José Ricardo Leite

Do UOL, em Lodz (Polônia)

O Brasil inicia nesta terça-feira, às 15h15 (horário de Brasília), diante da Polônia, em Lodz, a disputa da terceira fase do Mundial masculino de vôlei na sequência de uma maratona imposta pela regulamento para que uma equipe se sagre campeã. Caso avance, com os jogos de semifinal e final, marcados para o fim de semana, o Brasil terá que fazer um total de 13 partidas no torneio. Até agora, nas nove partidas que realizou, o time de Bernardinho já ficou quase 16 horas em quadra.

O time brasileiro venceu seus nove compromissos nas duas fases que disputou do torneio. Mas isso em nada será levado em conta a partir de agora no triangular que fará contra os anfitriões e a seleção da Rússia, adversária de quarta, no mesmo horário. Somente dois times passam, e os critérios de desempate são restritos apenas aos jogos entre os três. De nada valeu a melhor campanha até agora no torneio.

"Vamos ver o que acontece, tivemos contusão de um lado e de outro, por culpa de um campeonato massacrante como esse, mas não adianta chorar o leite derramado. Vamos nessa com tudo. Começa do zero de novo e a equipe está muito focada", falou o capitão Bruninho.

As lesões a que ele se refere foram Wallace, que torceu o tornozelo esquerdo, Sidão, com dores no joelho, e Murilo, com um estiramento na coxa. Todos eles deixaram a vitória sobre a Rússia, no domingo, no meio da partida. Wallace e Murilo dificilmente jogarão nesta terça, já que no treino de segunda só fizeram exercícios leves.

"O Wallace melhorou de ontem pra hoje, mas o Murilo é mais difícil. O Wallace é pouco provável, seria esse o termo. E o Sidão não deve ser preocupação. Vamos esperar mais 12 horas pra ver a evolução do quadro. O Murilo talvez tenha feito sua melhor partida contra a Rússia e sentiu. É uma pena. Em um momento que começou a se tornar efetivo no ataque", falou o técnico Bernardinho.

Se não bastasse toda a maratona, o Brasil ainda foi prejudicado na terceira fase por a tabela ter sido descumprida em relação ao roteiro inicial. Os primeiros colocados de grupo na segunda fase deveriam jogar na terça e quinta esta semana, e não dias seguidos, como fará o Brasil na terça e quarta. Acabou que a Polônia, dona da casa, é quem ficou com a tabela como se fosse de um time primeiro colocado.

Assim, o Brasil acabou tendo que pegar poloneses e russos dois dias seguidos, na terça e quarta, sem dia de descanso. Sendo assim, Murilo e Wallace podem só voltar em uma eventual semifinal.

Além da mudança na tabela, outra confusão mal explicada fez com que o Brasil caísse em um grupo mais forte. De acordo com o que se via regulamento pela tabela indicada, cada um dos dois triangulares deveria ser formado por times classificados como primeiro, segundo e terceiro colocados na fase anterior.

Ocorreu que os segundo e terceiro colocados foram colocados em um mesmo pote, e o grupo brasileiro acabou sendo sorteado com dois segundo colocados de chave (Rússia e Polônia). Já o da França ficou com dois terceiros, Alemanha e Irã.

"Por que escolheram a Polônia jogar em dias alternados? Foi uma pequena vantagem de algo que não foi respeitado. Estamos sempre falando, mas que é certo é certo. Vou sempre dizer o que penso. Tentei entrar em contato e disse que entendo e não concordo. Vamos jogar, mas está errado. Isso está errado e mais uma vez passam por cima do que está escrito. Nos tiraram um direito", falou Bernardinho.

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