A convite do blog, a rubro-negra, torcedora, jornalista, musa e merrrrrrrrrrrmã carioca Vivi Mariano conta, com a emoção de quem viu o confronto da arquibancada do Maracanã, a sua visão de Flamengo 2 x 0 Atlético-MG.
Se ela já tem uma marra para dar e vender quando está na zona da confusão, imagine agora em que a classificação à final da Copa do Brasil está bem perto...
Ao fazer o convite, já esperava um grande texto. Mas confesso que superou as minhas expectativas. Não imaginei, por exemplo, que ela encontraria um índio na galera.
Parabéns, Vivi, parabéns, nação rubro-negra!
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico (*Por Vivi Mariano)
FLAMENGO VENCE O ATLÉTICO-MG NO MARACANÃ E SAI NA FRENTE NA SEMIFINAL
E assim surgiu o Flamengo, na noite de ontem, no Maracanã: impávido que nem Muhammad Ali. Apaixonadamente como Peri. Empurrado por mais de 45 mil pessoas, com a força oculta do Wright assombrando a lembrança atleticana, com a memória viva de uma geração anos 80 _na qual me incluo_ que aplaude Nunes e venera Zico no telão antes do jogo, o Flamengo venceu o Atlético-MG por 2 a 0, para manter a tradição, e sair na frente na disputa da semifinal da Copa do Brasil.
É um jogo-memória. Uma partida-lembrança. São noventa-minutos-nostalgia. Uma disputa que marca sua vida, que entra para a sua história, que te permite viajar no tempo e permanecer nele, desejando que o juiz apite o início do jogo e deixe a bola rolando até que você atinja o clímax, o nirvana, através dos pés de um jogador que nem balançou a rede, mas que deu o passe para o gol do Cáceres, e sofreu um pênalti - convertido por Chicão, depois de uma pintura de jogada: Gabriel, o anjo. Aproveitei o bom momento dele e clamei por toda milícia. A celeste, claro.
Foi um jogo nervoso. Sempre é. E diante daquela adrenalina toda, que mistura amor de vida, paixão pelo futebol, clássico que traz lembranças de um passado que insiste em permanecer no presente, de sonhos que querem ser realidade e eternos, busco por um sinal que vai garantir a vaga pra final, mais um título e um grande amor.
E no meio daquela multidão rubro-negra, que entre momentos de fúria com os laterais e gozo eterno com a bela jogado do Gabriel, eis que “Um índio preservado em pleno corpo físico. Em todo sólido, todo gás e todo líquido. Em átomos, palavras, alma, cor” surge na minha frente. Quase que me me apaixono por ele, se não fosse eu uma torcedora já tão apaixonada.
Vou ao encontro dele, descubro que é da tribo Pataxó, lá de Coroa Vermelha (BA), que está de passagem por aqui, em um Congresso, e que é flamenguista “doente”, e que vai dar sorte pro time, e para “essa torcida maravilhosa”, mas que gostaria mesmo é de aparecer na televisão! Conto que ele vai aparecer no Blog do Vitão, mas que para isso, o Flamengo precisaria vencer, não sem antes ele me prometer uma dança da chuva especial, pra dar uma moral pra turma da ZL que anda numa secura danada, dentro e fora de campo.
Encontrar um índio de uma tribo tão importante para nossa história, em pleno Maracanã, deve significar alguma coisa. E alguma coisa tipo uma classificação para mais uma final de Copa do Brasil, por parte do Flamengo, ou no caso do Atlético-MG para continuar sonhando com a inédita conquista, se repetir o feito que conseguiu diante do Corinthians, quando perdeu o primeiro duelo pelo mesmo placar e, depois, venceu por 4 a 1. Mas, é melhor não lembrarmos nisso por aqui, caso contrário não recebo tão honroso convite de novo. Então, que venha a próxima quarta-feira, em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico.
PS: Alô, Tio Milton Neves, alô, Vitão! A Vivi aqui está, na Cantareira, aos prantos.
* Vivi Mariano é jornalista, é blogueira, é carioca-suingue-sangue-bom. É, acima de tudo isso, Rubro-Negra.
Twitter: @vivi_mariano
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