Entenda um pouco mais sobre a campanha da Argentina na Copa do Mundo e sobre a participação ta torcida

Entenda um pouco mais sobre a campanha da Argentina na Copa do Mundo e sobre a participação ta torcida

A Seleção Argentina fez ou não fez bonito nesta Copa do Mundo? Para muitos, chegar à final, endurecer um jogo contra a favorita Alemanha e perder apenas na prorrogação foi muito digno para uma seleção que não esbanjava tanta confiança antes do começo do Mundial. Para outros, nossos “hermanos” só chegaram à decisão porque não tiveram grandes adversários e ainda se retrancaram, jogando apenas nos contra-ataques, o que seria pouca coisa para uma seleção tão tradicional quanto da Argentina.

Cada um faz sua análise e ela tem que ser respeitada, mas, pelo o que eu vi e o que foi apresentado, foi uma grande surpresa ter nossos vizinhos nesta final. Afinal, o ataque, que antes da Copa, era um dos mais fortes do mundo, tendo nomes incríveis como Messi, Agüero, Di María, Higuaín e Lavezzi, não foi o grande destaque da seleção na competição. A Argentina marcou apenas oito gols no Mundial, sendo um deles contra, na estreia contra a Bósnia, e apenas dois tentos anotados nos quatro jogos eliminatórios.

Juntos, estes cinco balançaram 76 vezes as redes, contando apenas os campeonatos nacionais disputados por eles em 2013-14. Um número alto, contando que todos perderam alguns jogos por lesões e que apenas Higuaín e Agüero jogam como verdadeiros camisa 9.

O grande problema que os especialistas e os torcedores apontavam antes do Mundial era a defesa. Federico Fernández, Martín Demichelis, Ezequiel Garay e Hugo Campagnaro não fazem frente com os grandes zagueiros que a Argentina teve no passado como Daniel Passarella e Roberto Ayala. Porém, após uma primeira fase conturbada, com os defensores mal posicionados e o time sofrendo muito perigo e três gols contra adversários fracos, Alejandro Sabella arrumou a equipe. Assim, a partir das oitavas-de-final, a Argentina tomou apenas um gol, justamente o de Mario Götze, na prorrogação da eletrizante final, que deu o título de campeã do mundo para a Alemanha.

Outro ponto que foi surpreendente durante a Copa do Mundo foi Sergio Romero. O goleiro sofreu duras críticas durante o Mundial de 2010. Ele também chegou a amargar a reserva do Monaco na última temporada do Campeonato Francês. Entretanto, calando as críticas, Romero fez um grande torneio, fez grandes defesas em todas as partidas e, na semifinal, foi o herói, defendendo dois pênaltis Holanda, colocando a Argentina na final.

Os bicampeões do mundo foram melhorando no decorrer na competição. Sempre passando um sufoco, mas ajustando cada vez mais a equipe titular. Javier Mascherano, que está sendo tão idolatrado por todos, fez o mesmo. Começou a Copa meio desligado, não estava se encaixando no esquema de Sabella. Quando começou o mata-mata, ele assumiu a liderança do time, fazendo atuações bem melhores que as do Messi, por exemplo. Apagando, assim, as más temporadas que teve nas últimas temporadas pelo Barcelona.

Agora, o que não foi surpreendente, foi a invasão da “hinchada” argentina no Brasil. Nossos vizinhos mostraram toda sua paixão pela Alviceleste. Ainda na primeira fase, contra a Nigéria, mais de 100 mil argentinos estavam no Rio Grande do Sul. Contra a Suíça, nas oitavas, os “hermanos” povoaram a cidade de São Paulo. Na grande final, dizem que tinham cerca de 150 a 200 mil argentinos na Cidade Maravilhosa.

Contudo, nada me impressionou tanto como a estadia deles na capital paulista durante a semifinal. Poucos tinham ingressos para assistir a partida no estádio. Deste modo, o resto, que era a grande maioria, decidiu ir para a Fan Fest, no Vale do Anhangabaú. Horas antes do pontapé inicial, o espaço da FIFA já estava lotado, sem espaços para mais ninguém. Assim, os que não conseguiram ingressar na Fan Fest, que também era um bom número, decidiram acompanhar o jogo em bares da região.

Eram tantos torcedores que eles fecharam uma rua. Com os famosos hits “Decime que se siente” e “Vamos, vamos Argentina”, eles incendiaram o local. Com direito a bandeiras, grandes e pequenas, caras pintadas e até argentinos sobre bancas de jornal, sofreram, mas conseguiram comemorar e muito após a decisão nos pênaltis.

Uma pena que após a derrota de ontem, cenas de depredações e brigas aconteceram em Buenos Aires. A torcida, que é uma das melhores do mundo, não soube conter suas lamentações depois da perda do título e também não soube comemorar a campanha, que, como já disse, foi inesperada.

FOTO: UOL

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