A terça-feira começou para o Botafogo de forma agitada. Os jogadores se reuniram com dirigentes nos vestiários do Engenhão para conversa sobre os problemas financeiros que o clube vive e que afetam o dia a dia do elenco. Os atrasos salariais estão perto de atingir três meses. O Alvinegro ainda deve pagamento de direitos de imagem e FGTS.

O encontro foi uma solução encontrada pelo Botafogo para debater o tema, exposto pelos jogadores antes do clássico com o Flamengo no último domingo. Através de uma faixa, o grupo cobrou os cartolas pelas promessas não cumpridas. A diretoria foi surpreendida com a faixa dos atletas e acusou desconforto com a manobra.

O encontro no Engenhão atrasou o treinamento marcado pelo Botafogo. O Bangu teve que esperar pelos atletas do Botafogo, que não foram ao gramado no horário marcado para o jogo-treino: às 9h.

A faixa com a cobrança pelo pagamento das dívidas foi mais um capítulo em que os jogadores do Botafogo se uniram para protestar. Em março, ainda em meio à disputa da Copa Libertadores, os atletas atrasaram um treinamento por cerca de meia hora e, em seguida, ficaram por oito minutos sentados no gramado do campo anexo do Engenhão para demonstrar o incômodo com a situação que, na ocasião, beirava os dois meses de dívida.

No mesmo mês, os jogadores decidiram por não treinar numa atividade que estava marcada para um domingo.

Durante a Copa do Mundo, o grupo se negou a viajar para a Paraíba, onde tinha um amistoso marcado com o xará local, por conta do problema. Outra forma de amenizar o fato tem sido, vez por outra, abolir a concentração e se apresentar somente no horário do almoço do dia dos jogos.

Presidente do Botafogo, Maurício Assumpção acusa a asfixia financeira do Governo para argumentar sobre os atrasos salariais. Atualmente, o Alvinegro tem suas receitas 100% bloqueadas por conta de uma dívida de cerca de R$ 700 milhões.

Foto: UOL