Dunga obteve duas vitórias nos dois primeiros jogos de seu novo ciclo como treinador da seleção brasileira

Dunga obteve duas vitórias nos dois primeiros jogos de seu novo ciclo como treinador da seleção brasileira

Danilo Lavieri e Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

A comissão técnica da seleção brasileira fará reunião na tarde desta terça-feira (16), no Rio de Janeiro, para definir os jogadores que serão convocados para amistosos contra Argentina (11/10) e Japão (14/10). Podia ser um encontro de rotina, mas o calendário do futebol nacional mudou drasticamente isso. Atletas chamados perderão rodadas decisivas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, e times já pediram para não ter representantes no grupo. Entre a montagem de seu time e os efeitos que isso pode causar nas equipes locais, o técnico Dunga tem um quebra-cabeça para resolver até 11h de quarta-feira (17), quando a lista será anunciada.

O jogo contra a Argentina, válido pelo Superclássico das Américas, acontecerá em Pequim às 9h05 de 11 de outubro. Três dias depois, o Brasil de Dunga enfrentará o Japão em Cingapura às 7h45 (nos dois casos, horários de Brasília). A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda não anunciou programação para as duas partidas, mas é provável que os convocados percam duas rodadas do Campeonato Brasileiro (a 27ª e a 28ª) e as partidas de volta das quartas de final da Copa do Brasil.

Além das datas concomitantes, é necessário considerar que são deslocamentos longos e que há uma grande diferença de fuso horário. O cenário da viagem é bem diferente do que os jogadores do futebol brasileiro tiveram nos dois primeiros amistosos do novo ciclo de Dunga na seleção brasileira (vitórias por 1 a 0 sobre Colômbia e Equador nos dias 5 e 9 de setembro, ambas em Miami).

As diretorias de Corinthians e Cruzeiro fizeram pedidos à CBF para que nenhum de seus atletas seja chamado. Outros clubes também manifestaram preocupação com a lista que Dunga vai anunciar na próxima quarta-feira, mas não falaram abertamente sobre negociação para evitar isso.

"Vamos ter uma reunião e vamos definir quem vai ser convocado. Muitos clubes pediram para não terem os atletas convocados, mas nós ainda vamos analisar o que fazer", disse Gilmar Rinaldi, coordenador-técnico das seleções brasileiras, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

A reunião desta terça-feira pode criar quatro cenários para a convocação da seleção:

1 – Veto a jogadores que defendem equipes brasileiras

Dunga pode preterir jogadores que defendem clubes brasileiros. A lista da seleção para os amistosos contra Colômbia e Equador tinha seis representantes de equipes nacionais: Jefferson (Botafogo), Gil (Corinthians), Elias (Corinthians), Everton Ribeiro (Cruzeiro), Ricardo Goulart (Cruzeiro) e Diego Tardelli (Atlético-MG).

No entanto, o período dos próximos amistosos da seleção é de datas-Fifa. Ainda que Dunga faça um acordo para não desfalcar os times brasileiros, outras seleções poderiam convocar jogadores que atuam no país.

Caso Dunga preserve os times nacionais, por exemplo, o Cruzeiro pode entrar em campo no dia 8 de outubro desfalcado apenas do lateral esquerdo paraguaio Samudio. Mas o Corinthians, que enfrentará os mineiros em Belo Horizonte, correria risco de ficar sem o uruguaio Lodeiro e o peruano Guerrero.

2 – Limite de convocados por clube

Na primeira lista, Dunga respeitou um limite de dois jogadores por clube brasileiro – os amistosos contra Colômbia e Equador também foram disputados em meio ao calendário nacional. O técnico pode repetir essa regra na próxima convocação ou restringir o grupo a um representante de cada equipe.

Essa regra obrigaria Dunga a escolher Gil ou Elias (Corinthians) e Everton Ribeiro ou Ricardo Goulart (Cruzeiro), jogadores presentes na última convocação. Também restringiria o espaço para destaques do atual Campeonato Brasileiro.

3 – Limite apenas para quem pediu

Publicamente, apenas Corinthians e Cruzeiro admitiram terem feito pedidos à CBF para que seus jogadores não sejam convocados. No último domingo (14), em entrevista coletiva depois da vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro no Morumbi, o técnico Muricy Ramalho negou apelo semelhante no São Paulo.

E se Dunga respeitar apenas os pedidos de Corinthians e Cruzeiro, mas convocar jogadores das outras equipes? A seleção poderia ter os quatro jogadores do setor ofensivo do São Paulo, por exemplo, e o time tricolor ficaria sem Alan Kardec, Alexandre Pato, Kaká e Paulo Henrique Ganso para partidas contra Atlético-PR e Atlético-MG.

4 – Convocação sem restrições

Dunga pode montar uma lista sem questionar de que clubes vêm os jogadores. A convocação poderia ter, por exemplo, quatro ou cinco representantes do Cruzeiro, campeão de 2013 e atual líder do Brasileiro. Além de Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, chamados anteriormente, ele poderia levar o zagueiro Dedé, o lateral direito Mayke e o volante Lucas Silva.

FOTO: UOL

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