Ele elegeu quem são, em sua opinião, os melhores narradores e comentaristas esportivos de televisão.

Ele elegeu quem são, em sua opinião, os melhores narradores e comentaristas esportivos de televisão.

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 UOL Esporte

Entrevistado por Milton Neves neste domingo (14) na rádio Bandeirantes, onde iniciou carreira em 1979, o narrador da Rede Globo, Cleber Machado, foi perguntado sobre quais foram os seus maiores erros ou gafes em narrações esportivas.

O global citou duas de Fórmula 1, entre elas o marcante “hoje não, hoje não, hoje sim, hoje sim?!!” do Grande Prêmio da Áustria de 2002, quando o piloto brasileiro Rubens Barrichello, obedecendo à ordem da Ferrari, cedeu a vitória nos últimos metros ao então companheiro de equipe, o alemão Michael Schumacher.

Cleber voltou a lembrar que a curiosa narração da polêmica troca de posições só ocorreu graças ao comentarista daquela prova, Reginaldo Leme. E contou que até hoje as pessoas na rua o lembram, com bom humor, do divertido episódio.

“[Brincam] direto. Estou passando num lugar e [falam]: ‘Hoje, não, hoje não, hoje sim, hoje sim?!!’. A culpa foi do Reginaldo Leme, a gente estava fazendo a corrida e 1 ano antes, em 2001, [GP também] da Áustria, Barrichello estava em segundo e o Schumacher em terceiro, o campeonato ainda estava meio disputado, o Schumacher precisava dos pontos e a Ferrari mandou trocar. Então, o Schumacher chegou em segundo, e o Barrichello em terceiro. No ano seguinte, 2002, o Barrichello fez pole position, largou na frente, estava dominando a corrida o tempo todo. No meio da corrida eu lembrei o caso, e o Reginaldo disse: ‘Eu não sei, não, o ano passado aconteceu isso’. E eu: ‘Este ano não vai acontecer’. E o Reginaldo falou: ‘Eu não apostaria’. Falei: ‘Ah, Reginaldo, eu aposto’. E no final comecei: ‘Vai ganhar, hoje não, hoje não’, ele freia e…’hoje sim, hoje sim’. Mas foi absolutamente natural. Tem cara que acha que é gafe, tem cara que acha que é natural”, comentou.

E Cleber ainda recordou outro momento, também na Fórmula 1, este, sim, um erro: “Uma vez o Barrichello ultrapassou o cara, eu vibrei na narração, e ele estava ultrapassando retardatário”.

O narrador da Globo disse que considera a modalidade automobilística difícil de narrar, ao contrário de boxe, que afirma dominar bem. “Fórmula 1 é muito difícil de narrar. Boxe eu me viro bem. Tinha o Galvão Bueno e o Luis Alfredo ainda estava, então fui narrar outros esportes, fiz esses eventos de domingo de manhã, fiz quase tudo lá, e a gente começou a transmitir muita luta de boxe na noite de sábado. A luta que o Mike Tyson mordeu a orelha do Evander Holyfield, por exemplo, eu transmiti. No boxe eu me virada bem”, avaliou.

Melhores narradores e comentaristas

Durante a mesma entrevista, ele ainda elegeu quem são, em sua opinião, os melhores narradores e comentaristas esportivos de televisão.

“Galvão Bueno, Luciano do Valle e Silvio Luiz. Cada um tem seu estilo, mas são os caras que fizeram nesses 30, 35 anos os caminhos que a gente segue hoje. Essa descontração, se não tivesse o Silvio feio lá nos anos 80 e 90, talvez a gente não desse risada no ar. Acho que o que a gente faz hoje na narração esportiva de televisão parte muito desses três”, disse a Milton Neves.

Sobre os analistas de TV, o global respondeu: “Vou ficar com os caras que eu trabalho ali, Casagrande, que acho que tenho um a mais do que só comentar jogo de futebol. O Casa tem conceito sobre as coisas, pensa a vida. O Junior acho muito bom. Gostava muito de trabalhar com Falcão, que acho que poderia ter sido mais comentarista do que ele foi, apesar de ter sido um grande comentarista”.

“Estou tentando pensar um cara que não seja ex-jogador e que eu ouvia e gostava de ouvir…”, acrescentou, em dúvida sobre outros nomes de comentaristas.

Cleber ainda afirmou ali quem considera os melhores repórteres de campo em transmissão de televisão. “De fazer transmissão o Mauro Naves, o Fernando Fernandes aqui da Bandeirantes, e achava o Eli Coimbra [falecido em 1998, e que também foi da Band] ótimo”.

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