Juvenal estava no cargo desde abril, quando Aidar assumiu o posto de presidente.

Juvenal estava no cargo desde abril, quando Aidar assumiu o posto de presidente.

Ex-presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, não é mais diretor das categorias de base do clube. Após a briga com Carlos Miguel Aidar, atual presidente, ele deixou o cargo, segundo informou o blog Painel FC, da Folha de S.Paulo.

Juvenal estava no cargo desde abril, quando Aidar assumiu o posto de presidente.

Veja abaixo a entrevista de Juvenal concedida ao UOL Esporte, desabafando sobre Aidar:

Cinco meses de silêncio

"Fiz questão de não dar nenhuma declaração, não atendi durante cinco meses nenhum jornalista. Sou uma pessoa forte, e essa pessoa forte poderia inibir o novo presidente. Dei um tempo, não entrei em bravatas, não respondia provocações e etc.. Agora é minha vez de falar"

Reunião com aliados: resposta suave

"Que eu não fui eu na nota, é verdade. Meu negócio é mais forte, por natureza. A nota foi muito mais suave. Mas é um sacrifício pela instituição. Eu fui surpreendido, muito surpreendido, com as declarações do Carlos Miguel. Ontem recebi muita gente na minha casa, eles saíram daqui à 1h da manhã. E eu não tenho resposta. Por que isso? Eu ia dar uma entrevista coletiva, mas fui impedido pelos companheiros. Dissemos: 'Vamos fazer uma nota, suave, para dizer isso e aquilo', e fizemos isso. Eu não gostei, mas eu resolvi fazer um sacrifício pela instituição. Isso não entrou na nota porque eu precisaria ser eu mesmo, fazer um comentário mais forte, ser mais profundo"

"Mexeu com o brio"

Mexeu com o brio. Muita gente me ligou, prestou solidariedade, perguntaram: "Mas o que é isso?" Eles estão alvoroçados. Tenho impressão que ele [Aidar] vai repensar. A gente faz um sacrifício.

"Ele não tem a menor noção"

"Precisa ter muito cuidado agora para saber para onde esse barco vai. O Carlos Miguel esteve completamente ausente do clube por 24 anos, no escritório dele, na Avenida Paulista, com 150 advogados... Completamente fora, sem participar, sem vibrar com isso, sem conhecer as pessoas. Mas foi buscado, eu trouxe. Agora, você quer saber?, ele está falando com gente da oposição. Ele está conversando. Virou uma barganha. Ele não tem a menor noção do que seja isso, é a mesma coisa que dar um boeing para ele dirigir. Vai cair..."

"Não pode" dizer que se arrepende por escolher Aidar

"Não posso falar que me arrependo, senão fica mal. Eu quero ter uma posição positiva, acreditar que houve um problema de equívoco. Nesse instante a gente tem que ter mais alto a instituição"

Acha que Aidar vai repensar o que disse

"Não falei com ele. Como quero dar naturalidade a isso, não preciso falar com ele. Eu acho que ele vai ter agora um senso e vai repensar. Ele tem feito tudo nesses cinco meses, tudo, sem nenhum contraponto. Tudo certinho... com sorrisos. E na vida não é assim. Essa, agora, não é de sorrisos"

Dívida não representa dificuldade

"O São Paulo é a melhor situação que tem no Brasil entre todos os clubes. Os clubes no Brasil estão quebrados, Corinthians devendo R$ 1 bilhão. Fui a uma reunião com clubes, clubes do Rio de aneiro, todos eles falaram isso. O São Paulo tem uma situação zero de dívida fiscal. Ele [Aidar] já vendeu dois jogadores, já amenizou o que tínhamos feito de umadiantamento de R$ 50 milhões de um contrato de R$ 340 milhões com a Globo. E ele foi lá e comprou o Alan Kardec por R$ 20 milhões, comprou o jogador à vista! Qual clube quebrado que tem R$ 20 milhões no caixa?"

Futebol: "É tudo a mesma coisa"

"Último ano teve uma campanha bonita, mas uma campanha difícil. Sem títulos, sem expectativa e sem esperança. O time não vencia, fizemos um esforço bruto, tentativas infrutíferas. Foi feito com cuidado e não funcionou. Mas nós fizemos. […] Ele foi lá, trouxe o Kaká, o jogador veio, jogou bem, deu sorte... Ótimo, o São Paulo só ganha com isso. Mas de resto não aconteceu mais nada. Não mudou mais nada. É tudo como estava. Técnico, comissão técnica, Reffis, estrutura, é tudo a mesma coisa"

Saúde: melhor há dois meses

"Eu não estava bem de saúde na época da campanha [abril], tive problemas grandes. Eu me recordo, por exemplo: uma das coisas que mais gosto é de participar do processo de apuração na eleição do clube. Acho aquilo contagiante, todo mundo gritando. Nessa eleição fiquei no palco lá em cima, onde estavam os dirigentes, falava com um, com outro, não desci, não fiz boca de urna. Isso, no instante exato em que o microfone anunciou que acabou o processo de votação, eu desci, saí por um desvão, peguei o carro e fui embora. Fui dormir. Sequer sabia o resultado do processo. Não fiquei para a apuração. Foi um esforço muito grande"

FOTO: UOL

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