Equipe por equipe, uma avaliação dos testes realizados na Espanha

Equipe por equipe, uma avaliação dos testes realizados na Espanha

No último domingo, 1º de março, foi encerrada a pré-temporada da Fórmula 1, em Barcelona.

Foram 12 dias de treinos (quatro em Jerez de la Frontera) e oito em Barcelona, sempre em dois períodos.

Nas baixas temperaturas dos circuitos espanhóis, as equipes testaram à exaustão seus novos carros e pneus, mas terão uma realidade diferente para o primeiro GP da temporada, dia 15 de março, no calor australiano de Melbourne.

Abaixo, uma avaliação das nove equipes que testaram, lembrando que a Manor (ex-Marussia) está inscrita e pode aparecer na etapa de abertura do Mundial. 

Mercedes:

A pouca importância dada pela equipe ao quesito cronômetro dá o tom do nível de superioridade em que se encontra. Tanto em Jerez quanto nas duas baterias em Barcelona, o time prateado priorizou ganhar mais e mais quilometragem com o W06, uma evolução do já ótimo carro do ano passado. Será uma enorme surpresa se não estiver na primeira fila do grid do GP da Austrália, dia 15 de março.

Bandeira quadriculada: o motor Mercedes é o melhor da F1, e embora outros carros o utilizem (Williams, Force India e Lotus) as soluções mais avançadas certamente estarão a seu favor. A dupla Hamilton/Rosberg tem experiência de sobra para melhorar ainda mais o carro durante a temporada.

Bandeira preta: com seus dois pilotos disputando o título, não será surpresa se algum GP praticamente ganho seja perdido.

Williams-Mercedes:

Deve rivalizar com a Ferrari e a Red Bull como segunda força do campeonato. Após a evolução marcante em 2014, a esquadra de Frank Williams terá um 2015 para se reafirmar de vez. Nenhum problema gritante apareceu nos testes e com alguma jornada infeliz dos carros da Mercedes pode voltar a vencer.

Bandeira quadriculada: a disputa interna entre Bottas e Massa pode impulsionar a equipe por resultados ainda melhores. O FW37 deu demonstrações claras de que está mais consistente em ritmo de corrida, nos trechos longos que a equipe realizou nos testes.

Bandeira preta: sem o mesmo orçamento da Mercedes, Ferrari e Red Bull, pode perder terreno ao longo da temporada.

Ferrari:

O início dos testes em Jerez animou os tiffosi, desde a cúpula até o torcedor da arquibancada. O motor, um dos pontos fracos no ano passado, melhorou a ponto de provocar ânimo até no apático Raikkonen. Vettel se encaixou perfeitamente ao ritmo de trabalho de Maranello, tornando-se simpático a engenheiros e mecânicos.

Bandeira quadriculada: a reestruturação do time, que se fazia necessária, com um corpo técnico qualificado e o gordo orçamento, podem fazer o carro evoluir para vencer a disputa com suas rivais diretas pelo vice-campeonato (Williams e Red Bull).

Bandeira preta: a Ferrari é muito passional, sempre foi e sempre será. Alguns tropeços podem gerar um efeito devastador no ânimo de seus integrantes.

Red Bull:

Claramente o motor Renault continua tecnologicamente distante dos propulsores da Mercedes. Neste ano foi superado pelos Ferrari. Ganhou em confiabilidade mas continua devendo em velocidade bruta.

Bandeira quadriculada: Daniel Ricciardo, agora o primeiro piloto, teve um 2014 brilhante, em que pesem as limitações de seu equipamento. Ganhou três corridas mesmo assim. Talvez ele possa, de fato, fazer a diferença.

Bandeira preta: Adrian Newey parece não ter a mesma motivação de antes. O projetista dá demonstrações de que chegou próximo do limite do que pode fazer em termos de aerodinâmica e conceitos mecânicos. Depende de melhorias da Renault.

Sauber-Ferrari:

Certamente a equipe que mais evoluiu em relação ao ano passado. Fez um carro convencional e que demonstrou-se confiável até agora. Diferente de 2014 é forte candidata a estar na zona de pontos desde o primeiro GP do ano.

Bandeira quadriculada: o novo motor Ferrari parece ter sido essencial para os bons resultados do time na pré-temporada. 

