?Que os rivais deem risada agora?. Ele tinha razão. Nos cinco anos seguintes, o Timão saiu da Série B para iniciar uma arrancada inimaginável rumo ao topo do planeta

?Que os rivais deem risada agora?. Ele tinha razão. Nos cinco anos seguintes, o Timão saiu da Série B para iniciar uma arrancada inimaginável rumo ao topo do planeta

Mente o corintiano que bate no peito e ainda se diz "maloqueiro e sofredor?. Em 2007, quando o rebaixamento no Brasileirão foi consumado, o presidente da época, Andrés Sanchez, foi profético, com lágrimas nos olhos: "Que os rivais deem risada agora?. Ele tinha razão. Nos cinco anos seguintes, o Timão saiu da Série B para iniciar uma arrancada inimaginável rumo ao topo do planeta.
 
Ronaldo ajudou o Alvinegro a diminuir o abismo que o separava do business da bola. Uma das marcas mais valiosas do Brasil, finalmente, virou sinônimo de rentabilidade. O "peso? do Fenômeno avalizou contratos astronômicos. Com um time vencedor, o corintiano começou a pagar caro para ir ao Pacaembu, sempre lotado. A era dos "maloqueiros? havia dado lugar aos almofadinhas da tribuna.
 
A transformação do "time do povo? em uma máquina de ganhar títulos e dinheiro teve uma inspiração clara. Quem conhece minimamente Andrés sabe da obsessão que ele sente pelo São Paulo. É uma paixão doentia. Às avessas, é claro. Entretanto, esperto como é, o dirigente aproveitou-se da zona de conforto em que se encontrava o desafeto Juvenal Juvêncio para ocupar o espaço do rival.
 
Como se tivesse um Milton Cruz, o Timão passou a fazer contratações baratas e cirúrgicas. Alessandro, Chicão, Ralf, Elias, Paulinho e Douglas não nos faz remeter a Cicinho, Fabão, Mineiro, Josué, Grafite e Danilo? À la Telê Santana e Muricy Ramalho, Mano Menezes e Tite tiveram muito tempo para desenvolver o trabalho e mostrar competência, apesar das turbulências. Deu no que deu.
 
A "clonagem? não parou por aí. O Corinthians passou a ter uma comissão técnica permanente, um "Reffis? com equipamentos de alta tecnologia e um CT moderno e afastado da sede do clube. Por fim, o repórter Rodrigo Vessoni revelou essa semana no Lance! que o Alvinegro terá um Centro de Treinamento de primeiro mundo para abrigar as categorias de base. Alguém aí pensou em Cotia?
 
Fora de campo, Sanchéz articulou-se politicamente até ficar forte o bastante para enfrentar Juvenal. O resultado: implosão do Clube dos 13, exclusão do Morumbi da Copa e a consequente construção do Estádio de Itaquera. O dirigente do Tricolor, enfraquecido pela "petulância? do aprendiz, passou a agir como antigos cartolas do... Parque São Jorge.
 
A demissão atabalhoada de treinadores,  a troca constante de preparadores físicos, a contratação sem planejamento de atletas, a nomeação de diretores fracos e, ainda, a perda de força nos bastidores já seriam erros graves, mas que tornam-se equívocos mínimos se comparados à perpetuação de Juvêncio no poder. Quem diria que Wadih Helu e Alberto Dualib fariam escola no Morumbi?
 
O retorno à Taça Libertadores e o dinheiro da venda de Lucas, que deverá ser traduzido em reforços de peso, enchem os tricolores de confiança para 2013. O "inimigo? a ser batido é o Corinthians. Um clube cujos defeitos e "virgindade? internacional eram vistos como piada na Zona Sul. E hoje é dono de um espaço que o São Paulo terá que reaprender a conquistar.

No Twitter: @fabiolucasneves

Foto: UOL

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