A rivalidade que dura décadas

A rivalidade que dura décadas

Batatais, adversário do Guarani na última rodada na fase de classificação da série A-2 no último domingo (23), em Batatais, alimenta uma rivalidade contra o clube campineiro desde 1949.

A HISTORIA

O Campeonato de Acesso de 1949 contou 47 equipes divididas em quatro séries divididas por regiões. Foram quatro campeonatos regionais que agrupavam as principais malhas ferroviárias da época. Cada agremiação jogava entre si, dentro da sua série em turno e returno. O campeão de cada série disputaria com os outros três o “Torneio dos Campeões”, que apontaria a equipe que teria o direito de integrar a divisão principal do futebol paulista. O nível técnico do campeonato não foi dos melhores, a presença de equipes semiamadoras contribuíram para um número muito grande de goleadas. A competição acabou se concentrando nos times mais “profissionais” como o Guarani, Batatais, Linense e Ponte Preta. O “Torneio dos Campeões” foi disputado em turno e returno e durou de 18/12/1949 a 05/02/1950, reunindo os quatro campeões de cada série. Guarani e o Batatais ficaram empatados na primeira colocação com quatro pontos perdidos, o Linense com cinco, e por último o Uchoa com onze. Portanto, Guarani e Batatais deveriam disputar a finalíssima num campo neutro. A Federação Paulista de Futebol marcou o jogo para o Estádio “Rodolfo Crespi”, em São Paulo. O Guarani venceu por 2 a 1 e subiu para a primeira divisão do futebol paulista onde permaneceu até 2013 quando foi rebaixado. Mas, o jogo foi muito polêmico com reclamação do Batatais que permanece até hoje, passando de pai para filho. O Batatais abriu o placar fazendo 1 a 0. O Batatais fez 2 a 0. O árbitro inglês Godfrey Sunderland anulou o gol legítimo. Na sequência o Guarani empatou com um gol de mão de Zico. O Batatais reclamou do gol da vitória do Guarani marcado por Dorival. Godê teria carregado a bola com a mão passou para o Chiquinho que chutou no travessão, no rebote Dorival que fez o gol do Bugre 2 a 1. Depois de muita chiadeira do Batatais, o jogo ia ser reiniciado quando um jogador do fantasma da Mogiana deu um bico na bola, chutando-a para longe, e foi expulso aos 35 minutos do segundo tempo. O Batatais em protesto abandonou o campo. O juiz inglês aguardou 30 minutos, como o Batatais não voltou para o gramado, encerrou o jogo e declarou o Guarani vencedor. Com a vitória o Bugre subiu para a primeira divisão do campeonato Paulista.

A LENDA

Tonho Rosa jogador do Batatais ficou tão decepcionado com o "roubo" que abandonou a carreira e nunca mais entrou num estádio de futebol. Quando estive em Batatais para transmitir um jogo do Guarani contra o Batatais, conversei com um velhinho que trabalhava tomando conta do Estádio Doutor Oswaldo Scatena. Aquele senhor disse que havia um Pai de Santo que tinha uma ligação muito forte com o Batatais. Ele Comentou que quando o Pai de Santo morresse, o Guarani seria rebaixado 10 vezes para pagar o "roubo" da Rua Javari. O Guarani Campeão Brasileiro de 1978, uma potência no cenário esportivo brasileiro, semifinalista da Libertadores, iniciou uma série de rebaixamentos a partir de 2001, supostamente o ano em que o tal Pai de santo morreu. Coicidência ou não o Bugre coleciona 9 rebaixamentos.

Ficha técnica
Final: Guarani 2x1 Batatais
Data: 12/02/1950
Local: Estádio “Rodolfo Crespi”, em São Paulo
Árbitro: Godfrey Sunderland
Gols: Américo Salomão
Zico e Dorival
Guarani: Arlindo; Orestes e Gritta; Godê, Luís de Almeida e Alcides; Dorival, Piolim, China, Chiquinho e Zico. Técnico: Adelmo Pelegrino Begliomini
Batatais: Rafael; Sapólio e Stacis; Goiano, Pixo e Itamar; Dido, Américo Salomão, Tonho Rosa, Luís Rosa e Lombardini. Técnico: João Lima

REBAIXAMENTOS DO GUARANI

2001 – Campeonato Paulista 2002 – Torneio Rio-São Paulo 2004 – Campeonato Brasileiro 2006 – Campeonato Paulista 2006 – Campeonato Brasileiro Série B 2009 – Campeonato Paulista 2010 – Campeonato Brasileiro 2012 – Campeonato Brasileiro Série B 2013 – Campeonato Paulista

Imagem: reprodução

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