O futebol brasileiro vive de polêmicas, acusações levianas e pressão para cima da arbitragem. É sempre assim. As reclamações vêm de todos os lados para minar a confiança do juiz, buscando levar vantagem em cima dos erros do profissional durante a partida.
Foi o que aconteceu após o primeiro duelo decisivo da Copa do Brasil, entre Santos e Palmeiras, na Vila Belmiro. O Peixe venceu por 1 a 0 e o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, colocou a boca no trombone em cima da arbitragem. A tática do dirigente alviverde, que é considerado um cartola moderno, é pra lá de manjada no mundo da bola.
Nobre “batia” forte no árbitro já projetando o jogo desta quarta-feira, na casa alviverde. A ordem era cobrar os erros do árbitro na busca de minar o próximo trio, que apitará o duelo derradeiro. Algo leviano, irresponsável, mas com a cara do futebol brasileiro. Aqui é vencer e não importa de qual maneira.
O Santos, ciente da pressão palmeirense, passou também a abrir fogo contra a arbitragem, afinal era preciso equilibrar as cobranças para se defender de um possível erro do árbitro no próximo duelo. Virou uma espécie de queda de braço entre dirigentes e jogadores, tudo para ver quem terá uma vantagem maior na segunda decisiva. Uma vergonha.
Certa vez, quando comandava o Corinthians, Mano Menezes confidenciou a este blogueiro que o jogador de futebol, quando reclama de uma falta, ele já está de olho no próximo lance, por isso a cobrança forte em cima do árbitro. Essa é a tática que impera no futebol brasileiro.
A CBF anuncia logo mais o nome do árbitro da grande decisão. Heber Roberto Lopes, Anderson Daronco e Ricardo Marques Ribeiro são alguns dos juízes que estarão no sorteio para apitar a grande decisão. No entanto, uma coisa é certa: seja qual for o árbitro, a pressão e a leviandade do mundo do futebol jogarão contra o profissional. Tudo será feito para que ele erre durante os 90 minutos. Todos, sem exceção, jogam contra o espetáculo.
A atitudes de dirigentes e jogadores são de enorme irresponsabilidade, sobretudo pelo fato delas fomentarem a revolta da torcida. É fato que diante de qualquer marcação do juiz, por mais banal que ela seja, os torcedores se revoltarão, pois eles estão certos de que o homem de preto está ali para prejudicar o seu clube. Isso é péssimo para o esporte e para o espetáculo. E expõe de forma desumana o árbitro de futebol.
Esse é o quadro da arbitragem na decisão da Copa do Brasil. Essa é a realidade do futebol brasileiro, que precisa de um banho de honestidade e responsabilidade.
Twitter: @salgueirofc
Foto: UOL
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