É hoje! É dia de clássico! É dia de Juvenal, Juventus x Nacional, o Dérbi tradicional e charmoso dos pequenos de São Paulo. E não é um Juvenal qualquer. É o Juvenal de número 69.
Detesto fazer analogia de futebol com sexo, mas, em nome do didatismo, rendo-me: em posição confortável, por cima na tabela (ah, que visão), o Moleque não precisa nem penetrar para chegar ao orgasmo no Juvenal-69...Como dizem os moderninhos, o lance é “encaixar” um contra-ataque, pegar a equipe rival de calça curta...
Mas, com todo respeito ao Naça, era jogo para a Javari. E, sem tanto respeito assim pela armagedônica FPF de Marco Polo del Nero, o Richard Gere brasileiro (é impressionante como o mulherio mais novo baba no tiozão da cartola, né?), era jogo para domingo!
Seja como for, às 15h, na Barra Funda, o globalizado planeta bola, o mundo em que torcedores babam pelo Chelsea pelo Twitter do outro lado do continente, vai dar uma pausa e se entregar ao futebol real, tradicional, romântico! Boleiros do sofá da geração Tinder, é dia de tête-à-tête com a história! Pay-per-view é para os fracos! Juvenal é pra quem tem pegada!
O ex-corinthiano Gil, a grande estrela juventina, agora atuando como centroavante (“referência”, como o próprio me disse, é fronhice-moderninha!), bateu um papo com o BLOG DO VITÃO ontem na Javari sobre o palpite. Com um histórico muito bom em Dérbis e Majestosos, o canhota bota fé que vai brilhar também no Juvenal.
“Escreve aí, meu palpite: 2 a 0 para nós. Tem uns amigos meus lá no Nacional e quero muito ganhar deles. E tem mais, o Nacional tem jogadores que pertencem ao São Paulo e isso sempre é uma motivação a mais”, brincou o ex-corinthiano Gil, que, para Antonio Roque Citadini e parcela considerável dos 30 milhões de loucos, é melhor do que Kaká.
Depois do papo com o ex-10 corinthiano (agora o “Legislador” grená veste a 9), conversei com o técnico juventino Rodrigo Santana. Nos encontramos, por acaso na Esfiha Juventus, coladinho ali na Javari, onde o grupo joga e se concentra. “E aí, Vitão, vai cornetar? Estamos em primeiro”, brincou.
Como sou polido e tímido, não cornetei. Mas, como torcedor-observador (vi uma meia dúzia de jogos da campanha-2015 como torcedor e um igual número no ano passado), já tinha a melhor das impressões do técnico. E gostei ainda mais de ver ele animado com a campanha, otimista em relação ao acesso, mas sem marra, fronhice nem os pés fora do chão.
Aliás, desde o ano passado, quando, coitado, comandava um time horroroso que não poderia sonhar com nada além da permanência. Agora, contando com a experiência de Adiel e Gil do meio para frente e com alguns bons valores ofensivos, como Nathan e Daniel Costa, o treinador armou uma linha defensiva compacta que chama atenção de quem gosta de ver futebol com olhar tático.
Ferro, o capitão, só sabe na boa pela direita, é uma espécie de lateral-zagueiro pela direita, uma espécie de, observando apenas a questão tática, Mário Fernandes quando surgiu no Grêmio. Já Orinho, pela esquerda, é um lateral à brasileira. Quase ponta, habilidoso, bom cobrador de falta e é mais um ponta esquerda do que um lateral-lateral. Léo e o canhoto Victor Salinas, fortes no jogo aéreo ofensivo, têm características complementarem que formam uma boa dupla. Não é a Hungria-1954 nem a Holanda-1974, mas, para a A-3, é um time que justifica a liderança folgada! Que tem um goleiro muito bom: André Dias! Ao contrário dos companheiros de linha, em que a análise é mais complicada pelo nível ruim dos adversários, goleiro dá para ter uma ideia do potencial, independentemente do certame. E André, além de bom goleiro, tem uma sorte (como tenho classe, jamais diria “rabo”) para Carla Peres nenhuma botar defeito!
O jogo de hoje, em relação à tabela, significa pouco para o Juventus, já classificado. Mas vale pela história. Como o Juventus subirá (aqui, além da torcida confessa, é análise: o time está azeitadinho) e o Naça não, sabe-se lá quando teremos outro Juvenal!
E, da série "Mooca é Mooca, o resto é bairro", o leitor sabe que aqui no
Blog do Vitão, o Juventus é e sempre será notícia. Em qualquer divisão. Mas, saravá São Jorge em corrente com San Gennaro, será na A-2 em 2015.
Classificado à próxima fase da Série A-3 e candidato ao acesso à A-2, o Juventus visita o Nacional, na Barra Funda, no tradicional “Juvenal”. Ao longo dos 68 jogos da história, o Moleque é soberano: os números são do historiador palestrino-juventino Fernando Galuppo (35 vitórias do Juventus, 16 vitórias do Nacional e 17 empates). Palpite, dá Moleque: Nacional 0 x 1 Juventus!