Carille conversa com Maycon, Arana e Pablo na véspera de jogo com Cruzeiro

Carille conversa com Maycon, Arana e Pablo na véspera de jogo com Cruzeiro


Dassler Marques e Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo

Sem saber o que é derrota há 19 jogos, o líder Corinthians vai a campo nesta quarta-feira com uma preocupação em pauta diante do Cruzeiro: nada de euforia ou mudança de postura para o jogo marcado para a Arena, em São Paulo, às 21h45 (de Brasília).

De olho nos efeitos colaterais da nítida ascensão da equipe desde a conquista do Paulistão, o treinador Fábio Carille recorreu a dois jogadores mais experientes e com uma característica em especial: Cássio e Jô.

Entre os principais capitães do elenco, ao lado de Fagner, Balbuena e Jadson, eles têm longa história no clube, já viveram momentos de exageros fora de campo e hoje são elogiados justamente pelo fator oposto. Cássio e Jô se notabilizam em 2017 por trajetórias disciplinares limpas, cuidados com o corpo e muita serenidade. Tudo que os garotos precisam manter.

"Confiança você não conquista a qualquer momento e não larga de qualquer jeito. Isso tenho passado para eles. Está dando tudo muito certo, mas temos de trabalhar para que continue. Eu tenho essa preocupação e chamo os líderes, o Jô e o Cássio, para ajudar no processo", afirmou Carille na véspera do confronto.

"Pego no canto do vestiário, numa roda de baralho, quando todos estão alegres, soltos, mas sabendo da responsabilidade. Todo mundo [rivais] está querendo buscar a primeira posição, então temos de trabalhar para continuar em cima. Os experientes me ajudam", emendou o treinador do Corinthians.

Essa ascensão sobre os mais jovens é algo que Jô, particularmente, tem colocado em prática com frequência nesta volta ao clube. Um dos jogadores em especial a quem aconselha é o lateral Arana, de 20 anos e entre os principais destaques da temporada.

Nesse contexto, também está relacionado o momento de janela de transferências. Carille trabalha individualmente para fortalecer nos atletas a ideia da permanência para a briga pelo título brasileiro.

Por isso, as demonstrações recentes do grupo têm sido de pouca atenção a especulações e maior concentração no desempenho. "Entre chegar e não perder jogadores, prefiro não perder", declarou o técnico, que estimula um estilo de liderança descentralizado, muito parecido ao que Tite fazia, com a inclusão dos atletas em situações do dia a dia.

Preocupação com disciplina e com Jadson

No contexto de evitar euforia, uma situação em particular e frisada pelo próprio Carille trouxe preocupação. No clássico de domingo diante do São Paulo, Romero fez graça ao dominar uma bola difícil e o treinador vislumbrou ali o risco de se iniciar uma confusão que gerasse advertências e problemas. O paraguaio chegou a ser cobrado no vestiário em razão daquela conduta. Explicou, porém, que não se tratava de provocação ao rival.

"Disciplina gera a repetição do time. Se ganhar o cartão, que seja por uma falta tática, para parar uma jogada. Chutar bola longe, reclamar, é um cartão que atleta profissional precisa estar centrado, com a cabeça no lugar. Não dá para tomar", advertiu Carille em menção ao lance.

Com a possibilidade de repetir a equipe pelo segundo jogo seguido, ainda sem Rodriguinho e Fagner que retornam da seleção brasileira, o treinador dará sequência a Paulo Roberto, improvisado na lateral, e Marquinhos Gabriel, aberto na ponta direita. Ambos foram muito elogiados pelos recentes desempenhos, com a ciência de que o volante jogou improvisado na defesa e que esse não é o cenário ideal.

Ainda há a expectativa por uma melhora de Jadson, em má forma técnica desde o Paulista e cujas atuações recentes destoaram não apenas de seu próprio padrão, mas de todo o restante dos titulares. Mais um movimento para buscar o crescimento para as próximas partidas e manter o Corinthians em alta na tabela do Brasileirão.

 

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