Bandeira preta: apesar da telemetria ajudar muito, é importante que os pilotos contribuam no desenvolvimento de um carro de F1. Com pilotos jovens, Nasr estreando, e Ericsson em seu segundo ano, isso talvez atrapalhe um pouco o crescimento dos suíços.

Lotus-Mercedes: 

Maldonado chegou a liderar dois treinos na primeira bateria de testes em Barcelona, demonstrando que o carro de 2015 nasceu bem melhor que o do ano passado.

Bandeira quadriculada: Ano da verdade para o time de Enstone. Após um 2014 pífio, com um carro ruim e medonhamente feio (aquele bico "tomada" desproporcional não deixou saudade), deve subir alguns degraus por conta da parceria com a Mercedes, no lugar da Renault.

Bandeira preta: seus dois pilotos continuam chamando mais atenção pelas trapalhadas do que pelos bons desempenhos. Com um orçamento limitado, Pastor Maldonado e Romain Grosjean podem causar prejuízos danificando bicos, aerofólios e suspensões. Maldonado, aliás, avariou seu carro no último dia de treinos. após batida.

Toro Rosso:

A equipe satélite da Red Bull deverá sofrer do mesmo problema que a matriz: a limitação do motor Renault. De qualquer forma, conseguiu cumprir um bom programa de testes na pré-temporada com Verstappen e Carlos Sainz Jr.

Bandeira quadriculada: o time de Faenza entra em sua décima temporada na F1 com o objetivo claro de tornar-se a principal força entre as médias da categoria. Sedimentada, busca sua própria identidade com um carro confiável, como demonstrou nos treinos coletivos.

Bandeira preta: contando com dois pilotos estreantes, será natural que a equipe deixe de conquistar pontos pela inexperiência dos condutores do STR10.

Force India-Mercedes: 

Demorou para apresentar seu novo carro, o VJM08, mas nos três dias de treinos em Barcelona apareceu bem, principalmente no tocante à confiabilidade.

Bandeira quadriculada: seus dois pilotos são bons, Pérez e Hulkenberg. Precisando contabilizar pontos, esse aspecto pode ser fundamental para o time. O motor Mercedes deve ajudar também.

Bandeira preta: a equipe quase fechou as portas ao término da temporada de 2014. Candidata a mais forte das médias até alguns anos, a Force India vai se ressentir do orçamento apertado para tentar fugir dos últimos lugares do grid.

McLaren-Honda:

Praticamente começando do zero, o time de Woking retoma a parceria com a Honda em busca de voltar a ser protagonista na Fórmula 1. Contratou Alonso, o melhor piloto da categoria e manteve Jenson Button que deve ajudar no desenvolvimento do carro. Vai depender do acerto dos japoneses para conseguir uma temporada, ao menos, razoável. A pré-temporada foi ruim demais, com o MP4-30 apresentando problemas complexos. O acidente de Alonso em Barcelona, segundo a equipe, foi causado por uma forte rajada de vento na curva 3 do circuito catalão, mas especulou-se muito sobre um possível choque elétrico sofrido pelo espanhol, uma vez que o sistema de recuperação de energia do carro havia sofrido diversos problemas nos dias anteriores.

Bandeira quadriculada: com uma dupla de pilotos de nível excelente, pode conseguir mais do que o potencial do equipamento disponibiliza. 

Bandeira preta: sem poder testar, a Honda terá um trabalho hercúleo para minimizar os problemas de confiabilidade.

Fotos: Divulgação das equipes

Melhores tempos em Barcelona (dez primeiros colocados):

1º Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1min22s792 (pneus macios)
2º Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 1min23s022 (pneus macios)
3} Valtteri Bottas (FIN/Williams-Mercedes) - 1min23s063 (pneus supermacios)
4º Felipe Massa (BRA/Williams-Mercedes) - 1min23s262 (pneus supermacios)
5º Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - 1min23s276 (pneus supermacios)
6º Sebastian Vettel (ALE/Ferrari) - 1min23s469 (pneus supermacios)
7º Felipe Nasr (BRA/Sauber-Ferrari) - 1min24s023 (pneus supermacios)
8º Romain Grosjean (FRA/Lotus-Mercedes) -1min24s067 (pneus supermacios)
9º Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso-Renault) - 1min24s191 (pneus supermacios)
10º Pastor Maldonado (MEX/Lotus-Mercedes) - 1min24s200 (pneus supermacios)

 

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