Há exatas três décadas o Coritiba conquistava o Campeonato Brasileiro de 1985. O título é considerado até hoje um dos mais surpreendentes da história do futebol nacional.

Sob comando de Ênio Andrade, a equipe paranaense não era nem de longe cogitada como favorita. O Coxa havia sido vice-campeão paranaense em dezembro de 1984, perdendo para o Pinheiros (que quatro anos mais tarde se uniria ao Colorado para formar o Paraná Clube) e ficou apenas na oitava colocação do grupo A no primeiro turno do Brasileirão de 1985, sendo que o grupo contava com dez equipes.

No entanto, a parada forçada no campeonato, por conta das eliminatórias para a Copa do Mundo de 1986, possibilitou ao clube jogar alguns amistosos. Assim, no início do segundo turno já era possível notar a diferença de entrosamento apresentada pelo Coxa. Com 12 pontos, a equipe terminou na primeira colocação do turno e conseguiu a classificação para a segunda fase da competição, apesar de uma modesta sétima colocação geral do grupo A, na somatória dos dois turnos.

Por conta do estranho regulamento da competição, a segunda fase contou com alguns clubes de pouca tradição no cenário nacional, como Mixto-MT e CSA-AL.

Embalado pela boa campanha no turno anterior, o Coritiba chegou às semifinais após terminar a segunda fase na primeira colocação do grupo G, formado por Sport, Joinville e Corinthians.

Não tinha jeito. Para chegar à final o Coritiba teria que eliminar o favorito Atlético-MG, de João Leite, Nelinho, Paulo Isidoro, Reinaldo e companhia. Um Couto Pereira ensandecido foi o palco para uma surpreendente vitória Coxa-Branca por 1 a 0 no jogo de ida, com gol do zagueiro Heraldo, aos 13 minutos do segundo tempo. Na volta, no Mineirão, uma maravilhosa atuação do goleiro Rafael fez com que a partida terminasse em 0 a 0. Coritiba classificado.

A outra semifinal foi vencida pelo Bangu, que venceu as duas partidas contra o Brasil de Pelótas e chegava embalado à final.

A falta de tradição da equipe carioca era compensada por dois fatores: a ajuda das outras torcidas cariocas, que simpatizavam com o clube, e o fato de que a finalíssima seria decidida em jogo único no Maracanã.

Rafael, Heraldo, Gomes, André e Dida; Marildo, Almir e Tobi; Índio, Lela e Edson. Esses foram os onze escolhidos por Ênio Andrade para a consagração. O Maracanã lotado não foi suficiente para evitar que Índio abrisse o placar para os paranaenses ainda aos 25 minutos do primeiro tempo, em uma belíssima cobrança de falta. Dez minutos depois, no entanto, Lulinha igualou o placar. A tensão se arrastou até o fim do tempo regulamentar.

Nos pênaltis, nenhuma cobrança foi desperdiçada pelas duas equipes durante a primeira série de cinco. Porém, na primeira cobrança alternada, Aldo, do Bangu, chutou para fora. Na sequência, Gomes converteu para o Coritiba, parando o Paraná. Nas ruas da capital do estado, o que se via eram bandeiras, fogos de artifício e gente, muita gente. Pela primeira vez na história, uma equipe paranaense havia alcançado o lugar mais alto do futebol brasileiro.

Com apenas 41,37% de aproveitamento. esta foi a pior campanha de um campeão até então.

O título ainda é o único campeonato nacional vencido pela equipe, que bateu na trave duas vezes com os vices nas Copas do Brasil de 2011 e 2012.

Foto: Reprodução/Placar

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Em pé: Gomes, Heraldo, Almir, Rafael, André e Dida.
Agachados: Lela, Marildo, Índio, Toni e Edson.

 

 

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