Palpites do Vitão: Mengão larga na frente do Galo; Peixe arranca empate em Minas
Tão triste faz lembrar-me tristes fados, onde o amor só rima com a dor... Alô, povão, agora é fé! A Portuguesa, que caiu no tapetão na temporada passada, está agora rebaixada, matematicamente, à Série C. No campo e com todo o demérito!
O caixão fechou ontem, em Itápolis, com direito a mais uma humilhante goleada: 3 a 0 para o Oeste, adversário que, com o placar, saiu provisoriamente da zona da degola.
Com todo o respeito ao Oeste, dane-se. Falemos da Portuguesa. Não teve hipnólogo (depois diretoria reclama que o clube vira piada) que desse jeito a uma, mais uma, administração caótica. Sai Manuel, volta Joaquim, retorna Ilídio e não muda nada: a Lusa segue sendo tratada como empresa familiar, de forma retrógrada. E incompetente!
A tristeza não é só por ontem. A Portuguesa, que morre aos poucos há décadas, não resistiu à era moderna. E olha que a concorrência também é horrorosa, a enorme maioria dos “coirmãos” também não teve a sorte de ser administradas por pessoas competentes. Mas o time do Canindé é hors-concours.
Por mais que se brinque com o fato de a torcida verde-encarnada ser pequena _e é mesmo_, a história é, sim, relevante. E torcida pequena não é sinônimo de inexistente ou insignificante.
Não são só os donos de padarias e bares que estão sofrendo. Só na Redação do Agora, há três torcedores da Lusa: Duarte, Juliano e Rafael! Dou nome aos gajos para não parecer piada. É pouco? Como detesto polêmica, não vou dizer que é mais do que um time grande que tem cores com as quais simpatizo...
Eu queria dizer que é só mais uma queda, que a Portuguesa voltará a ser o que foi. Gostaria. Mas não acredito. É uma morte triste para o futebol!
Evoluímos: 6 a 1 para Alemanha...
E não é que a Fifa, que teve a cara de pau de premiar Messi como o melhor da Copa das Copas, deu uma bola dentro? Além de Cristiano Ronaldo e Messi, que são quem realmente brigam, estão na lista dos 23 candidatos à Bola de Ouro seis alemães e só Neymar de brasuca. Para quem levou de 7 a 1 em BH, o consolo é que evoluímos: 6 a 1.
Fora do alçapão
Minas volta a ser o centro da grande disputa do (autointitulado) país do futebol. Sem pretensão no Campeonato Brasileiro, o Santos joga a vida na Copa do Brasil. Já a Raposa, que deu para tropeçar em sequência, sabe que o caneco que está na mão é o Brasileirão. Equilíbrio, com cheiro de Peixe nos 180 minutos.
Uai, merrrrmão
O Atlético-MG tem mais time e vive um momento muito melhor, mas o Flamengo, que é sempre forte na hora da verdade, especialmente no Maracanã, sabe que a sua chance de avançar à final está toda em vencer o primeiro jogo, no Rio. Não dá para negar o favoritismo do Galo no confronto, mas, na ida, sou mais Mengão. Viva o mata-mata!
Alô, Saracura! Se a Lusa está morrendo, Elis, genial Elis, está vivíssima.
Imagine homenagear Pelé com um jogador de futebol? É quase impossível. E fazer uma canção para retratar Elis? Não é teta, não! Mas a escola do povo do Bixiga fez um sambaço! Não conheço pessoalmente, mas faço questão de parabenizar os compositores Zé do Cavaco, Zé Carlinhos, Ronaldinho FQ.
Tive a oportunidade de presenciar, recentemente na minha zona leste, em apresentação na minha Leandro _destaque especial para a bateria "Pegada de Macaco"_ e, com a imparcialidade de quem não é Vai-Vai, posso afirmar: ficou show de bola!
Sempre convidado por amigos, já desfilei nos Gaviões da Fiel (será que sou corinthiano, maloqueiro e sofredor, graças a Deus e a São Jorge?), na Unidos de Vila Maria, na Leandro de Itaquera. Especialmente na Vila e na Leandro tenho muitos amigos. Dos presidentes (alô, Adilson, alô, seu Leandro), passando pela rapaziada da comunidade (alô, Favella, alô, Paulão da Harmonia), os compositores (alô, Jorge Zanin, fala, grande Luizinho de Itaquera), mulheres guerreiras (alô, Geisa, alô, Suzy, alô, Karin Darling)...
Não sou Vai-Vai. Mas quem é paulistano e gosta de samba é um pouco Vai-Vai.
Bixiga não tem mais arranha-céu, mas Vai-Vai mantém a tradição de hospitalidade (abraço, amigo Mauricío Coutinho), de samba-raiz (alô, cidadão e embaixador do samba Paulo Valentim, a elegância personalizada no comando da Velha Guarda alvinegra), de mulheres lindíssimas, trabalhadoras e inteligentes (alô, Ivi Mesquita, alô, Lyllian Bragança, alô, Karen Bettina)...
E, cá entre nós, tem em seu pavilhão duas cores que me são, particularmente, apaixonantes: o preto e o branco. Cores que estão eternamente no meu coração como Elis bate no peito de todo o mundo que ama a plural e boa música brasileira.
O samba de Elis é ótimo, mas, em minha modesta opinião, opinião de quem ama samba, mas é semialbino, vertebrado e não sabe batucar sequer caixa de fósforos, o grande samba do Vai-Vai em todos os tempos é o que deu o título à Saracura em 1988, ano que se comemorou, como todos lembram, o centenário da abolição da escravatura. E também o ano em que Viola, de carrinho, deu o título ao time do povo no Brinco de Ouro...
Se você gosta de samba e, mais do que isso, gosta de gente, de povo, gosta do ser humano e respeita as diferenças culturais, étnicas e, como eu, tem nojo do show de precoceito que tomou conta do país de carona na eleição presidencial, vale relembrar.
Aliás, 1988 foi fantástico aqui, na minha São Paulo (por que não chama Corinthians?) e no Rio. Aqui deu Vai-Vai (em um ano em que Nenê, Camisa e Rosas também apresentaram sambas espetaculares), lá deu Vila Isabel (tirou o tri da minha Verde-E-Rosa, que também tinha um samba espetacular) com Kizomba, festa das raças, outra obra riquíssima e eterna.
Não gosta de futebol, de samba nem de povo? Meus pêsames!
Vai-Vai 1988, Amado Jorge, a História de uma Raça Brasileira
Vila Isabel 1988 - Kizomba, Festa das Raças
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na web!
