Apesar de sua camisa no clube, de número 31, ter seu nome escrito, ele conta que só é chamado pela torcida e companheiros de "Boi"

Apesar de sua camisa no clube, de número 31, ter seu nome escrito, ele conta que só é chamado pela torcida e companheiros de "Boi"

A boa fase que o atacante Aloísio viveu no São Paulo em 2013 atravessou o mundo e o acompanha na Ásia. Mas ela não foi sozinha. Junto com os gols, o apelido de "Boi Bandido", que fez sucesso entre os torcedores são-paulinos, também já virou mania entre os chineses fãs do Shandong Luneng.

Apesar de sua camisa no clube, de número 31, ter seu nome escrito, ele conta que só é chamado pela torcida e companheiros de "Boi" na língua local, sem o "Bandido". Em 2013, o sucesso do apelido fez o São Paulo lançar até uma campanha de marketing por meio de uma camisa com o nome.

"Só me chamam de Boi aqui, em chinês. Não me chamam de Aloísio. Quando todos torcedores gritam (boi em chinês), já sei que é pra mim e levo na boa. É uma das poucas coisas que entendo do chinês por enquanto. Os companheiros me chamam assim também", falou, em entrevista ao UOL Esporte. "Eles falam o boi, sem o Bandido. Mas não sei como se escreve não."

"É uma coisa boa e que me ajuda positivamente. Foi algo legal já no São Paulo e que os torcedores brincavam e eu levava na boa. Pegou muito pelo meu modo de jogar e foi legal. Não tenho nada do que reclamar não. É uma marca que uso e agora espero continuar", prosseguiu.

Segundo a Chinbra (Centro de Língua e Cultura Chinesa), a pronúncia da palavra "boi" em chinês é "niu".

Aloísio foi o artilheiro do São Paulo ano passado com 22 gols. Em 2014 já marcou três gols em dez jogos pela equipe asiática entre participações no Campeonato Chinês e Copa dos Campeões da Ásia. Fez outros gols em amistosos. Em um deles, o primeiro que fez pelo clube, há dois meses, aproveitou e fez outra de suas marcas registradas, ao comemorar o gol com a famosa voadora.

Ele conta que, assim como o apelido, a comemoração caiu bem entre os chineses e ele até fez um questionamento ao presidente do clube, Sun Guoyu, se poderia continuar com ela e não estaria sendo mal vista.

"Eles levaram numa boa, no dia que eu fiz o gol e dei a voradora, deu pra ouvir a torcida fazendo um braulho, algo como um ´oh´. Foi um negócio legal, até algumas pessoas vieram me falar que a torcida gostou. O presidente achou que não tinha problema nenhum. Ele falou que não tinha problemas e que era só levar numa boa. Se fizer mais gols, vou continuar."

A torcida comparece em bom número ao estádio, segundo o ex-jogador do São Paulo. "Já joguei com 30 ou 40 mil pessoas. O futebol é popular por aqui, temos cinco ou seis jogadores na seleção da China, os torcedores reconhecem a gente, conversam, é um esporte reconhecido."

O Shandong é um clube com 26 anos de idade e que já conquistou três vezes o Campeonato Chinês. Nos últimos anos, o clube passou a investir forte para tentar vencer pela primeira vez a Copa dos Campeões da Ásia, que dá vaga para o Mundial de Clubes.

Além de Aloisio, o clube tem também os brasileiros Vagner Love e Junior Urso, o técnico Cuca e o meia-atacante argentino Montillo, que passou por Santos e Cruzeiro. O fato de Love ter chegado antes ao clube e existir mais pessoas para falar português têm ajudado na adaptação.

"O Vagner que nos ajudou mais na adaptação. Ele passou seis meses e algumas dificuldades que teve já explicava. Nos indicava como fazer e com quem conversar. Agora quero aproveitar também para não só jogar futebol, mas também viver, conhecer a cultura local."

"Agora está mais tranquilo, estou me adaptando aos poucos. Ainda é bem diferente, tem algumas dificuldades da língua, de algumas coisas. A gente pode falar em português, não precisa entender. Em campo ou fora dele procuramos fazer uma janta ou almoço", continuou.

O Boi Bandido diz que ainda sempre procura um tempo para acompanhar os jogos do São Paulo. "Sem dúvida nenhuma o São Paulo foi o diferencial na minha carreira, foi o clube onde fui mais feliz e que está no meu coração. Tenho bastante saudade e agradeço ao São Paulo. Se pudesse escolher, não teria saído, mas no futebol nem sempre é a gente que escolhe, temos que ajudar a família. Procuro sempre saber do time, converso com o pessoal para saber como está."

FOTO: UOL

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