Sem atuar desde a primeira rodada do Campeonato Paulista, em 17 de janeiro, o atacante Bruno Henrique pode ser a principal novidade do Santos para a fase de mata-mata da competição. Em tratamento de uma séria lesão ocular definida pelos responsáveis pelo tratamento como um "quadro complexo", o jogador de 27 anos já treina com bola no CT Rei Pelé, mas ainda precisa de três semanas antes de voltar aos gramados. Assim, o retorno aconteceria caso o time avance às quartas de final, que estão marcadas para os dias 18 e 21 de março.
Bruno Henrique sofreu uma bolada no rosto aos sete minutos do primeiro tempo de uma partida contra o Linense e está afastado desde então por conta da ocorrência de cinco lesões decorrentes da pancada no olho direito. O jogador, que chegou às mãos dos médicos com perda total da visão deste olho, tem cada vez menos dificuldades nas ações cotidianas e para a prática de esportes. Porém, a cautela do departamento médico se mantém.
"O caso dele é um quadro complexo porque tiveram diversas alterações no fundo do olho, mas estamos conseguindo resolver uma a uma, a rasgadura da retina, a hemorragia vítrea, a inflamação no nervo ótico e agora resolvendo o edema de mácula. Apesar de ele poder voltar a jogar futebol, se tudo der certo, em três semanas, ele vai seguir em tratamento e imaginamos que a recuperação visual final seja de seis meses", diz, ao UOL Esporte, o médico Celso Afonso Gonçalves, que ainda explica as razões do longo prazo de recuperação.
"Toda alteração de retina geralmente nunca é de recuperação rápida, e sim de recuperação lenta. Quando acharmos que ele já tem potencial de voltar a jogar futebol talvez ainda não esteja no potencial máximo de visão que vai chegar, mas já vai poder jogar sem prejuízo. E mesmo nesse período vai continuar sendo monitorado e acompanhado até o final. Não vai precisar estar 100% recuperado da visão para voltar a jogar. Se ele fosse um dentista que precisa ter a visão de micro detalhes, ou um aviador, operador de máquinas, que precisa da visão muito detalhada, talvez tivesse problemas. Ele precisa de uma visão boa, não espetacular. E terá", conta o médico especialista em retina e membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV).
Bruno Henrique tem frequentado o oftalmologista de duas a três vezes por semana e mantido o tratamento, que já contou com aplicações de laser, infusão de medicação e pequenos procedimentos para acelerar a volta. Ele já treina com bola no CT Rei Pelé, mas sozinho, sem contato. A previsão é que na próxima semana já realize trabalhos com o grupo comandado pelo técnico Jair Ventura e depois de mais 10 ou 15 dias já esteja à disposição para atuar.
O prazo assim, termina em datas próximas à última rodada da fase de grupos do Paulistão, em 11 de março, contra o São Bento, ou a primeira partida das quartas de final, dia 18, caso o Santos se classifique - a equipe hoje é líder do Grupo D com 14 pontos, contra 11 do Botafogo e do Red Bull Brasil e sete do Mirassol. Na Libertadores, o atacante está suspenso por cinco partidas. A estreia pode ocorrer somente em maio, na última rodada da fase de grupos, isso se o clube não diminuir o gancho junto à Conmebol. Ao menos da estreia no dia 1º, contra o Garcilaso (Peru), o santista é ausência certa.
Assim que retornar, Bruno Henrique precisará atuar usando óculos especialmente preparados para impedir novos problemas oculares. Ainda não há previsão do tempo em que isso será necessário, mas o acessório é tratado como indispensável no primeiro momento.
"É um óculos com lente de policarbonato, absurdamente resistente. Se você colocar embaixo de um trator o trator não consegue quebrar, é o teste que se faz. É a lente à base de policarbonato e a armação forrada por silicone por dentro para amortecer qualquer impacto, bolada ou cotovelada. Provavelmente incomoda um pouquinho, não é agradável, mas é um instrumento de proteção absolutamente necessário, indispensável. Isso porque no momento atual um novo trauma pode causar um dano irreversível. O que não precisamos é de um novo trauma", completa Celso Afonso Gonçalves.
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