Felipe foi escalado contra o Palmeiras, no último domingo, por ter um estilo mais parecido com o do seu antecessor

Felipe foi escalado contra o Palmeiras, no último domingo, por ter um estilo mais parecido com o do seu antecessor

Sem Paulo André, Mano Menezes promoveu Felipe a titular da zaga do Corinthians, preterindo o favorito Cleber. O histórico de falhas e a expectativa sobre o rival criaram certa tensão na torcida, mas o treinador dá sinais de que apostará no jovem defensor. O "casamento" com Gil, na visão do comandante alvinegro, compensa todo o resto.

Felipe foi escalado contra o Palmeiras, no último domingo, por ter um estilo mais parecido com o do seu antecessor, que foi liberado para se aventurar na China. Mais técnico, o zagueiro de 24 anos tem boa saída de bola, fundamento que falta a Gil e Cleber.

Este último, até domingo, era o principal candidato à vaga de Paulo André. Contratado da Ponte Preta por cerca de R$ 6 milhões, bancados por investidores, Cleber é credenciado por ter sido um dos destaques do Paulista do ano passado, e ganhou algumas chances com Tite no segundo semestre de 2014.

Mano, porém, colocou Felipe à frente na fila. Questionado sobre a opção feita, ele limitou-se a dizer que o escolhido "casa" melhor com Gil, sem entrar em detalhes. O problema é que o matrimônio não esconde um problema do zagueiro: ele falha com frequência.

No ano passado, por conta das férias prolongadas dos campeões mundiais, ele começou a temporada como titular. Nos dois primeiros jogos, levou uma bola nas costas no empate com o Paulista e fez o pênalti que deu a vitória à Ponte Preta, no jogo seguinte.

Com Paulo André de volta, aos poucos retornou para o banco de reservas, brilhando apenas com um gol salvador na vitória por 3 a 2 sobre o Ituano. No Brasileiro, voltaria a ter seus problemas. Contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, entrou improvisado na lateral esquerda e viu o gol rival, nos minutos finais, sair em suas costas.

Em 2014, os problemas se seguiram. Em seu primeiro jogo, contra o Bragantino, Felipe fez um gol contra e participou do segundo, desviando um cruzamento que bateu na trave antes de sobrar para o atacante adversário. Contra o Palmeiras, domingo passado, era ele quem marcava Alan Kardec na hora do gol, quando o 9 alviverde antecipou o defensor e testou para as redes de Cássio.

"Ele só vai passar essa fase, conquistar a torcida, se jogar. Se ele teve poucas oportunidades e deixou marquinhas negativas, só vai passar por cima se tiver sequência. E só vai ter sequência se o Mano enxergar esse potencial. Quem vai decidir é o treinador. Se o Mano está fazendo, tem suas razões", disse Celso Roth, treinador conhecido por ser um exímio formador de defesas.

Felipe, que foi contratado do Bragantino em 2012, tem apenas 21 jogos pelo Corinthians, mas participou das conquistas do Mundial, do Paulista e da Recopa. Sua permanência no banco se deve muito à força da zaga titular, mas também pesa a formação que teve no clube interiorano.

Quando recebeu o reforço, Tite se incomodou com a dificuldade de Felipe com o sistema com dois zagueiros, já que estava habituado a ter dois companheiros ao lado. Apesar disso, ele é visto internamente com um jogador de potencial, o que explica a aposta de Mano.

"Acho que essa combinação é válida. É um jogador que tem recursos técnicos. É diferente do Cleber, que é mais físico. Vai mais além na parte técnica. Eu sempre sou favorável a um equilíbrio. Também não pode ser só técnico, tem de ter jogador com físico bom. Então estou de acordo com o Mano", avaliou Edmílson, pentacampeão do mundo com Felipão em 2002, revezando-se entre as funções de zagueiro e volante pela qualidade que oferecia com a bola.

"A minha preferência é exatamente essa. Um jogador técnico e um outro que seja mais marcador, mais viril. Na gíria, que saiba 'zagueirear'. Não trabalhei com nenhum, mas me parece que Cleber e Gil são parecidos. Do Paulo André para o Gil a diferença dá para se notar. O Paulo era mais refinado, saia jogando um pouquinho melhor", completou Celso Roth.

FOTO: UOL

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