Nas Olimpíadas o Brasil também não começou bem. Foto: UOL

Nas Olimpíadas o Brasil também não começou bem. Foto: UOL

Todos os brasileiros que encontro por aí diziam que não estavam tão animados para a Copa do Mundo deste ano, ainda mais se comparado com as expectativas criadas para a Copa que foi no Brasil. Ainda assim, ninguém pode negar que Tite mudou os rumos e devolveu a esperança aos brasileiros, ao menos no futebol, de que dessa vez pode ser diferente. O 7x1 estava superado.

A Copa começou e não tinha uma pessoa desligada. Seja pela festa, pela reunião de amigos, seja principalmente pela alegria e capacidade que o futebol tem de unir toda uma nação em busca do sonho, em busca do hexa. Mas ninguém acertou o bolão dos primeiros jogos. O futebol moderno pede hoje intensidade, marcação mais alta e por zonas, volantes modernos, goleiros que jogam com os pés, meias que entrem na área e jogadores com capacidade técnica de aplicar em campo a tática do treinador. Já ficou claro que talento individual não resolve mais todos os jogos (deixamos para lá o que fez o Cristiano Ronaldo no primeiro jogo de Portugal contra a Espanha).

E o início dessa Copa reflete isso: equipes bem treinadas, que sabem jogar atrás, mas sabem sair com a bola nos pés e resultados surpreendentes: Islândia, Portugal, México e a Suíça, claro.  Não teve jogo fácil e o primeiro jogo do Brasil na Rússia não podia ter sido diferente.

O time suíço mandou nos primeiros 10 minutos de jogo. Jogava com a marcação adiantada e criou uma chance, logo início. Depois, o Brasil começou a usar sua melhor jogada: Marcelo pela esquerda, ao lado de Coutinho e Neymar. A bola no chão trabalhada, com infiltrações e tabela é a cara do Tite e a cara da nossa seleção. Desse lado saiu o golaço característico do jogador do Barcelona, abre para o meio, e chuta! 

Mas o Brasil tirou o pé. Seria conformidade ou estratégia? Deu campo para a Suíça e queria sair rápido no contra-ataque. Não conseguiu aproveitar. Com a marcação segura, Alisson não levou perigo algum, exceto o gol irregular, na minha visão. Falando nisso, acho que os técnicos deveriam ter direito a um “desafio”, como no vôlei, para cada um acionar uma vez o árbitro de vídeo. A regra assim está melhor, mas ainda confusa. Parece que você precisa continuar ganhando no grito para o juiz utilizar a plataforma.

E foi esse gol que desestabilizou o time brasileiro. Neymar ainda fora de forma, voltando de lesão, não conseguiu sair da marcação firme do adversário. Sofria muitas faltas. Marcelo, válvula de escape do time, errou muitos passes. O lado direito ainda não lembra os tempos de Daniel Alves. Falta confiança a Danilo. E Paulinho não apoiou tanto quanto costuma fazer.

A opção era mudar a equipe, mas as mudanças não surtiram efeito. Destaco apenas Firmino, que entrou bem e pode conquistar a vaga de titular em breve no lugar do jovem Gabriel Jesus. Renato Augusto, que não treinou nenhum dia com a equipe, ainda está longe daquele jogador que foi campeão olímpico.

Falando nisso, nas Olimpíadas, o Brasil também jogou mal no início. Até Luan entrar para não sair mais da equipe. Será que tem vaga para o Douglas Costa nesse time? No meu ele teria entrado ontem. Será que vêm mudanças por aí?

Não está nada perdido e todo mundo ainda confia na seleção. Começar com a “derrota” que foi o empate na estreia pode ser apenas uma motivação para a seleção que precisava lembrar que Copa é Copa. Que volte com mais atenção, calma e eficiência no próximo jogo. Vale para o nosso camisa 10 também, que desfilou cabelo novo, mas manteve algumas firulas desnecessárias já criticadas no passado.

Amandda Souza (@amanddiux) é jornalista formada pela Universidade Católica de Brasília. Pós-graduada em gestão de comunicação nas organizações pelo Centro Universitário de Brasília. Trabalha com política na capital da república desde 2009, mas é amante do futebol. Comentarista esportivo há sete anos.

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