Treinadores de São Paulo e Corinthians se opõem em diversos fatores

Treinadores de São Paulo e Corinthians se opõem em diversos fatores

No final da temporada 2016, Corinthians e São Paulo surpreenderam ao escolher dois treinadores novatos para comandar as duas equipes em 2017. Seis meses depois, alvinegro e tricolor se encontram em situações distintas, e seus treinadores de primeira viagem chegaram a patamares absolutamente distintos.

Quando assumiu o Corinthians em janeiro, Fábio Carille não era nem de longe unanimidade entre torcedores, tampouco foi a primeira opção da diretoria corintiana. Rogério Ceni, por sua vez, chegou ao São Paulo com moral (principalmente pela carreira como jogador, mas também pelos meses de estudo na Europa) como a grande novidade do futebol brasileiro no ano. Propondo a ideia de futebol ofensivo, Rogério se opôs ao estilo de Carille que iniciava seu trabalho no rival organizando seu time defensivamente.

Passados mais de 30 jogos, Ceni e Carille estão ainda mais diantes em diversos fatores. Números, resultados, desempenho e postura colocam são-paulino e corintiano como antagonistas.

Fábio Carille tem 34 jogos à frente do Timão. Nesse período, acumula vinte vitórias, doze empates e somente duas derrotas. Sob o seu comando, o alvinegro do Parque São Jorge marcou 46 gols e sofreu apenas 20. Embora tenha sido eliminado da Copa do Brasil pelo Internacional, o time de Carille conquistou o Paulistão, lidera o Brasileirão até o momento, e joga um futebol sólido, seguro, de poucos erros, mostrando-se capaz de desbancar qualquer time do Brasil (sem esquecer que o Timão ainda disputa, e com chances reais de ser campeão, a Copa Sul Americana).

Consciente, Carille parece saber exatamente seus limites e de sua equipe, não se empolga nas vitórias e não busca desculpas nas derrotas. Quando o Corinthians vai mal, seu treinador reconhece o dia ruim e tenta explicar o que houve de errado, quem acompanha as coletivas do comandante alvinegro tem visto isso.

Já Rogério Ceni comandou o São Paulo (até o momento) em trinta e dois jogos, conquistando quatorze vitórias, dez empates e sofrendo oito derrotas. No total, o tricolor marcou 54 gols e sofreu 38. Eliminado no Paulista justamente pelo Corinthians, o time do Morumbi também caiu na Copa do Brasil diante do Cruzeiro, proporcionou um verdadeiro vexame ao perder a classificação na Sul Americana para o minúsculo Defensa y Justicia, e ocupa momentaneamente a 14ª posição na tabela do Brasileiro. Olhando para os primeiros seis meses do São Paulo sob o comando de Ceni, ainda não vimos um time equilibrado e a postura de seu treinador gera questionamentos de todos os lados. É verdade que o técnico são-paulino tem sofrido com inúmeros desfalques, seja por lesões ou negociações, e poucas vezes conseguiu repetir uma equipe titular. Ainda assim, Rogério ainda não conseguiu tornar o São Paulo um time constante para brigar, ao menos, por uma vaga na Libertadores, e parece não reconhecer isso. O ex-camisa 01 ainda tem pisado na bola no trato com alguns jogadores (vide os casos de Rodrigo Caio e Lucão) e isso pode sim refletir dentro de campo.

Rogério e Carille têm ideias diferentes de futebol e posturas diferentes diante do público. O corintiano tem ganhado a simpatia de todos pelo desempenho de sua equipe e pelas atitudes a frente dos microfones. O são-paulino acumula críticas, não só pela instabilidade de sua equipe, mas também pelas ironias, grosserias e argumentos descabidos especialmente nos momentos ruins a frente do tricolor.

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