Do topo do mundo ao sonho da casa própria...confira os principais acontecimentos do primeiro quinquênio do novo centenário

Do topo do mundo ao sonho da casa própria...confira os principais acontecimentos do primeiro quinquênio do novo centenário

1° de setembro de 2010. Mais de cem mil pessoas ocupam o Vale do Anhangabaú para comemorar o centenário do Corinthians. Na ocasião, o clube ocupava a segunda colocação na classificação do Campeonato Brasileiro, sonhando em quebrar a "maldição dos centenário". O técnico Adilson Batista comandava a equipe após Mano Menezes ter sido chamado para comandar a seleção brasileira, recém-eliminada da Copa do Mundo.

O novo treinador alvinegro, porém, não resistiu à pressão e foi demitido após 17 jogos à frente do time. O escolhido para conduzir a equipe na decisiva reta final seria Tite, que para muitos, havia sido demitido injustamente cinco anos antes. No entanto, mesmo com um retrospecto de cinco vitórias e três empates sob comando do novo treinador, a equipe viu o sonho do título escapar pelas mãos nas últimas rodadas, terminando a competição em terceiro lugar, o que significava apenas a conquista de uma vaga na chamada pré-Libertadores.

Foto: UOL

 

2011

A euforia de 2010, não tardou a contrastar com algo que há anos não se via no Parque São Jorge: a já folclórica crise corintiana. Quase uma instituição dentro do clube.

Foto: UOL

Eliminado ainda na fase preliminar da Copa Libertadores, o Corinthians se viu em meio à uma pressão enorme dos torcedores, que acabou por resultar na aposentadoria de Ronaldo e na saída de outros jogadores importantes, como Roberto Carlos e Jucilei. Balançando, Tite resistiu no cargo após vencer o clássico contra o Palmeiras. E a partir daí o inesperado aconteceu.

Foto: UOL

A reformulação forçada e a chegada de Liedson deram certo, fazendo com que o desacreditado elenco de Tite conquistasse um surpreendente vice-campeonato paulista. No Brasileirão, uma impressionante arrancada de nove vitórias nos dez primeiros jogos do campeonato deixaram claro que o Timão brigaria novamente pelo título. Desta vez, porém, não apenas brigaria. Diante do rival Palmeiras, no dia 5 de dezembro, uma imagem ficou para a história.

Poucas horas antes do jogo, a fiel recebia a notícia de que Sócrates, o Doutor, não havia resistido à uma infecção generalizada e não estava mais entre os "loucos do bando".

Capitaneados pelo lateral Alessandro, os titulares corintianos se perfilaram por volta do círculo central do Pacaembu e cerraram os punhos ao alto, repetindo o célebre gesto imortalizado pelo eterno camisa 8. Poucas horas depois, após um jogo tenso e sem gols, o Corinthians confirmava a conquista de seu quinto título brasileiro.

Foto: Placar

 

Título(s):

Campeonato Brasileiro

 

2012

Falar do ano de 2012 sem se lembrar do Corinthians é das tarefas mais complicadas. Provavelmente até para quem não torce para o Alvinegro.

Apesar de uma ótima campanha no Campeonato Paulista, o time foi eliminado pela Ponte Preta nas quartas de final do Campeonato Paulista, com apenas duas derrotas em 20 jogos na competição. O revés colocou uma pulga atrás da orelha de Tite, que optou por trocar de goleiro após falhas decisivas do então titular Júlio César. Cássio, contratado sem custos no início do ano, foi o escolhido pelo "Águia de Haia dos Pampas".

A épica vitória sobre o Vasco nas quartas, seguida do triunfo contra o rival Santos, de Neymar, o Corinthians chegava pela primeira à final da Libertadores, sua maior obsessão.

O adversário? Ninguém menos que o temido Boca Juniors. Na Bombonera, todos esperavam um jogo equilibrado, que de fato aconteceu. O Boca abriu o placar já no fim do segundo tempo, com Roncaglia. O resultado negativo dificultaria a vida do Corinthians em São Paulo. E foi aí que a estrela do recém-chegado Romarinho brilhou. Poucos minutos após entrar em campo, o atacante recebeu um belo passe de Emerson Sheik e com uma frieza de veterano, caprichosamente "cavou" para o gol.

Foto: UOL

Se o mundo não "acabou", como alguns previram, no dia 12 de dezembro de 2012, ele ao menos parou no dia 4 de julho daquele ano.

Foto: UOL

Às 22h58, Sheik abriu o placar. 19 minutos depois, a confirmação veio novamente nos pés do iluminado atacante. O Corinthians era, pela primeira vez, o dono da América.

Um Campeonato Brasileiro apenas regular marcou o restante do segundo semestre corintiano, utilizado como uma espécie de preparação para o aguardado Mundial de Clubes da Fifa, que o Corinthians disputaria fora do Brasil pela primeira vez.

Na estreia da competição, sofreu para vencer o destemido Al-Ahli, do Egito. O um a zero “chorado” fez com que boa parte da torcida imediatamente lembrasse do “baile” sofrido pelo Santos um ano antes, contra o Barcelona.

