Chapecoense teve o maior êxito na relação entre investimento e resultado no Brasileirão. Foto: Ricardo Luis Artifon/AGIF - retirada do UOL

Chapecoense teve o maior êxito na relação entre investimento e resultado no Brasileirão. Foto: Ricardo Luis Artifon/AGIF - retirada do UOL

Em um cenário onde os direitos de transmissão produzem diferenças drásticas entre os 20 clubes, e consequentemente na folha salarial que cada um tem disponível para pagar, a Chapecoense foi a equipe de melhor rendimento no Campeonato Brasileiro.

De acordo com levantamento realizado pelo UOL Esporte, a equipe que atingiu vaga na fase preliminar da Copa Libertadores tem o terceiro menor orçamento da elite. Com contratações baratas e inteligentes, além do auxílio de vários outros clubes no empréstimo de atletas com salários pagos, foi quem melhor se saiu na relação custo-benefício, com gastos de apenas R$ 1,8 milhão por mês. 

O feito da Chapecoense se torna ainda mais expressivo a partir de uma comparação com Coritiba, Avaí, Atlético-GO e Ponte Preta. Em resumo, são esses os cinco clubes com a menor folha salarial da primeira divisão. Enquanto a Chape jogará o maior torneio do continente pelo segundo ano consecutivo, o quarteto acabou rebaixado para a Série B 2018. 

Na outra ponta da tabela dos que possuem maior orçamento, Palmeiras e Flamengo foram os clubes que pagaram mais dinheiro por ponto conquistado. Com folhas salariais respectivamente de R$ 14,5 milhões e R$ 11,5 milhões, os dois clubes com elenco mais caro do Brasil ficaram posições abaixo em relação ao que investem. Mesmo assim, saem do Brasileirão relativamente satisfeitos por conseguirem uma vaga na fase de grupos da mesma Libertadores. 

Com a terceira maior folha do futebol brasileiro, o Atlético-MG é o clube de pior rendimento entre os "ricos" do Brasil ao lado do São Paulo, que divide o quinto lugar no ranking do investimento com o Cruzeiro. O Galo, que gasta cerca de R$ 10 milhões por mês, depende do título do Flamengo na Copa Sul-Americana para jogar a Libertadores. Os são-paulinos, que gastam em torno de R$ 9 milhões, acabam aliviados por evitar o rebaixamento, e só terão futebol internacional para jogar na Sul-Americana. 

Campeão brasileiro com nove pontos de vantagem para os vice-líderes, o Corinthians viveu nos últimos dois anos um processo de redução orçamentária. A folha mensal, que já esteve acima dos R$ 12 milhões em 2015, foi enxugada para R$ 9,5 milhões durante a atual temporada. Com o quinto maior investimento nesse sentido, o elenco de Fábio Carille se superou para ficar com a taça. 

Outra equipe que merece destaque nesse quesito é o Santos, que acabou empatado com o Palmeiras em pontos, mas acabou em terceiro lugar pelo menor número de vitórias. Vice-campeã em 2016, a equipe santista novamente se superou contra rivais de maior orçamento com foco em reforços baratos e jogadores da base. A folha de R$ 4,5 milhões é a menor entre os seis primeiros da elite. 

Em relação aos critérios adotados para a matéria, vale destacar dois itens. A folha salarial de cada clube considerada foi aquela da reta final da temporada, ainda que esse número tenha oscilado desde o início do Brasileirão com entradas e saídas de atletas. Não foram levados em conta valores investidos para a compra de atletas, tampouco obtidos com venda de membros dos elencos. 

Confira o coeficiente, a pontuação e a folha salarial de cada equipe do Brasileirão:

1) Atlético-GO - 27,7 - 36 pontos com folha de R$ 1 milhão
2) Avaí - 27,9 -  43 pontos com folha de R$ 1,2 milhão
3) Chapecoense - 33,33 - 54 pontos com folha de R$ 1,8 milhão
4) Ponte Preta - 51,2 - 39 pontos com folha de R$ 2 milhões
5) Bahia - 56 - 50 pontos com folha de R$ 2,8 milhões
6) Coritiba - 58,1 - 43 pontos com folha de R$ 2,5 milhões
7) Atlético-PR - 58,8 -  51 pontos com folha de R$ 3 milhões
8) Santos - 71,42 - 63 pontos com folha de R$ 4,5 milhões
8) Vasco - 71,42 - 56 pontos com folha de R$ 4 milhões
10) Botafogo - 75,47 - 53 pontos com folha de R$ 4 milhões
11) Vitória - 88,3 - 43 pontos com folha de R$ 3,8 milhões
12) Sport - 88,8 - 45 pontos com folha de R$ 4 milhões
13) Fluminense - 106 - 47 pontos com folha de R$ 5 milhões
14) Grêmio - 129 - 62 pontos com folha de R$ 8 milhões
15) Corinthians - 131,9 - 72 pontos com folha de R$ 9,5 milhões
16) Cruzeiro - 157,8 - 57 pontos com folha de R$ 9 milhões
17) São Paulo - 180 - 50 pontos com folha de R$ 9 milhões
18) Atlético-MG - 185 – 54 pontos com folha de R$ 10 milhões
19) Flamengo - 205 - 56 pontos com folha de R$ 11,5 milhões
20) Palmeiras - 230 - 63 pontos com folha de R$ 14,5 milhões

* Colaboraram: Marcello de Vico, Danilo Lavieri, José Edgar de Matos, Roberto de Oliveira, Napoleão de Almeida, Samir Carvalho, Bruno Braz, Bernardo Gentile, Leo Burlá, Jeremias Wernek, Thiago Fernandes, Victor Martins, José Eduardo Martins e Vinícius Castro. 

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