Equipe alvinegra superou a "Máquina Tricolor" na semifinal do Brasileirão de 1976

Equipe alvinegra superou a "Máquina Tricolor" na semifinal do Brasileirão de 1976

Há exatos 40 anos, em 5 de dezembro de 1976, mais de 140 mil torcedores estiveram no Maracanã para o jogo da semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano, entre Fluminense e Corinthians, que ao final contou com vitória alvinegra nos pênaltis, após empate em 1 a 1 no tempo normal e 0 a 0 na prorrogação.

A "Máquina Tricolor", comandada pelo técnico Mário Travaglini, era a favorita no confronto diante de um time que amargava 22 anos sem conquistar um título, o Corinthians dirigido por Duque.

O elenco do Fluminense contava com o ex-corintiano Rivellino como sua principal estrela, mas outros nomes davam peso ao grupo, como Carlos Alberto Torres, Carlos Alberto Pintinho, "Búfalo" Gil Doval e Dirceu, entre outros.

Pelo lado corintiano, muito mais abnegação do que talento individual. Ainda assim, Neca, Wladimir e Zé Maria figuravam como aqueles em que a torcida alvinegra mais depositava seus votos de confiança.

MUITA CHUVA E MAIS CORINTIANOS EM PLENO MARACANÃ

Havia um componente que poderia prejudicar o técnico e badalado time do Fluminense: a chuva. E foi exatamente ela, impiedosa, que acabou por reduzir a diferença entre as duas equipes.

Além disso, um outro que acabou marcando na história do futebol brasileiro: a presença de mais torcida do Corinthians do que do próprio Fluminense naquela disputa em confronto único.

FLU SAI NA FRENTE, MAS TIMÃO BUSCA EMPATE

Aos 18 minutos do primeiro tempo, apesar do gramado pesado, o Flu conseguiu impor sua melhor técnica para abrir o placar. Gil, o "Búfalo Gil", ponta direita de grande velocidade, cruzou para Carlos Alberto Pintinho. O habilidoso meio tocou de pé direito, sda entrada da pequena área, sem chance para o goleiro Tobias.

Onze minutos depois Vaguinho cobrou escanetio pela esquerda. O quarto-zagueiro Zé Eduardo escorou de cabeça e, no meio do caminho, na pequena área, Russo fez de meia bicicleta o gol de empate corintiano. Beijinhos para a torcida, a marca registrada do saudoso volante corintiano, que naquele dia jogava com a camisa 10, que por tanto tempo havia sido de Rivellino.

Russo, no centro da foto, manda beijos para a torcida, entre Zé Eduardo e Zé Maria, comemorando o gol de empate do Corinthians diante do Fluminense. Reprodução

PRORROGAÇÃO E PÊNALTIS

Com o empate no tempo normal o jogo foi para a prorrogação. Exceto por uma chance despediçada por Doval, as equipes pouco criaram e nas cobranças de pênaltis a vitória foi do Corinthians, por 4 a 1, que converteu com Neca, Russo, Moisés e Zé Maria. Doval marcou o único gol do time das Laranjeiras. Tobias, o goleiro corintiano, acabou como o grande nome daquela decisão defendendo as cobranças de Rodrigue Neto e Carlos Alberto Torres.

Tobias, herói da decisão em pênatis há 40 anos. Na imagem, o ex-goleiro corintiano na inauguração da Arena Corinthians, em 10 de maio de 2014. Foto: Marcos Júnior Micheletti/Portal TT

ABAIXO, MELHORES MOMENTOS DA SEMIFINAL DO BRASILEIRÃO DE 1976 ENTRE FLUMINENSE X CORINTHIANS (NARRAÇÃO DE WALTER ABRAHÃO)

FICHA TÉCNICA DA PARTIDA

Fluminense 1 x 1 Corinthians (tempo normal e 0 a 0 na prorrogação) e Fluminense 1 x 4 Corinthians (nos pênaltis).

Estádio: Mário Filho (Maracanã)

Púlico: 146.043

Árbitro: Saul Mendes (Bahia)

Fluminense:

Renato, Rubens Galaxe, Carlos Alberto Torres, Edinho e Rodrigues Neto. Cléber (Erivelto), Carlos Alberto Pintinho e Rivellino. Gil, Doval e Dirceu. Técnico: Mário Travaglini.

Corinthians:

Tobias, Zé Maria, Moisés, Zé Eduardo e Wladimir. Givanildo (Basílio), Neca e Russo. Vaguinho, Geraldão (Lance) e Romeu. Técnico: Duque.

DEPOIS DA SEMIFINAL...

Uma semana depois, em 12 de dezembro de 1976, aconteceu a final do campeonato. O  Corinthians enfrentou o Internacional (que havia eliminado o Atlético-MG por 2 a 1) também em partida única, realizada no Beira-Rio. Em Porto Alegre, consagração da equipe colorada, ganhando consecutivamente o Campeonato Brasileiro, por 2 a 0, gols de Dario e Valdomiro.

Autógrafos de Russo (que grafava seu nome com dois ésses) e Tobias, de 14 de janeiro de 1975. Arquivo pessoal de Marcos Júnior Micheletti

Últimas do seu time