Em jogo de portões fechados no Arruda, o Santa Cruz garantiu sua classificação à terceira fase da Copa do Brasil(onde enfrentará o Santa Rita-AL) ao bater o Botafogo-PB por 2 a 1, com dois gols de Léo Gamalho. No duelo de ida, realizado em João Pessoa, o resultado havia sido um empate por 1 a 1. 
 
Os dois times foram no mesmo sistema de jogo, o 4-2-3-1. Sem a bola, faziam encaixes com perseguições dentro do setor e proximidades, inclusive com um dos zagueiros saindo da linha defensiva para fazer a caça setorial curta quando Léo Gamalho(que também buscava a movimentação pelos lados) e Frontini saíam da área para buscar jogo na intermediária ou oferecer linha de passe ao portador da bola. 
 
O Santa Cruz marcava em bloco médio/baixo e geralmente sem muita agressividade na marcação. Já o Belo, muitas vezes marcava pressão a partir da intermediária ofensiva desde a saída de bola, subindo encaixes, negando espaços ao passe entre as linhas e forçando os lançamentos para o campo de ataque, de modo a dificultar a transição defesa-ataque tricolor. Porém, uma de suas principais falhas estava no comportamento tático de Rafael Aidar na recomposição pelo flanco esquerdo(por onde inicialmente se posicionou, apesar de ter invertido para o lado direito ainda no primeiro tempo). Em um dos lances de perigo do Tricolor do Arruda, Danilo Pires centralizou, carregando a marcação de um dos volantes, enquanto que o outro volante tentou pressionar o portador da bola(Memo), deixando um buraco no entre-linhas, e Rafael Aidar erradamente tentou dobrar a pressão junto com o volante no homem da bola, ao invés de encaixar no lateral-direito Tony. Carlos Alberto saiu da faixa central e ocupou o lado direito do ataque e atraindo a atenção do lateral-esquerdo Badé. Memo encaixou o passe, Tony viu um grande espaço à sua frente, veio de fora pra incursionar por dentro da cancha e mandar um "torpedo" em diagonal, carimbando o travessão do goleiro. No lance do primeiro gol coral, Memo(volante de muita qualidade no passe e visão de jogo, que iniciava a maior parte das jogadas do Santa Cruz em campo ofensivo) deu a esticada de bola pela direita para Tony, Rafael Aidar não o acompanhou até o final e um dos volantes(cujo qual estava acompanhando Danilo Pires mais de perto na jogada) tentou fazer a cobertura, mas chegou atrasado. Resultado: Tony se projetou na linha de fundo e fez o cruzamento rasteiro para Léo Gamalho, que ganhou na corrida para o zagueiro que estava acompanhando-o individualmente na área, e só escorou para o gol. 
 
Como o técnico Marcelo Vilar bem destacou na entrevista durante o intervalo, o Botafogo-PB passou a ter mais posse e retenção de bola no ataque, após o gol sofrido. Passou a ter mais paciência para propor o jogo, enquanto que o Santa tentava jogar mais reativamente. No gol de empate paraibano, um problema defensivo mostrado pelo Tricolor do Arruda nos jogos anteriores voltou a aparecer: O lado esquerdo da defesa. O Belo atacou às costas de Renatinho(que no lance, tentou subir a pressão no portador da bola), Renan Fonseca se deslocou para o lado da área na cobertura, mas foi driblado por Rafael Aidar, que chegou no fundo e cruzou. Dentro da área, Everton Sena estava projetado para tentar a interceptação do cruzamento, ou mais popularmente falando, "marcando a bola", enquanto que Tony, lateral do lado oposto que fechou na cobertura, encaixou em Frontini. Resultado: Lenilson apareceu livre de marcação no centro da área para cabecear. O mais apropriado para a situação seria Everton Sena fechar com Lenilson, ou então Memo(volante do lado oposto, que estava mais centralizado e não acompanhou a infiltração do camisa 10 na grande área) fazer isso, deixando Everton tentar a interceptação e Tony com Frontini.
 
Na segunda etapa, o técnico Sérgio Guedes inverteu o posicionamento de Pingo e Danilo Pires, com o primeiro mais pela direita e o segundo circulando mais à esquerda. Posteriormente, Pingo saiu para a entrada de Natan, que atuou mais centralizado na linha de 3 do 4-2-3-1, dando mais criatividade, dinâmica e movimentação. Com isso, Carlos Alberto foi deslocado um pouco mais pra direita, porém, com liberdade de ir por dentro. O segundo gol tricolor se originou de um belo lançamento em diagonal de Renatinho(que sempre chegava pelo meio e tentava o passe de ruptura) para Léo Gamalho marcar. O Botafogo-PB tentou o empate na base do abafa, apostando principalmente nas bolas paradas laterais, com cruzamentos para a área, porém, a maioria destes eram "à meia altura" e facilmente interceptados. O Santinha adotou proposta contragolpista e se segurou defensivamente para garantir o resultado e a classificação.

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