Valeu, Zumbi!
“Elevador é quase um templo”. O social não tem dono. É o certo. Ainda que a igualdade, justa e fruta da racionalidade, precise ser imposta por decreto. É lei. Progredir sem cessar.
“Negro sem emprego, fica sem sossego, negro é a raiz da liberdade.” Liberdade não é só ir e vir. “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós, e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz.”
Liberdade é ir e vir sendo aceito e respeitado por suas preferências e hábitos. “Tem a força da cultura, tem a arte e a bravura, e um bom jogo de cintura, faz valer seus ideais, e a beleza pura dos seus rituais.”
Evangélico, ateu ou praticante de candomblé, todos, brancos e negros, merecem igual respeito, independentemente da fé. “Sacerdote ergue a taça, convocando toda a massa, nesse evento que com graça, gente de todas as raças, numa mesma emoção.”
Questionar a importância de ações afirmativas e minimizar os clarividentes reflexos da escravidão nos dias atuais é contribuir para perpetuar a desigualdade e aumentar a cota de preconceito presente na sociedade. “Será que já raiou a liberdade? Ou se foi tudo ilusão? Será que a Lei Áurea tão sonhada, há tanto tempo assinada, não foi o fim da escravidão? Hoje, dentro da realidade, onde está a liberdade? Onde está, que ninguém viu? Moço, não se esqueça que o negro também construiu, as riquezas do nosso brasil.”
A injustiça (ainda presente, óbvia e inconteste) não pode ser cega. Enxergar os avanços é importante para não desistir de lutar para avançar mais. Muito mais.
“Chegou em forma de afoxé na passarela.” O mundo de Usain Bolt é bem menos injusto do que o planeta de Jesse Owens. O goleiro Aranha, em 2014, sofreu, mas foi mais defendido do que o Barbosa, em 1950. Entre eles, Dida não foi responsabilizado pela eliminação na Copa de 2002.
Se um grande time começa com um grande goleiro, um grande (autointitulado) país do futebol começa com direitos e deveres iguais.
O sonho de Martin Luther King que é o sonho de toda a humanidade ainda não foi materializado. O jogo ainda está sendo jogado. Nos quatro cantos do país, do mundo.
“Vem a lua de Luanda para iluminar a rua, nossa sede é nossa sede de que o Apartheid se destrua”.
Valeu, Zumbi!
Quem não viu e se interessa pelo tema, peço licença para fazer uma autopropaganda: clique
aqui e confira:
Há textos de Luiz Gustavo (volante da seleção brasileira), de Narciso (técnico da Penapolense, ex-jogador do Santos), do professor Hudson Teixeira, da jornalista Marta Teixeira, da produtora Carol Santos, da educadora infantil Viviane Santos (a Vivi Brilho, rainha de bateria da Leandro de Itaquera) e de Paulo Valentim (cidadão-samba, embaixador do samba e presidente da Velha Guarda do Vai-Vai).
Ainda em referência à causa negra, embora não só dela, mas da situação da periferia de forma geral e da cena do Rap e do Hipo Hop,
Rael concedeu uma entrevista exclusiva ao BLOG DO VITÃO no último domingo, abrindo a trilogia encerrada hoje na
Semana da Consciência Negra. Perdeu? Tá
aqui.
O Cruzeiro, (bi)campeão desde agosto, com toda a justiça e nenhuma emoção, terá neste final de semana a chance matemática da conquista do interminável, modorrento, desorganizado, varzeano e colonizado Campeonato Brasileiro de pontozzz corridozzz.
E aquele rapaziada que tratou São Paulo x Cruzeiro, Inter x Cruzeiro e mais 818 jogos que não decidiram nada como final? Eles vão dar "erramos"? Caras de pau! O torcedor, ao contrário dos fronhas da geração hat-trick, não é idiota!