mas não conseguiu convencer nenhuma empresa a fazê-lo

O clube pretendia negociar o espaço na sua camisa por R$ 2 milhões, mas não conseguiu convencer nenhuma empresa a fazê-lo

Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo

Projeto de anos atrás, o Corinthians finalmente pôde ter uma pré-temporada lucrativa. Com a viagem para os Estados Unidos e o amistoso contra o Corinthian-Casuals, o clube alvinegro fecha a preparação com um sucesso de marketing, com projeção de lucro de cerca de R$ 1 milhão.

A receita virá da venda de patrocínios pontuais, da receita de bilheteria do amistoso do último domingo e verbas de placas de publicidade e direitos de televisão, além de um percentual do lucro da Florida Cup, realizada em Orlando. O valor, é verdade, é menor do que o Corinthians queria, mas a balança ainda assim é positiva.

"Nós queríamos um patrocinador para a pré-temporada. Queríamos buscar uma empresa que tenha interesse em investir no clube, mas que não que consegue investir em toda uma temporada. Só que o fato de ser uma experiência nova e o momento do mercado, que não é muito bom, não ajudaram", explica Alexandre Ferreira, gerente de marketing do Corinthians.

O clube pretendia negociar o espaço na sua camisa por R$ 2 milhões, mas não conseguiu convencer nenhuma empresa a fazê-lo. Espera que no próximo ano, por conta da visibilidade atingida pela pré-temporada, consiga atingir seu objetivo. Ainda assim, negociou um parceiro para o seu canal de YouTube e movimentou a imprensa com as suas andanças.

A ida para a Flórida foi lucrativa. Desde o início das negociações, o Corinthians estabeleceu que não poderia gastar com a empreitada. Por isso, fez um acordo com o Fort Lauderdale Strickers, que tem Ronaldo como sócio, e garantiu o custeamento de passagens e hospedagens.

Como o torneio, que ainda contou com Fluminense, Colônia e Bayer Leverkusen, foi transmitido para mais de cem países, o Corinthians ainda lucrou com direitos de TV na passagem pelos EUA. Fora isso, conseguiu o que todo executivo de marketing trata como beabá do setor: internacionalizou a marca com Guerrero sendo estrela da parada da Disney e o time batendo o Leverkusen no jogo final.

Na volta, era hora do Corinthians olhar para o passado. O amistoso contra o Corinthian Casuals parecia despretensioso, já que o clube amador inglês não conseguiria sequer custear sua vinda para São Paulo e não oferecia nenhum espetáculo para o confronto, dada a diferença técnica entre os times. Só que a torcida abraçou os europeus, que aproveitaram a passagem ao máximo, visivelmente empolgados com o calor humano que receberam.

O elenco do Casuals foi festejado no aeroporto, na visita a Barueri para um jogo da Copinha, em um ensaio na quadra da Gaviões da Fiel e no treino aberto que fizeram no Itaquerão, um dia antes do amistoso. Segundo o Corinthians, 3 mil pessoas foram até o estádio em uma sexta à tarde, com 1 kg de alimento não-perecível, para ver o time que inspirou a criação do clube do Parque São Jorge ao excursionar pelo Brasil em 1910.

O interesse pelo clube fez com que empresas topassem um anúncio de oportunidade no uniforme dos dois Corinthians. O jogo, transmitido ao vivo, foi palco de uma grande festa, com 25 mil torcedores gerando uma renda de mais de R$ 900 mil. Parte dessa verba pagará todos os custos da viagem do Casuals, que ainda volta para a Inglaterra com o mérito de ter despertado um sentimento diferente no torcedor alvinegro comum.

"É importante fazer isso até para mostrar a nossa história para as novas gerações, que de repente não conheciam eles [Casuals] e agora conhecem", finaliza Alexandre Ferreira.

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