Apesar da reclamação, a festa foi mantida e vai até a inauguração de um altar em homenagem ao camisa 1 do Atlético

Apesar da reclamação, a festa foi mantida e vai até a inauguração de um altar em homenagem ao camisa 1 do Atlético

Victor Martins
Do UOL, em Belo Horizonte

O Atlético-MG não entra em campo neste sábado, mas muitos torcedores do clube vão para as ruas próximas ao Estádio Independência, no bairro Horto, em Belo Horizonte. Mesmo contra a vontade de alguns católicos, a procissão em homenagem ao 'São Victor do Horto' está mantida. Há exatos dois anos o goleiro atleticano defendeu o pênalti batido pelo colombiano Riascos, aos 48 minutos do segundo tempo. A defesa valeu a vaga na semifinal da Libertadores de 2013.

Desde então Victor se tornou uma espécie de santo para os torcedores do Atlético. Então, para marcar os dois anos da defesa que mudou a sorte do clube, nada mais apropriado que a realização de uma procissão. No entanto, a iniciativa dos atleticanos não foi muito bem recebida por muitos católicos, inclusive por alguns que são torcedores do próprio clube.

Apesar da reclamação, a festa foi mantida e vai até a inauguração de um altar em homenagem ao camisa 1 do Atlético. "A maioria achou que estávamos blasfemando ao "venerar" o Victor. Acharam que os termos procissão e Altar eram demais. Mas acho que quando viram que se tratava apenas um simbolismo, uma brincadeira, eles entenderam. Teve gente mais exaltada que nos xingou, dizia que só Deus deveria ser venerado", contou o publicitário Fernando Gregório, um dos organizadores.

Porém, o próprio Victor ajudou amenizar as queixas dos católicos. O goleiro do Atlético gravou um vídeo convocando os torcedores para a festa. Depois disso, as reclamações diminuíram bastante, já que além da procissão, uma campanha de arrecadação de agasalhos também é organizada pelos 'Devotos de São Victor'.

"O mais legal de tudo, além da manifestação, da reunião dos torcedores, foi a campanha para doar agasalhos. Isso que importa, ajudar quem precisa. Parabéns aos idealizadores", disse Victor, que também leva tudo numa boa. Católico, o goleiro mesmo minimiza qualquer tipo de associação entre futebol e religião.

"Isso é uma simbologia, uma brincadeira entre torcedores. É preciso parar de achar coisa ruim em tudo. Não tem apelo religioso. Se fosse algo ruim, eu seria o primeiro a chamar atenção. Não tenho pretensão de ser um santo de Igreja. É algo que representa um lance que marcou a história do clube. Tem de parar com essa bobeira de ofensa a outro. Se fosse assim, a Igreja já teria falado algo sobre o gol do Maradona, que virou a mão de Deus, que foi um lance irregular", comentou Victor, que deixou no ar a chance de voltar ao Horto neste 30 de maio.

Como o Atlético não se concentra para os jogos em Belo Horizonte, depois do treino desta manhã os jogadores relacionados vão estar liberados pela comissão técnica até o domingo. Questionado sobre a chance de ir na 'própria procissão', Victor deixou no ar essa possibilidade. "Quem sabem? Seria bem legal estar lá".

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