Do UOL, em São Paulo (SP)
Na noite deste domingo, Rogério Ceni, atual técnico do Fortaleza, líder da Série B do Campeonato Brasileiro, participou do programa "Resenha" da ESPN Brasil. O ex-goleiro falou sobre a experiência no time cearense, mas também deixou seu palpite sobre a elite do Brasileirão. Para ele, o São Paulo é o grande favorito ao título e o goleiro Sidão, mesmo criticado pela torcida tricolor, está entre os melhores da competição.
"Sidão vem jogando muito bem. Melhor do que ano passado, quando eu o levei ao São Paulo. O time toma poucos gols (menos de um por partida na Série A), então ele é um dos melhores do campeonato. E usar a faixa de capitão como ele usou não é para qualquer um. O Sidão pode ser o goleiro de um novo título, isso é importante. E o São Paulo, para mim, é o favorito, porque os outros times estão divididos. O Internacional, sim, pode incomodar por ter só o Brasileirão. A qualidade de Flamengo e Grêmio está dividida em três competições", analisou.
Ceni ainda comparou o elenco atual, comandado por Diego Aguirre, com o grupo que conquistou o tricampeonato consecutivo do Brasileirão entre 2006 e 2008: "Nosso time não era espetacular, mas eram caras fortes, tinha linha de três muito boa, um meio de campo forte, sempre um velocista e um centroavante na frente. Hoje também tem isso, com os dois meninos abertos pelos lados, forte na bola aérea e jogando bonito".
Por coincidência, enquanto o São Paulo comemora a liderança da Série A, Ceni desfruta a primeira colocação da Segunda Divisão. O Fortaleza tem excelente campanha, com seis pontos à frente do vice-líder e dez do quinto colocado. Isso tudo sem ter um investimento alto como de concorrentes como Coritiba e Goiás, mas com o que o Mito chama vê como diferencial: o Castelão e a torcida.
"O que nos tira da realidade da Série B é nosso estádio, é nossa torcida. Foram 37 mil pessoas no jogo contra o Coritiba, foi espetacular. Não deve nada a Allianz parque, Morumbi, estádio do Corinthians. O gramado que caiu na semana passada, por ter muito jogo por lá (o Ceará manda as partidas lá também), mas agora está melhorando. Esse estadio cheio arrepia. Nossa media é acima de 20 mil", valorizou.
"Você vai aprendendo com as experiências, a cada gol no final, a cada partida, a cada vitória, derrota. Mas o mais importante é compreender o que sai de cada jogo. A razão de ter ganhado, de ter perdido. Eu tento ser o mais próximo do jogador. Cumprimento um a um todo dia. Eles precisam me respeitar, mas não podem ter medo. Tento fazer de tudo para ajudá-los. Eu concentrei muito tempo e tudo o que eu queria no fim da carreira era sair do hotel nas cidades. Eu falo pra saírem, concentramos o mínimo possível e tento ter uma relação mais próxima de amizade do que de treinador para jogador. Trabalho para eles a semana inteira, desenho treinos diferentes, quase nunca repito, invento, mas nos 90 minutos eles precisam jogar pra mim. A troca tem que ser essa. Eles precisam ser o que fui como atleta".
"A gente é um grande vendedor de sonho. Quando começo uma campanha assim, já vendi um sonho para o torcedor. Para cada torcedor, seu time é o melhor do mundo. E depois que vende, tem que entregar. Tivemos a saída do Osvaldo, a venda do Edinho e as lesões de Gustavo e Marcinho. Tudo num curto período. Perdemos todo o ataque. Quando assumi o time, olhei mais de 150 jogadores, com horas e horas de vídeo. E tem dois analistas que também trabalham nisso. Tem a palavra da diretoria e minha analise. Depois entra a parte do dinheiro.
Contratamos quem a gente acha que se encaixa no time e no bolso. São atletas em fim de contrato, que podem vir livres. O time não tem condição de comprar. Só o Marlon, que custou R$ 200 mil, vindo do Sampaio Correa. Não dá para comparar com a região sudeste pela estrutura, mas o grupo é muito bacana de se trabalhar. Todos tratam a gente muito bem no clube e nunca tivemos um atraso de atleta. Isso já fala muito o interesse e a vontade deles. Eles estão acreditando que é possível atingir coisas que nunca imaginaram".
Se investe muito na estrutura dos centros de treinamento, em campos, mas muito pouco no profissional da base. O preparador físico, o técnico, o preparador de goleiros. O cara precisa lapidar o jogador para chegar no profissional sem que a comissão precise treinar fundamentos básicos. Mas normalmente esses caras são mal pagos. No curso da CBF (de treinador) conheci os caras com ideias muito mais modernas do que caras consagrados. E é preciso valorizá-los. Tem que ter bom campo e estrutura, mas não pode ter tanta mordomia, senão o garoto não diferencia a base do profissional. Esses caras precisam ser mais remunerados, investir em cursos para eles.
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