Nem bem assumiu a presidência do São Paulo e Carlos Miguel Aidar já alfinetou o Corinthians e o Santos. Seu antecessor, Juvenal Juvêncio, vivia fazendo a mesma coisa. Andrés Sanchez também não perde a oportunidade. Ao contrário do que muitos dizem, isso faz mal ao futebol sim. Vivemos época de extrema violência. Nossa sociedade é um barril de pólvora. Qualquer fagulha pode provocar uma desgraça.
Lembro-me como se fosse hoje: no começo de 2008, dias antes de eu deixar o jornalismo esportivo para assumir a gerência de futebol do Grêmio Barueri, discuti no ar, pela Rádio Transamérica, com Toninho Cecílio e Marco Aurélio Cunha, que gerenciavam Palmeiras e São Paulo, respectivamente. Na oportunidade ambos viviam dando declarações espinafrando os rivais e estavam discutindo de novo. Entrei na conversa para dizer exatamente isso, que essas discussões não fazem bem ao futebol. Dias depois o campeonato paulista daquele ano acabou decidido com gás de pimenta jogado no vestiário do São Paulo no estádio Palestra Itália. Acho que eu não estava tão errado assim.
Aliás, basta uma rápida passada pelas redes sociais para confirmar o que digo. A cada episódio desses, de um dirigente ou jogador de clube grande achincalhando um adversário, e as manifestações violentas passam a proliferar. São ameaças, xingamentos e até brigas marcadas pela internet, cujos resultados todos nós já conhecemos.
Alguém que se propõe a dirigir ou jogar por um grande clube deveria ter ciência da responsabilidade que carrega consigo. Uma coisa é você brincar num boteco ou numa roda com dois ou três amigos. Outra, bem diferente, é provocar e desdenhar de toda uma coletividade num veículo de comunicação de massa.
Afinal de contas, combater a violência sob a qual vivemos hoje é como tentar resolver o problema da falta d'água: cada um tem que fazer a sua parte nos mínimos detalhes.
No Twitter: @calilcomc
Foto: UOL
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