Marcelo e Salah podem brigar pela Bola de Ouro

Marcelo e Salah podem brigar pela Bola de Ouro

Escrevo de Juruaia-MG.

Cidade muito pequena, situada entre Muzambinho e Guaxupé, no sul do estado.

Engraçado, nunca tinha vindo aqui em quase 67 anos mesmo sendo o lugar distante apenas 12 quilômetros de minha terra, Muzambinho, ou da Fazenda dos Ipês, em Guaxupé.

Passei do lado pela rodovia “um milhão de vezes”, mas nunca tinha descido aqui no buracão onde fica Juruaia.

Vim para ser o padrinho da 21ª edição da Felinju, evento que alavancou as então combalidas finanças da hoje “Capital Brasileira da Lingerie”.

Aqui todos têm uma fábrica, fabriquinha ou fabricona fazendo “surtiã”, “carcinha” e etc...

Descobriram a pólvora há 21 anos quando resolveram cobrir a mulher da cabeça aos pés.

Lojistas do Brasil fazem a Festa e 30 mil pessoas se aglomeram por aqui.

E como Itu-SP, com o maior orelhão do planeta, e Varginha, também na região, com seu super ET, Juruaia construiu na praça principal o maior sutiã do mundo!

Não sabia de tantas novidades, sou do tempo em que minhas mãe, namoradas e amigas falavam muito em “combinação”, “mantô”, “penhoar”, “japonas” e “brusas”.

Mas Juruaia tem é mesmo um fato inusitado na história do futebol do mundo.

Em 1963, eu tinha 12 anos, o “dirigente” Zé da Loja daqui da cidade, em uma segunda-feira, ligou para o Valdeci Teodoro dos Santos, o “Biga”, “presidente” do EC Comércio de Muzambinho, e marcaram um jogo amistoso para domingo às 15 horas.

À esquerda, Zé da Loja, em foto enviada pela sua família. À direita, Biga aparece em destaque em time de Muzambinho

A ligação teve som horrível, mas quebrou-se o galho.

Acertaram “tudo” como a hora do jogo, renda dividida, juiz e bandeirinhas “a gente pega lá na hora na torcida” e o custo dos cartazes da tipografia do Zé Inacarato.

Era a “mídia” do jogo com os cartazes pregados nos pontos “nevrálgicos” das duas pequenas cidades como Banco da Lavoura, Bar Majestic, ponto de ônibus (“pré-primário de rodoviária”), agência dos Correios e na “Sinuca do Chico”.

Resultado: não teve o amistoso!

Biga e Zé da Loja acertaram “tudo”, menos o... local do jogo!!!

Com os jogadores já trocados nas carrocerias dos caminhões, o time de Juruaia foi para Muzambinho e o time de Muzambinho foi para... Juruaia!!!

Até devem ter se cruzado na estrada de terra, mas naquele poeirão...

Os 200 ou 300 torcedores dos dois estadiozinhos ficaram a ver... absolutamente nada!

Essa foi demais, como o Palmeiras em “La Porconera” diante do Boca do ex-jogador Tévez, o bom fator Joaquim Barbosa na eleição, a justa punição a Del Nero, o Cruzeiro no Mineirão que adora um 7, o Marcelo melhor do mundo e o Salah, o “Faraó da Bola”.

Terça-feira estava 5 a 0 para o Liverpool, mas quando o técnico Klopp tirou Salah, o John Lennon, e colocou o Ringo Starr, a Roma fez 5 a 2 e quase 5 a 3.

Marcelo é hoje o melhor jogador da seleção brasileira e Salah não fará boa Copa porque vai jogar sozinho ao lado de colegas de um país ainda folclórico da bola.

É quase, eu disse quase, ou parecido, com o problema de Cristiano Ronaldo.

Aquela Eurocopa lotérica à parte, CR7 não dará conta na Rússia até porque vem vivendo oito momentos médios ou ruins, dois excelentes e uma bicicleta monumental.

Com Messi fora da Liga dos Campeões e sem chances na Rússia por também jogar em time ruim, Neymar duvidoso (vão pisar muito no dedinho dele na Copa, anotem) e CR7 “mal acompanhado”, Marcelo e Salah podem brigar pela Bola de Ouro.

Salah como campeão da Liga dos Campeões contra Cristiano Ronaldo e Marcelo (que jogador!!!) como hexacampeão do mundo na Rússia.

Marcelo é tão bom que, se melhorasse ou cortasse o cabelo, viraria o Carlos Alberto Torres no talento.

E seria também um milionário modelo das novas e próximas fábricas aqui de Juruaia, mas de moda masculina em aguardados investimentos chineses, hoje já tão presentes na cana, pecuária e café da região.

 

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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