Para ser campeão, o Atlético-MG pode perder por um gol de diferença ou mesmo por dois desde que faça um ou mais gols

Para ser campeão, o Atlético-MG pode perder por um gol de diferença ou mesmo por dois desde que faça um ou mais gols

Do UOL, em Belo Horizonte

Com gols de Luan e Dátolo, no começo de cada etapa, o Atlético-MG venceu o Cruzeiro por 2 a 0, na noite desta quarta-feira, no jogo de ida da final da Copa do Brasil, no Independência, com torcida apenas do time alvinegro.

Dessa forma, a equipe atleticana, que nas duas fases anteriores da competição teve que virar resultados de 2 a 0 para Corinthians e Flamengo, jogará com vantagem, no Mineirão, no próximo dia 26, para conquistar o inédito título.

Para ser campeão, o Atlético-MG pode perder por um gol de diferença ou mesmo por dois desde que faça um ou mais gols (por exemplo: 3 a 1, 4 a 2).

Vitória do Cruzeiro por 2 a 0 levará a decisão para os pênaltis. Para conquistar o título no tempo normal, o Cruzeiro terá de vencer por três gols de vantagem.

O alvinegro fez prevalecer o tabu e continua sem ser derrotado pelo arquirrival Cruzeiro, no Independência, desde a reinauguração do estádio, em 2012, com cinco triunfos atleticanos e três empates, levando-se em conta um jogo em que o mando de campo foi celeste.

Depois de muita polêmica nos bastidores, durante os dias que antecederam o clássico, em função do desentendimento sobre a cota de 10% de ingressos para o visitante, que acabou resultando em clássico somente com atleticanos, com a bola rolando a partida foi muito disputada, mas sem confusão.

Fases do jogo: O primeiro tempo começou com um esboço de pressão do Cruzeiro, que se aproveitava do nervosismo inicial do zagueiro Jemerson. Logo a 2 min, Ricardo Goulart cobrou falta cometida pelo jovem defensor em Willian, mas a bola foi bem defendida por Victor. Não demorou para o Atlético, que ainda não havia atacado, abrir o placar, aos 8 min, com Luan, de cabeça, aproveitando cruzamento de Marcos Rocha. Foi levantada a questão de uma posição irregular do meia-atacante atleticano, mas a arbitragem nada marcou.

O Cruzeiro não se abalou e teve chance de empatar pouco tempo depois, por meio de Marcelo Moreno, que foi impedido pelo camisa 1 alvinegro. Empurrado por sua torcida, que fez muita festa na etapa inicial, o Atlético-MG passou a viver uma fase de predomínio em um jogo caracterizado pela intensidade da disputa e pela forte marcação dos dois lados. O mandante chegou a criar chances para ampliar a vantagem. Aos 33 min, Dátolo chutou de esquerda, mas Fábio defendeu. Apesar de muito disputado, os 45 minutos iniciais foram tranquilos e não houve nenhum cartão amarelo.

Enquanto o Atlético voltou sem alteração para o segundo tempo, o Cruzeiro retornou com Nilton no lugar de Lucas Silva, numa tentativa de apertar a marcação. O alvinegro mineiro voltou se posicionando mais atrás, para tentar explorar os contra-ataques. Ainda assim, aos 2 min, Dátolo arriscou de longe e obrigou Fábio a fazer boa defesa. Aos 13 min, o argentino voltou a chutar e, dessa vez venceu Fábio. Ele aproveitou uma cobrança de lateral de Marcos Rocha, que já virou tradição, lançando a bola na área adversária.

Em desvantagem no marcador, o técnico Marcelo Oliveira queimou logo suas substituições e tirou seus dois principais jogadores, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, que saíram para a entrada de Júlio Baptista e Dagoberto. Mas o meio de campo do time celeste criava pouco e a equipe visitante abusava dos chutões, tentando a ligação direta. Nos minutos finais, Fábio evitou por duas vezes o terceiro gol, em chutes de Tardelli e Marcos Rocha.

O melhor: Dátolo – Além de ser eficiente nas assistências, finalizou bastante e marcou o segundo gol atleticano.

O pior: Lucas Silva – Volante que se caracteriza por marcar forte e chegar bem ao ataque, fez um primeiro tempo discreto, especialmente na recuperação da segunda bola e foi substituído, no intervalo, por Nilton.

A chave do jogo: Gol atleticano quando Cruzeiro era melhor – A cabeçada certeira de Luan, aos 8 min do primeiro tempo, foi decisiva para o resultado do primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Quando o Atlético saiu à frente do marcador, o Cruzeiro dominava a partida e desconhecia os fatores campo e torcida. Esse gol tranquilizou o anfitrião. No segundo tempo, a história se repetiu e o alvinegro marcou quando o adversário dominava, por meio de Dátolo.

Toque dos técnicos: Impossibilitado de escalar Maicosuel, com estiramento muscular na coxa esquerda, o técnico Levir Culpi teve que adotar o esquema com dois volantes, escalando Leandro Donizete e também Josué. E os dois jogadores tiveram atuação importante, na marcação dos habilidosos jogadores ofensivos do Cruzeiro. No segundo tempo, Marcelo Oliveira colocou Nilton no lugar de Lucas Silva, com a missão de "marcar mais o meio e ganhar a segunda bola". Não conseguiu mudar significativamente o panorama.

Jogo de torcida única. O desentendimento entre as diretorias de Atlético e Cruzeiro sobre a distribuição da carga de 10% a ser destinada aos 'visitantes', acabou por transformar o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, no Independência, em uma partida de torcida única, com presença exclusiva dos atleticanos.

Muitos torcedores do lado de fora. O preço elevado de ingressos, que variaram entre R$ 200 e R$ 700, impediram muitos torcedores de comparecer ao Independência. Dessa forma, muitos atleticanos ficaram do lado de fora do estádio, manifestando apoio ao time atleticano.

Selfie da paz.Depois de Atlético e Cruzeiro postarem em suas redes sociais, selfies de alguns de seus atletas dentro de uma campanha pela paz no futebol, os jogadores dos dois rivais entraram em campo com uma camiseta branca, sobre os uniformes de jogo, com os dizeres: "selfie da paz". Os atletas do time mandante atiraram suas camisetas para os torcedores.

Josué suspenso. O Atlético-MG entrou com cinco jogadores pendurados no primeiro jogo da decisão: Leonardo Silva, Jemerson, Marcos Rocha, Josué e Luan. O rival Cruzeiro só tinha o goleiro Fábio, com dois amarelos. O primeiro amarelo do jogo foi aplicado aos 41 min do segundo tempo para Josué, que não poderá jogar no Mineirão. Samudio ainda foi advertido, mas não estava pendurado.

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