Alguns fatores fazem do Brasil um dos grandes favoritos à conquista do título mundial.

Alguns fatores fazem do Brasil um dos grandes favoritos à conquista do título mundial.

Dois anos atrás, sob o comando de Mano Menezes, era impossível ver o Brasil como favorito ao título da Copa do Mundo. Hoje, restando dezesseis dias para a bola rolar na Arena Corinthians, e iniciando essa que talvez seja a mais importante preparação para uma Copa do Mundo da história da CBF, é impossível não ver a seleção, hoje comandada por Felipão, como uma das grandes favoritas à conquista.

Ao lado de Alemanha e Espanha, hoje o Brasil está entre os principais favoritos ao título, e embora tenha uma tabela muito complicada a partir das oitavas de final, podendo enfrentar 4 campeões do Mundo até chegar ao título, o time liderado por Neymar assume um favoritismo sim, e alguns fatores explicam essa posição:

Jogar em casa: embora a relação povo e Copa não seja das melhores, o Brasil joga em casa, e ter a torcida a seu favor, no futebol, faz diferença sim. Se a torcida brasileira tiver a mesma postura que teve durante a Copa das Confederações, em especial na final contra a Espanha, o Brasil terá uma força enorme vindo das arquibancadas.

Time já montado e sem dúvidas: ao contrário de algumas seleções candidatas ao título, o Brasil está pronto. Poucas coisas (talvez nenhuma) devem mudar na equipe titular de Felipão. Todos os principais jogadores se apresentam inteiros. Não há grandes dúvidas, não há interrogações como há, por exemplo, na Argentina, em que ninguém sabe ao certo em que condições Messi se apresenta; na Espanha, em que ainda não se sabe nem mesmo quais serão os atacantes que embarcarão para o Brasil; na Alemanha, em que Schweinsteiger ainda é uma dúvida. No Brasil, não. Pelo menos a espinha dorsal da equipe chega inteira para o início de atividades.

Clima e deslocamento: embora o Brasil tenha que se deslocar bastante para seus jogos, e grande parte de seus jogadores estejam habituados ao clima europeu, é evidente que os brasileiros devem sentir menos o desgaste provocado pelas temperaturas enfrentadas durante os jogos. Além disso, o Brasil não precisará encarar os extremos que um país continental como o nosso oferece, como jogar no inverno de Curitiba, ou na sauna a céu aberto de Manaus. A Alemanha, por exemplo, jogará sua primeira na Bahia, Ceará e Brasília, regiões muito quentes e secas nessa época do ano. Já nas oitavas de final, caso fique em primeiro lugar em seu grupo, os alemães terão que jogar na fria e distante Porto Alegre.

Camisa pesada: é óbvio que falar de peso de camisa é algo muito subjetivo, muito abstrato. Mas você, amigo leitor apaixonado por futebol, deve saber que em alguns momentos esse é um fator que deve sim ser considerado. E peso de camisa, ah, isso o Brasil tem de sobra. A camisa verde e amarela utilizada por um bom time gera muito respeito, em alguns casos chega a ser medo, nos adversários. A história e a tradição podem, sim, ser diferenciais em algumas situações.

O time é bom: acima de qualquer outro fato citado acima, o time do Brasil é bom! Óbvio que é um time com defeitos, mas é um time forte, e com potencial para crescer. A equipe de Felipão procura marcar muito, em alguns momentos até exagera nas faltas, e usa isso como estratégia para frustrar o adversário. É um time que usa bem os contra-ataques, mas que, ao contrário da seleção montada por Dunga na última Copa, não se limita a jogar apenas nos contra-ataques. O time atual cria, mesmo quando não tem espaço para contra-atacar o adversário. Além disso, a equipe brasileira tem Fred que fez um primeiro semestre muito bom no Fluminense; têm Thiago Silva e David Luiz, zagueiros cobiçados pelo Mundo todo; o Brasil olha para o banco e vê um Willian que chega de uma temporada muito boa no Chelsea; e claro, tem Neymar, e ele já provou muito com a camisa verde e amarela;

O Brasil tem clima, tem torcida, tem ambientação e tem time. Não há como fugir do favoritismo. Mas é sempre bom lembrar: favoritismo não garante título a ninguém. O caminho é muito difícil. A partir das oitavas de final o time da CBF pode pegar, por exemplo, Espanha, Itália, Alemanha e Argentina. O nível técnico é muito bom, e pra levantar a taça FIFA no dia 13 de julho no Maracanã, o Brasil vai ter que fazer valer todo o peso de sua camisa.

 

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FOTO: UOL

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