Não é novidade para quem acompanha o rugby nacional que nossas meninas do sevens estão em patamar de destaque que nossos meninos do sevens ainda buscam

Não é novidade para quem acompanha o rugby nacional que nossas meninas do sevens estão em patamar de destaque que nossos meninos do sevens ainda buscam

Não é novidade para quem acompanha o rugby nacional que nossas meninas do sevens estão em patamar de destaque que nossos meninos do sevens ainda buscam. Para quem acompanha o esporte, não é difícil apontar as razões do crescimento das duas equipes, a primeira já de mais tempo, a masculina mais recentemente: atletas com dedicação exclusiva, a Casa do Rugby, as giras internacionais, e tantos outros aspectos, fruto do porjeto que começou a ser implantado na CBRu em 2010, e que foca lá adiante, e não no dia seguinte.

Nesse contexto, 2015 será ano de preparação intensa para que possamos, nos Jogos Olímpicos de 2016, fazer bonito. Quem sabe, e eu acredito firmemente, até uma medalha?

Mas com a nossa seleção masculina de Rugby XV percebo uma diferença, no que toca à sensibilidade da comunidade do rugby: não é todo rugbier ou simpatizante do esporte que perecebe o que já obtivemos em termos de resultados.

Basta ver o encontro havido em Volta Redonda, neste sábado, com a equipe de desenvolvimento do Uruguai. Ouvi comentários de que seria desonra sermos batidos por tal equipe, em casa, por 25 a 6. Um amigo chegou a dizer que isso jamais aconteceria no futebol, ao que tive de me segurar para perguntar como fomos no Mundial recente, aqui em casa....

Vamos pois a uma análise fria do que vimos sábado, considerando os últimos jogos de nossa seleção:

(i) Temos atletas que têm pouco tempo no grupo, que se modificou muito, há pouco tempo, com a decisão de termos uma seleção de sevens de dedicação exclusiva;

(ii) Nossas formações fixas nunca tiveram o desempenho que temos agora. Herança do trabalho iniciado com o Frubee e a equipe de técnicos do Crusaders, com a qual a CBRu manteve convênio até poucos meses, e bem cuidada pela atual comissão técnica;

(iii) Porque temos atletas jovens, o número de erros, especialmente os knock-ons, foi impressionante; é preciso corrigir isso o quanto antes, e isso só se corrige com muito treino;
(iv) Falta-nos ainda consciência tática mais desenvolvida; seja por termos atletas jovens, seja por estes atletas tem pouco tempo na equipe, esse efeito era esperado, e poderá – e certamente será – corrigido pela comissão técnica em breve;

(v) Perdemos lineouts que não deveríamos perder; faltou conjunto e, aqui, já não temos o argumento do pouco tempo na equipe: nossos forwards jogam juntos já há algum tempo.

A meu ver, esses são os pontos centrais a trabalhar, claro que em conjunto com a necessidade de aprimoramento de sempre, em qualquer equipe: tackles e mais tackles.

A mudança de comissão técnica traz novas perspectivas, e sabemos que, se para 2019 parece ainda distante o sonho de jogar o Mundial, para 2023 é questão de investimento na base, muito treino e comprometimento, e boas oportunidades de enfrentar equipes do nosso nível para mais, sem muita sede ao pote – ou vocês acham que valeria de algo enfrentar os All Blacks agora? – nem sem ambição. Da soma de treino à ambição, o caminho parece muito promissor.

A CBRu vem criando a estrutura e dando as oportunidades. Os atletas demonstram comprometimento. A dar tudo certo, colheremos frutos em breve.

Minhas especiais saudações ao Chabal, Nativo e Jardel, que formam na minha opinião a melhor primeira linha que nossa seleção já teve.

Foto: Divulgação

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