A qualidade da atuação, porém, chama mais atenção do que a vaga em si

A qualidade da atuação, porém, chama mais atenção do que a vaga em si

Lionel Messi só não fez gol. Em uma noite inspirada, o argentino reviveu seus melhores momentos diante do Manchester City, no jogo de volta das oitavas da Liga dos Campeões. Deu dribles plásticos, fez filas, chutou com perigo, atormentou zagueiros e deu passes preciosos, um deles decisivo. Com gol do croata Rakitic após assistência do camisa 10, o Barcelona venceu por 1 a 0 e se classificou para as quartas do torneio de clubes mais importante do planeta.

A qualidade da atuação, porém, chama mais atenção do que a vaga em si. Melhorando o que já havia feito no jogo de ida, quando bateu o City na Inglaterra por 2 a 1, o Barcelona se movimentou, criou e encantou como poucas vezes se viu nos anos pós-Guardiola. Se faltou algo, foi pé na forma. Com mais esmero nas finalizações, o time azul-grená poderia facilmente ter entregado uma goleada para a sua torcida, que agora espera o sorteio das quartas da Liga na próxima sexta para saber quem enfrentará na fase seguinte.

Seja quem for, porém, terá páreo duro. O Barcelona do duelo contra o City mostrou um Messi especialmente ligado, bem apoiado pelos seus coadjuvantes de peso. Nesta quarta, especificamente, Neymar e Suárez foram ofuscados por Rakitic, que marcou o gol decisivo e ditou o ritmo do jogo.

O City, vítima do Barça pelo segundo ano seguido, adiciona mais um capítulo à sua coleção de fracassos continentais. Desde que recebeu a injeção de milhões de libras de seus novos donos, o não passou às quartas da Liga nenhuma vez sequer. Desta vez, ainda sai com o gosto amargo de ter desperdiçado um pênalti decisivo com Aguero, que daria sobrevida à equipe.

Fases do jogo:
O Barcelona começou o jogo de forma alucinante. Daniel Alves roubava bolas, Rakitic e Iniesta dominavam o meio-campo e Neymar e Messi colocavam pressão na defesa do City. Em menos de dez minutos de jogo, o brasileiro já tinha mandado uma bola na trave e o argentino tinha chegado perto do gol em um passe cortado na última hora pelos rivais.

O amplo domínio virou gol aos 30 minutos do primeiro tempo, quando Messi encontrou Rakitic na diagonal, entrando livre na área. O croata dominou no peito e tocou por cima do goleiro Hart, fazendo 1 a 0 para os catalães.

O placar só não aumentou pela falta de precisão do Barça. Neymar perderia mais um gol, Alba, Suárez e o próprio Messi outros e o City conseguiu no máximo assustar a torcida quando Ter Stegen saiu mal do gol. Ainda que tenham assumido o controle da partida, Touré e companhia não estiveram frente a frente com o goleiro, parando na defesa bem postada dos catalães.

Hart, diga-se, foi decisivo. Além da má pontaria do Barcelona, pesou para o placar enxuto o belo jogo do goleiro do City, que parou vários ataques cara a cara do time catalão. Neymar, por exemplo, terminou o jogo com pelo menos quatro falhas diante do inglês. Azar dele que Aguero tenha desperdiçado a maior chance de reação da equipe.

Aos 31 minutos, o argentino foi derrubado por Pique e conseguiu um pênalti. Se fizesse, o City poderia brigar por mais um golzinho que levaria a equipe à prorrogação. Na cobrança, porém, ele bateu mal e parou em Ter Stegen, que frustrou assim a última esperança do time visitante.

Melhor: Messi. O argentino jogou como nos melhores tempos. Se movimentou por todo o ataque, driblou com categoria, enlouqueceu os zagueiros e deu passes precisos, entre eles o do gol de Rakitic, que abriu caminho para a nova vitória do Barcelona sobre o City.

Pior: Violência do City. O time inglês foi espectador do jogo, especialmente no primeiro tempo. Sem a bola e levando um baile, abusou das pancadas. Messi e Neymar foram as maiores vítimas. No pior lance, Nasri deu um pontapé sem bola no brasileiro na frente do juiz e só vu o amarelo.

Chave do jogo: Linha de passe para Messi. A jogada se repetiu em pelo menos três oportunidades: o argentino domina na direita, corta para o meio e vê alguém passar na diagonal, por trás do lateral direito do City, entrando na área. Rakitic fez o gol assim e Neymar e Alba desperdiçaram as chances que tiveram. A falta de ajuda a Sagna na marcação matou as chances dos ingleses.

Outros destaques:
Guardiola: Hoje técnico do Bayern de Munique, o ex-treinador e ídolo do Barcelona estava na arquibancada do Camp Nou para acompanhar sua antiga equipe. Constantemente flagrado pelas câmeras de TV, ele aplaudiu o gol dos catalães e se surpreendeu com um dos rolinhos aplicados por Lionel Messi.

Aviso: Uma das melhores atuações do ano ocorre dias antes do Superclássico contra o Real Madrid, que chega ao confronto decisivo do Espanhol pressionado depois de quase ser eliminado pelo Schalke 04. A atuação de Messi e companhia pode servir como uma espécie de alerta aos merengues.

Tchau, Liga: Com a queda do City, a Inglaterra vê todos os seus representantes darem adeus mais cedo à principal competição de clubes do planeta. Antes do time de Manchester, Chelsea, Arsenal e Liverpool já tinham caído para PSG, Monaco e na fase de grupos, respectivamente. Retrospecto bem ruim para aquele que é considerado o campeonato nacional mais disputado da Europa. 

Foto: UOL

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