Com o resultado, o rubro-negro carioca saiu da lanterna, já os pernambucanos caíram três posições na tabela de classificação e se afastaram do G-4.

Com o resultado, o rubro-negro carioca saiu da lanterna, já os pernambucanos caíram três posições na tabela de classificação e se afastaram do G-4.

Mais um jogo que mostra o sofrível nível técnico do futebol brasileiro e da Série A. Em uma partida fraquíssima tecnicamente, o Flamengo derrotou o Sport por 1 a 0 no Maracanã e deixou a lanterna. O Leão da Ilha, por sua vez, se afastou ainda mais do G-4, caindo do quinto para o oitavo lugar na tabela do Brasileirão. 
 
O Sport foi no 4-4-2 com duas linhas de quatro, onde Wendel e Augusto atuaram mais abertos, deixando Felipe Azevedo mais próximo de Neto Baiano. O time pernambucano conseguia marcar o Flamengo até com certa facilidade. Marcava com alternância de bloco médio pra baixo, com encaixes no setor e linhas bem compactadas, impossibilitando a penetração pelo centro e dificultando o passe vertical entre-linhas. Como sempre, proposta claramente reativa, porém, a equipe leonina tinha muitas dificuldades para atacar. Faltava orientação com a bola nos pés, errava muitos passes, cometia muitos erros técnicos, não conseguia puxar o contra-ataque e tinha problemas pra fazer a transição da defesa para o ataque, já que o Flamengo exercia pressão e negava espaços desde sua saída, adiantando suas linhas, cerrando as linhas de passe ao portador da bola e também pressionando o mesmo. Abusava das ligações diretas para o campo de ataque, porém, o Mengão ganhava praticamente todas as primeiras e segundas bolas. A única grande oportunidade da equipe pernambucana, do primeiro tempo e talvez do jogo foi um lançamento de Rithely para a infiltração de Augusto no facão partindo da direita e fazendo a diagonal, atacando o espaço entre o lateral-esquerdo e o zagueiro. 
 
O 4-3-3 do Flamengo virava 4-1-4-1 quando defendia. Com a bola, não tinha paciência para trocar passes no meio-campo e buscava o passe/lançamento mais longo para Alecsandro tentar o pivoteio pra tabelar com quem vinha de frente ou tentava atacar pelas beiradas, com as dobradinhas e jogadas geralmente direcionadas à linha de fundo, na tentativa de alargar a marcação adversária. 
 
No segundo tempo, Eduardo Baptista colocou Zé Mário e Danilo nos lugares de Augusto e Wendel, respectivamente, mantendo a estrutura tática. Do outro lado, Vanderlei Luxemburgo tentou reforçar o setor ofensivo com as entradas de Arthur e Eduardo da Silva. Por obrigação, o Flamengo tentou propor o jogo, porém, sem agressividade, nem objetividade, sendo muito mais um domínio territorial, já que não tinha criatividade e não chegava com efetividade na frente. O Sport recuou ainda mais suas linhas, mantendo a compactação e impossibilitando a infiltração pelo solo. O time carioca passou a forçar ainda mais pelos lados do campo, principalmente com cruzamentos para a área. Até que saiu o gol com Eduardo da Silva, que infiltrou no espaço entre Oswaldo e Ferron na área para cabecear. No lance, Ferron estava encaixado em outro atacante flamenguista, porém, na prática, Oswaldo estava "marcando a bola", ao invés de encaixar no jogador. 
 
Flamengo premiado pela persistência. Não se pode criticar Eduardo Baptista por adotar proposta de jogar em reação, no erro adversário, já que é essa a característica do time. Foi assim que o Sport foi campeão pernambucano e da Copa do Nordeste. Agora é fato que a equipe precisa ter mais retenção e posse de bola no ataque, precisa trabalhar mais situações ofensivas e também de movimentação e aproximações para criar espaços. São necessárias alternativas para esse tipo de situação. Na maior parte dos jogos em que o Sport sai perdendo atrás, acaba se complicando, pois acaba tendo que avançar suas linhas e sair para propor o jogo e termina deixando espaços para os contragolpes adversários. Foi assim contra Corinthians e Figueirense. Contra o Flamengo, foi uma situação muito diferente, pois o gol saiu no final da partida. Como Eduardo Baptista sempre diz, no futebol moderno tem que ter "humildade pra marcar e sabedoria pra jogar". O que está faltando ao Sport é inteligência e organização para jogar com a bola, em fase de "ataque organizado". 

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