Sem técnico e sem time, nem Copa América a gente ganha

Sem técnico e sem time, nem Copa América a gente ganha

O futebol brasileiro se tornou o mais famoso do mundo por conta das super seleções que montou nas Copas de 1958, 1962 e 1970, ou seja,  em função daquelas equipes fantásticas cujos títulos somados nos deram o tricampeonato mundial.  

 
As outras duas conquistas do Brasil nas Copas 1994, nos Estados Unidos, e  2002, no Japão, valeram apenas pelos títulos em si, com direito a levantar o caneco, já que o futebol apresentado, tanto na seleção de Parreira quanto na de Felipão, nada tinha de especial.
 
Vale lembrar que o tetracampeonato brasileiro foi alcançado na decisão por pênaltis, na qual contamos com a ajuda de Roberto Baggio, que enterrou a seleção italiana na decisão da Copa, com aquela cobrança horrorosa que passou bem longe do terceiro pau, "invadindo o espaço aéreo dos Estados Unidos". 
 
Na Copa de 2002, realizada no Japão e na Coreia do Sul, o time tosco comandado por Felipão contou no jogo de estreia com a ajuda do juiz para derrotar a Turquia por 2 a 1, com um pênalti vergonhosamente cavado por Luizão, que confessou a simulação, dizendo textualmente: "sofri a falta fora da área, peguei a bola e levei à marca do pênalti". Ou seja agiu de ma fé e estufou o peito, orgulhando-se disso. 
 
Também não se pode esquecer que a seleção canarinho chegou à semifinal daquela copa realizada na Ásia,  contando com um lance casual representado pelo "gol espírita" de Ronaldinho Gaúcho, diante da Inglaterra, fruto de uma tentativa de cruzamento para a área que tomou a direção do gol, encobrindo o goleiro Seaman.
 
Foi a partir das campanhas do Tetra e do Penta que  a seleção brasileira começou a ser formada com a predominância de jogadores que atuavam na Europa, haja vista que os nossos melhores atletas haviam passado a figurar como "produto de exportação", restando aos clubes brasileiros montar suas equipes com aqueles jogadores para os quais não havia mercado no exterior (as sobras)
 
Mas nenhuma das seleções formadas com esses atletas exportados para o lado de lá do Atlântico, a peso de ouro,  chegou aos pés daqueles 'esquadrões extraordinários' de nossas três primeiras conquistas, que eram constituídos de craques pertencentes a clubes brasileiros, dentre os quais o Santos foi o mais importante celeiro, até pelo fato de ter revelado o Rei Pelé.
 
O problema é que nossa safra de exportação de jogadores caiu vertiginosamente de qualidade e passamos a mandar para a Europa não mais do que jogadores comuns, que nem por hipótese substituíram à altura os que por lá se aposentaram ou retornaram ao Brasil em fim de carreira, como Rivaldo, Lúcio,  Roberto Carlos, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros. 
 
Como as medíocres comissões técnicas da CBF da última década não se deram conta desse realidade, manteve-se a ideia equivocada de que a nata dos jogadores brasileiros continua atuando na Europa, onde nem candidato em condições de conquistar a coroa de melhor jogador do mundo a gente tem mais. 
 
É verdade que Neymar está nessa briga, mas temos de convir que sua chance de chegar lá é um tanto remota, haja vista que craques como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo ainda são os mais cotados a esse laurel, principalmente depois do "papelão" do atacante brasileiro do Barcelona na Copa América, da qual acabou alijado por indisciplina.  
 
O resultado dessa visão distorcida dos olheiros ceguetas da CBF, começou a aparecer nos repetidos fracassos das Copas de 2006, 2010 e 2014, culminando com a recente eliminação na Copa América deste ano, ainda formada pelos chamados jogadores "europeus", sete dos quais haviam nos brindado como o vergonhoso 7 a 1 para a Alemanha, no Mundial do ano passado. 
 
Diante dessa realidade, vale perguntar: "Será que se tivéssemos valorizado mais os jovens talentos que têm despontado e continuam atuando nos clubes brasileiros, chamando-os para servir à seleção, como fizemos na montagem dos esquadrões de ouro que revelaram Pelé, Garrincha & Cia, não teríamos evitado todos esses anos de "vacas magras", que nos derrubaram de forma humilhante no ranking da FIFA ?

Depois dessa eliminação na Copa América (de novo nos pênaltis e para o Paraguai), a sensação que fica é que, em matéria de seleção, "estamos no mato sem cachorro".
 
Não Temos time, não temos técnico, não temos títulos significativos recentes e não temos  gente de gabarito nos escalões de comando da CBF.

Circula na Internet que a CBF estaria disposta a processar Zico, que teria afirmado, entre outras coisas, que nunca viu tanto perna de pau, gente ruim numa seleção, só escapando um ou dois.

Se a notícia procede, logicamente não seria por tal afirmação que a Máter brasileira se disporia a processar o "Galinho de Quintino", haja vista que juiz algum condenaria o ex-volante do Flamengo por haver dito uma verdade que ficou patenteada nos dois últimos jogos do Brasil na Copa do ano passado e nessa passagem de pouco futebol e muita indisciplina pela Copa América.

A intenção de processar Zico - se verdadeira - seria pelo fato de que teria complementado a crítica, dizendo que o resto faz parte de uma máfia de empresários que quer apresentar jogadores no mercado internacional.

Acredito não ser por aí o fracasso na montagem de nossa seleção e sim por aquilo que falei anteriormente, consubstanciado em algo que eu chamaria de "mania boba" de acreditar que os melhores jogadores deste país continuam atuando na Europa, quando sabemos que apenas o melhor deles está lá: Neymar, infelizmente "ruim da cabeça" mesmo sem ser "doente do pé", como diz no samba de Dorival Caymmi.
 
A situação do futebol brasileiro é tão crítica que a essa hora dirigentes e comissão técnica da CBF, assim como nós sofridos torcedores da pífia seleção do Dunga, bem que poderíamos dizer "obrigado, Paraguai, por ter nos livrado dessa goleada de 6 a 1 que levaste ontem de los hermanos !"
 
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Foto: UOL  

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