Na última sexta-feira (5) foi ao ar com exclusividade em minha colina no jornal Cruzeiro do Sul uma entrevista com Zé Maria, onde o ídolo do Corinthians revelou seus sentimentos pelo título de 77 e fez uma comparação surpreendente.
É inviável alguém pensar que no planeta bola exista um título mais importante do que uma Copa do Mundo, certo?
Mas há um campeão mundial com a Seleção Brasileira que prefere um Campeonato Paulista.
Zé Maria é um dos maiores ídolos do Corinthians e do futebol brasileiro. O ex-lateral-direito venceu a Copa do Mundo de 1970, mas afirma que o Paulistão de 77 conquistado com a camisa do Timão é o título mais importante de sua vida.
Com exclusividade ao jornal Cruzeiro do Sul, Zé Maria fez essa revelação e contou detalhes da heroica conquista que completa 40 anos em 2017. Confira:
Roberto Gozzi: o Corinthians vinha batendo na trave e chegou em 1977 com um jejum de quase 23 anos sem títulos, inclusive havia acabado de perder o Brasileirão de 76 para o Inter. A pressão era enorme?
Zé Maria: não tivemos medo em nenhum momento, mesmo a Ponte sendo superior tecnicamente, pois nós éramos um time de brio e muito aguerrido. A pressão da torcida era enorme, pois o corintiano sofria com as chacotas dos adversários e até hoje somos reconhecidos por esse título.
R.G: você lembra de alguma curiosidade dias antes do jogo?
Z.M: o técnico Brandão veio conversar com a gente um dia antes do jogo e disse que sonhou que o Basílio iria fazer o gol do título, e foi dito e feito. Ficamos impressionados até hoje.
R.G: você disputou duas Copas do Mundo com a Seleção Brasileira, mas a conquista de 77 é diferente, teve mais emoção?
Z.M: Em 1970 fui reserva do Carlos Alberto e na Copa seguinte fui titular, aprendi muito com o Eterno Capitão, mas como não joguei nenhuma partida no México, sinto que o Paulistão de 77 é mais importante para a minha vida, mais emocionante e gratificante.
Marcamos nossos nomes na história do clube e para sempre seremos lembrados.
R.G: você foi o melhor lateral-direito de 77 e acabou ficando fora da Copa do Mundo do ano seguinte. É a sua maior frustração?
Z.M: tive que operar o joelho e fiquei fora da Copa, mas não me arrependo, pois conquistei títulos com o Corinthians nos anos seguintes e se não faço a cirurgia naquela épica, poderia encerrar minha carreira em pouco tempo.
R.G: em 1983 você chegou a ser técnico do Corinthians, foi eleito democraticamente pelos jogadores. Como foi?
Z.M: nunca foi meu objetivo, mas serviu de aprendizado e fiquei orgulhoso por ter ficado no cargo e ainda mais com o aval dos meus companheiros.
R.G: qual é a sua ligação com o esporte atualmente?
Z.M: hoje faço um trabalho social na Fundação Casa de São Paulo e levo o esporte aos jovens. Mas o objetivo é recuperar o cidadão, ele seguindo carreira no esporte ou não.
Fico feliz em saber que um jovem saiu do crime. Acredito no potencial dos meninos, por isso ainda estou lá.