Desta vez, no entanto, isso não aconteceu. Após boas defesas do goleiro Cássio ainda na primeira etapa, o Corinthians não tardou a equilibrar o jogo, que se manteve indefinido pelos 45 minutos iniciais. Aos 23 minutos do segundo tempo, o momento que muitos consideravam improvável, aconteceu. O chute prensado de Danilo, caprichosamente encontrou pelo caminho o peruano Paolo Guerrero, contratado após a conquista da Libertadores. O relógio alvinegro parou como há cinco meses antes. Gol. Os quase trinta mil fiéis explodem em Yokohama, enquanto 30 milhões vão à loucura pelos mais diversas cantos do planeta. O Corinthians conquistava o mundo pela segunda vez.

Foto: UOL

Título(s):

Copa Libertadores da América

Mundial de Clubes da Fifa


Foto: UOL 

2013

Reforçado por Gil, Renato Augusto e Alexandre Pato, o Corinthians sonhava em fugir da famosa ressaca pós-título. Após alcançar o topo, nada parecia frear a alegria do torcedor corintiano. No entanto, a morte do menino Kevin Espada, na estreia do time na Libertadores, desmoronou o ambiente alvinegro e entrou para a história como um dos mais tristes episódios nos mais de cem anos do clube.

Dentro de campo, um time pragmático, porém, eficiente, conquistou o Campeonato Paulista após uma eliminação extremamente controversa nas oitavas de final da Libertadores, contra o Boca Juniors. O ano ainda reservaria outro título para o Timão, o da Recopa Sul-Americana. Frente ao São Paulo, os comandados de Tite levantaram o caneco sem maiores dificuldades.

Foto: Band

O restante da temporada foi um pesadelo para o Timão, que se viu eliminado da Copa do Brasil após o badalado atacante Alexandre Pato perder "bizonhamente" um pênalti contra o Grêmio, nas quartas de final. Além disso, um segundo turno muito ruim no Campeeoanto Brasileiro resultou na não renovação do contrato do técnico Tite.

Título(s):

Campeonato Paulista

Recopa Sul-Americana

 

2014

O ano da aguardada Copa do Mundo no Brasil enfim havia chegado, e consigo, trouxe a ainda mais esperada casa própria corintiana. Antes da inauguração do estádio, porém, o clube disputou o Paulistão sob comando do antigo e outrora unânime, Mano Menezes. 

Foto: UOL

A campanha alvinegra na competição foi muito abaixo das expectativas. Mesmo com a tarefa de reformular a desgastada equipe campeã mundial pouco mais de um ano antes, poucos imaginavam que o clube não se classificaria nem entre os oito melhores times do campeonato. Ainda durante a fraca campanha, Alexandre Pato foi envolvido em uma negociação com o São Paulio, que dividiu opiniões. No lugar do "galático" veio Jadson, jogador que também passava por má fase.

No Brasileirão, um primeiro turno apenas regular ajudou a aumentar a desconfiança de boa parte da torcida contra o treinador. Por isso, a Copa do Brasil era vista como a válvula de escape ideal para salvar o ano. Uma vitória por 2 a 0 contra o Atlético-MG, nas quartas de final, ajudou a reforçar o ímpeto alvinegro. No entanto, mesmo após abrir o placar no jogo de volta e poder tomar três gols, os comandados de Mano Menezes conseguiram o que parecia impossível. 4 a 1 para o Galo.

A volta de Tite começava a ganhar força nos bastidores do clube, mesmo após um segundo turno impecável da equipe no Brasileirão e a garantia de uma vaga na pré-Libertadores de 2015. 

 

2015

A volta de Tite se confirmou após uma longa negociação. Novamente o técnico teria o desafio da agora temida pré-Libertadores. Como forma de evitar uma nova surpresa, o clube se isolou no sul da Florida para fazer a pré-temporada. Uma estreia ruim em um amistoso contra o Colônia (Alemanha) foi rapidamente esquecida após uma boa vitória contra o Bayer Leverkusen, também da Alemanha.

A ansiedade que tomava conta dos jogadores corintianos foi rapidamente dissolvida. Os 4 a 0 e uma exibição impecável contra o Once Caldas, praticamente garantiam a equipe na fase de grupos da principal competição continental sul-americana.

As partidas seguintes serviram para consolidar o início arrasador do time comandado pelo "reciclado" Tite. Por algumas vezes o Corinthians chegou a ser comparado aos melhores time europeus. Tanta empolgação começou a ser freada na semifinal do Campeonato Paulista quando, nos pênaltis, a equipe foi eliminada pelo rival Palmeiras, em casa, ainda que sem perder nenhum jogo durante o torneio.

Pouco depois veio a maior decepção, eliminação da Libertadores frente ao pouco expressivo Guarani, do Paraguai. Em 30 dias, outras três derrotas, duas em clássicos faziam com que o trabalho de Tite passasse a ser questionado pela primeira vez nesta terceira passagem do treinador pelo clube. Ainda neste período, Guerrero e Sheik saíram rumo ao Flamengo, um golpe duro para a Fiel. A crise financeira do Timão ainda fez com que Fábio Santos e Petros fossem negociados. Poucos acreditavam que a equipe pudesse reagir. Mas foi justamente isso que aconteceu.

Desde a última derrota no Brasileirão, no dia 13 de junho, foram 13 jogos e dez vitórias pela competição. Nem as duas derrotas, novamente para o Peixe, na Copa do Brasil e a consequente eliminação foram suficientes para frear a empolgação do torcedor alvinegro. É neste clima que se encerrou o primeiro quinquênio do segundo centenário corintiano.

Para saber mais detalhes sobre a história do "Todo Poderoso Timão", acesse a seção "Que Fim Levou" do Portal Terceiro Tempo, o maior portal de memória esportiva do mundo. 

 

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