Jogando sem medo de perder, com um técnico que goleia os medalhões e um ousado toque de bola, transformou jogadores obscuros em cobiçados

Jogando sem medo de perder, com um técnico que goleia os medalhões e um ousado toque de bola, transformou jogadores obscuros em cobiçados

Lotérico, maravilhoso, épico ou um divisor de águas?

Não custa sonhar.

Afinal, não queremos mudanças?

E de Muzambinho até Brasília!

A CBF perdeu a moral.

Cartolas na pior fase de suas vidas e não só no futebol.

Nossa seleção virou coadjuvante.

Até o raro general Neymar não anda querendo desfilar com vontade no 7 de setembro.

Prefere as datas cívicas e esportivas da rica Europa.

Mas, lá, já questionam seu hipotético lado pelezístico e patriótico.

Manchester e Paris de olho.

Vai depender do olhão do pai, um bem para o filho.

E para a família, reconheçamos.

Que não erre como errou Robinho do Real Madrid para o Manchester City.

Enquanto isso, por aqui, em nosso enrolado, nervoso e indefinido Brasil, em meio a tantos presidentes, não se sabe o que ocorrerá.

Quem sabe, se Deus quiser, que tal uma relativa reedição italiana dos tempos dos Bórgias?

“Enquanto a Itália dos Bórgias mergulhava no caos ético e político com tanto derramamento de sangue e violenta convulsão social, mesmo assim os italianos revelaram para o mundo Michelangelo, Leonardo da Vinci e a Renascença. E a Suíça com seculares anos de paz total, só inventou o relógio cuco”, cunhou Orson Welles em “O Terceiro Homem”.

Que os helvéticos xinguem a Orson Welles, não a mim.

Mas, e daí?

Daí que com o país à deriva, a CBF enclausurada e com “craques” sumidos, esse futebol, “que é a coisa mais importante dentre as menos importantes” (Arrigo Sacchi), revelou algo impensável.

Trata-se da novidade Audax!

Audax que, creio, jamais será grande, mas que já deu uma aula para os arcaicos e péssimos gastadores chamados outrora de “grandes”.

Virou a coqueluche do Brasil!

Uns dizem que foi “sorte de principiante”, coisa de uma vez na vida e outra na morte, mas a verdade é que o então “Juventus de Osasco” já deu uma lição nos acomodados e ineficientes grandões de nosso futebol.

Jogando sem medo de perder, com um técnico que goleia os medalhões e um ousado toque de bola, transformou jogadores obscuros em cobiçados.

E ainda realizou o milagre de transformar o querido “Vampeta Bruna Surfistinha” numa noviça não rebelde no “Convento da Bola”.

É um milagre, triplo.

Do agora cartola Vampeta, do time do Audax e do seu proprietário, meu vizinho Mário Teixeira, o dono, que conheço há mais de 30 anos, que faz questão de perder dinheiro, mas tentando ajudar a enterrar o Brasil do Felipão 7 a 1.

Um romântico e até ingênuo neste mundo podre e hipócrita da bola de futebol.

Não ganha dinheiro, perde.

Mas seu dinheiro nunca acabará nesta sua vida já de 70 anos.

É que ele gosta de se divertir investindo na qualidade do jogo de futebol, sua paixão, e não em retorno financeiro.

Afinal, por que pensar em mais dinheiro se poderia hoje até comprar o Barcelona?

E o Real Madrid de troco!

Audaz ele, como seu time, tão raro.

Foto: reprodução

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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