Confira a semana por Milton Neves

Confira a semana por Milton Neves

Escrevo de Aracaju-SE.

Texto escrito sexta-feira à tarde, dia 22.

Não conhecia Sergipe.

Lugar lindo.

Gente boníssima.

A Rádio e TV Bandeirantes têm grande aceitação por aqui, senti.

Vim por evento corporativo, contratado.

E por palestra mediante ajuda humanitária à "Casa de Atendimento ao Muzambinhense com Câncer" de Jaú-SP.

Casa alugada há quase 10 anos, mas já compramos um terreno para a construção de um local definitivo e próprio para a nobre causa.

E não é que aqui em Aracaju temos também um muzambinhense?

Trata-se de Pedro Varoni de Carvalho, ex-EPTV de Varginha-MG e hoje diretor de jornalismo da Rede Globo-Sergipe.

Foi ele quem solicitou minha palestra na Universidade Tiradentes, aqui na terra da Rádio Liberdade, afiliada da Rádio Bandeirantes AM e FM.

O Pedro é filho do são-paulino "Pedro do Banco", na época do Banco da Lavoura e do Banco Moreira Sales de minha terra e de meus tempos de menino também.

E é sobrinho de Paulo Ferreira de Carvalho, falecido agora em 2014, um dos quatro donos da extinta e saudosa "Rádio Continental de Muzambinho", onde comecei lotericamente na locução e no jornalismo em 1967.

Agora, como faço em quase todas as capitais do Brasil, vou escolher um time aqui de Sergipe para "defender" e outro para "atacar" no "Terceiro Tempo" da Band e em minhas tribunas todas.

E não é que o Palmeiras também não para de atacar a sua história?

O nobre clube verde comemora 100 anos de vida e resolveu iluminar sozinho o Campeonato Brasileiro?

Ora, não pode!

Definitivamente, não!

Afinal, como aguentar ser tri-rebaixado?

Mais do que para San Gennaro, já tem palmeirense rezando por... Santa Catarina, lá embaixo.

É que os três times da linda terra de Anita Garibaldi podem salvar timecos como Botafogo, Coritiba, Bahia, Vitória e... Palmeiras!

Sim, o Verdão pode cair de novo e hoje é lanterna isolado.

Inclusive, segundo o maldoso Mauro Beting, o Palmeiras, que recentemente vendeu Alan Kardec, contratou nesta semana para o seu lugar o "Alan Terna".

Eu, claro, não achei graça.

E por que "lanterna"?

No Brasil, desde os anos 50, o último colocado, de qualquer competição ou eleição, é chamado de "lanterna" ou "lanterninha".

E não só no futebol, mas sim em todas as competições, seja no mundo esportivo ou até nas disputas eleitorais, quando o menos votado é também "iluminado" pelo último lugar.

É que a saudosa "A Gazeta Esportiva", a bíblia esportiva de ontem, às segundas-feiras, publicava em sua última página a classificação do Paulistão (e que Paulistão era!) na forma de uma composição ferroviária.

Nos trilhos, eram estilizados a locomotiva e mais 19 vagões, todos identificados por cada clube participante na ordem de classificação por "pontos perdidos" e não por "pontos ganhos".

O empate valia um ponto e a vitória dois e não três como hoje.

A locomotiva era sempre o Santos, o líder.

E o "lanterna', comumente, era o Jabaquara.

Então a estilizada composição ferroviária tinha, mais ou menos na ordem de Santos (a locomotiva), Palmeiras (o primeiro vagão), São Paulo (o segundo), Ferroviária (o terceiro), Corinthians (o quarto) e assim por diante até o último vagão, o vagão do Jabaquara, o 19º e último.

E neste último vagão, como até hoje nos trens do mundo, havia as duas escadas laterais e, acima da porta de entrada e saída, uma luminária, um farolete ou uma... lanterna!!!

Daí a criatividade do povo, do tamanho do poder de "invenção" de Nizan Guanaes, Washington Olivetto, Átila Francucci e Fábio Fernandes, batizou de "lanterna" ou de "lanterninha" todo e qualquer candidato de qualquer competição que tenha ficado ou que hoje fique na incômoda posição de "Último dos Moicanos".

Então, Palmeiras, força, fé, arrume as malas e mude de vagão, urgentemente!

Ah, e sabem qual era o slogan de "A Gazeta Esportiva", minha primeira faculdade de jornalismo esportivo?

"Se a Gazeta Esportiva não deu, ninguém sabe o que aconteceu".

E não é que ela, mesmo morando no céu, continua informando e até ensinando por que "lanterna" na vida?

FOTO: UOL

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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