Presidente apontou o que considera serem mentiras de Bourgeois e narrou o episódio da demissão, na última quinta-feira

Presidente apontou o que considera serem mentiras de Bourgeois e narrou o episódio da demissão, na última quinta-feira

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, desembarcou na manhã desta quarta-feira na Cidade do Panamá, no Panamá, onde o São Paulo recepcionará o recebimento dos aviões envelopados com cores e emblema do clube por parte da Copa Airlines, companhia aérea panamenha com a qual o São Paulo fechou acordo de patrocínio no início do ano. Antes disso, porém, Aidar falou sobre a repercussão da demissão de Alexandre Bourgeois do cargo de CEO. O presidente apontou o que considera serem mentiras de Bourgeois e narrou o episódio da demissão, na última quinta-feira.

"Desde a segunda feira que antecedeu a demissão dele começaram a chegar notícias negativas sobre o comportamento dele: reuniões com empresários de futebol, reuniões com atletas, levando pessoas à presença do Abilio, como se escondendo de mim essas coisas. Então eu perdi a confiança nele. A partir do instante em que perdi a confiança, me reuni com os vice-presidentes na presença dele e com a assessoria de imprensa da presidência do São Paulo. Estava o Marco Antonio Sabino, que é o assessor de imprensa, e um jornalista que trabalha para o Sabino, e não para o São Paulo, que é o Olivério Júnior. Nessa reuniões ficou bastante claro que ele havia mentido. Ele foi desmascarado pelo próprio Olivério, disse "você mentiu, você estava em tal lugar, almoçou com empresário tal, você saiu dali com um amigo meu...". Foi muito grave, foi um bate-boca, obviamente ninguém ameaçou ninguém", falou Aidar.

"Alex entrou num campo para o qual ele não foi contratado. Alex foi contratado para fazer o que se chama de back office, ou seja, cuidar da gestão. Ele reuniu uma série de informações, reuniu contratos, portanto não é verdadeira a afirmação dele, ele mente quando diz que não teve informações. Ele tinha todas as informações. Todos os contratos, todos os negócios do São Paulo foram abertos para ele, sem sombra de dúvida. Só que ele enveredou para um caminho político, levado não sei por quê, talvez deslumbrado com a receptividade e as costas-quentes que ele tinha do Abilio, e acabou enveredando para um caminho que não me agradou", disse o presidente, que narrou uma troca de mensagens com Bourgeois datada do dia 8 de setembro em que o ex-CEO afirma que passaria o dia reunido com bancos para conversar sobre as dívidas do São Paulo. A diretoria, no entanto, diz ter descoberto que neste mesmo dia Bourgeois se encontrou, na verdade, com o presidente do conselho deliberativo e opositor Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice-presidente da gestão Juvenal Juvêncio.

Nesta terça-feira, Leco disse em entrevista ao Blog do Menon que Bourgeois foi demitido porque não conseguiu fazer o empresário Abilio Diniz, que indicou a Aidar sua contratação, investir dinheiro no São Paulo. Ao comentar as declarações do presidente do conselho deliberativo, Aidar afirmou que Leco carrega frustração por não ter sido indicado por Juvenal Juvêncio como candidato à presidência do clube na última eleição - Juvenal indicou Aidar.

"O que o Leco fez, me parece, foi repercurtir aquilo que o Alex falou. O São Paulo tanto terá dinheiro que vem tendo dinheiro. Teve um problema com imagem. Mas criticar um clube que paga seus compromissos em dia é um absurdo. A proposta do Alex era: vamos atrasar imagens de atletas, fornecedores e prestadores de serviços, fazer caixa e negociar com bancos uma melhor prestação. Eu não penso assim. Não raciocínio dessa forma. O grande problema do Leco, do Roberto Natel, esses dois principalmente, é que no dia que o Juvenal apontou pra mim e disse "Carlos Miguel é o candidato", os dois ficaram frustrados. Os dois se prostraram ao longo de oito anos como possíveis sucessores. Eles esperavam ser candidatos ao fim dos cinco anos de Juvenal, quando houve a manobra que vocês bem conhecem. Ficou mais três, e quando chega no fim dos oito anos, que todos eles esperavam, o dedo é apontado para mim. Deu uma frustração. Eu ainda acomodei o Leco na presidência do conselho. Fui eu que chamei o Leco pra ser presidente do conselho, quase como um prêmio de consolação. Ele tem serviços prestados ao clube, é uma boa pessoas, gostaria de ser presidente e poderá ser meu candidato em 2017. Agora, ele é presidente do conselho, fala o que quiser e eu estou lá para obedecer o presidente do conselho", disse Aidar.

O presidente do São Paulo também criticou Abilio Diniz por ter tornado pública a carta endereçada a ele. Aidar também disse que não poderá aceitar a oferta de Abilio sobre pagar uma auditoria da PriceWaterhouseCoopers no clube, uma vez que já fechou com a KPMG e deverá fechar também com a Ernst & Young. Aidar, porém, diz que Abilio poderia se oferecer para pagar uma das já contratadas.

"A carta é para mim, pois é, mas todo mundo leu, menos eu, porque não tive tempo. Eu já contratei duas... Quer dizer, ele está um pouco atrasado. Ele não conhece a vida interna do São Paulo. Acho muito gozado ele mandar uma carta para mim e divulgar para todo mundo antes de eu tomar conhecimento. Estou com a carta aqui, no meu celular, mas ainda não tive tempo de ler. Desculpa, se eu for mandar uma carta para você eu mando para você, não para seus colegas. É ótimo que ele queira pagar a auditoria, mas é preferível pagar a que o São Paulo já contratou, que é do mesmo nível. É bom que pela primeira vez ele está oferecendo dinheiro ao São Paulo, ainda que sob a forma de pagar a auditoria. Eu vou pensar nisso, ainda não decidi", falou.

Alexandre Bourgeois foi substituído por Paulo Ricardo de Oliveira e agora desafia o São Paulo a provar as alegações de mau desempenho ao mostrar o plano de reforma de gestão que foi apresentado e desconsiderado pela diretoria.

*O jornalista viaja a convite da Copa Airlines

Foto: UOL

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