O técnico garante que não conversará com nenhuma equipe que tenha treinador empregado

O técnico garante que não conversará com nenhuma equipe que tenha treinador empregado

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

Nome que desperta grande cobiça nos clubes brasileiros para a próxima temporada, Tite admite sentir falta da rotina de trabalho e já se prepara, aos poucos, para começar a definir seu destino em 2015.

Mas o treinador deixa claro aos clubes interessados que dinheiro não será o aspecto mais importante. É preciso muita conversa e dar garantias de que será possível um trabalho de mais de uma temporada.

Tite entende que um técnico precisa de no mínimo dois anos de comando para, na segunda temporada, conseguir fazer um trabalho de melhor qualidade depois de análises e um conhecimento maior no primeiro ano. O treinador diz que para trabalhos duradouros é necessária uma sintonia com dirigentes.

"Sintonia de pensamento com as pessoas que comandam o clube é a primeira coisa. (Sentar com) um diretor, presidente e falar ´olha, nós pensamos futebol parecido, a nossa realidade é essa, nosso elenco é esse, as possibilidades de contratações são essas e pode chover canivete pra cima e pra baixo que você vai ter tempo de trabalhar. Vamos direcionar nosso planejamento, vamos caminhar juntos no nosso trabalho´. Que um ano esteja assegurado que conseguirá fazer o seu trabalho. Quando se trabalha em sintonia, você irradia isso para os demais", disse Tite, em entrevista ao UOL Esporte.

"Esses objetivos estão muito acima dos aspectos financeiros. Eles são muito mais inteligentes do que você pensar em grana, porque essa é a possibilidade do sucesso. De crescer na vida profissional. Eu olho minha carreira pra trás e vejo que fui campeão da segunda divisão em um trabalho de quatro anos no Veranópolis-RS. Fui campeão gaúcho com Caxias em quase dois anos lá, campeão da Copa do Brasil com dois anos no Grêmio, da Suruga Cup, Sul-Americana e Gaúcho com um ano e meio no Inter. E cinco títulos no Corinthians com dois anos e meio no Corinthians. Os trabalhos em que fui melhor foram os com tempos de realização. Você precisa de tempo de trabalho", finalizou.

O técnico garante que não conversará com nenhuma equipe que tenha treinador empregado e só depois de uma cadeira vaga é que estará disposto a se sentar em uma mesa para negociações. Tite quer evitar a situação de ser uma "sombra" desconfortável para outros treinadores e evita até tocar no nome de alguns clubes, mesmo aqueles em que tem identificação e seu nome é sempre ventilado, como Corinthians e Internacional.

"Esse tempo (parado) é importante para fazer uma reciclagem e buscar novos conhecimentos. Isso vale para os profissionais de todas as áreas, e para mim também. Mas chegou o momento de dar um ´stop´nele, porque está faltando adrenalina do reinicio de trabalho", disse Tite.

"O término do Campeonato Brasileiro é uma data de referência importante (para a negociação). Respeito os momentos decisivos que estão acontecendo e sei que existem profissionais que acabam seus contratos e eleições em alguns clubes. A partir daí é natural que haja conversas. A partir daí o mercado se mexe. O que não vou fazer, e assumo publicamente isso, é conversar em algum local onde haja um treinador com contrato vigente. Isso eu não faço de jeito nenhum. Fora dessa situação, não vejo problema ético nenhum."

O treinador campeão mundial pelo Corinthians em 2012 tirou um ano sabático para aprimoramento com visitas a clubes e treinadores do exterior, como ida ao Boca Juniors para conversar com Carlos Bianchi, e ao Real Madrid, para trocar ideias com Carlo Ancelotti.

Foto: UOL

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