Ao final do Brasileirão – porcaria dos malditos e imbecis pontos corridozzzzzzzz – de 2017, temos ainda alguns joguinhos-cemitério para times com um pé na cova e uma festa pasteurizada em Itaquera.

Até a Série B morreu antes da hora nas duas pontas.

Um mata-mata dos oito piores e dos oito melhores teria inclusive o Papai Noel vibrando na arquibancada de jogos decisivos e emocionantes até a metade de dezembro.

E na Série A foi mais um campeonato-lixo que terminou “antes de acabar”.

Hoje, o que sobrou, só se resume a três velórios ainda indefinidos.

Mas tem festa!

Uma festa pré-marcada e sem a espontaneidade da vitória de um jogo final, porque no dia da explosão natural do título da Fiel, o maldito regulamento impediu a entrega da taça, a tal cereja do bolo.

Mas e se o Galo ganhar do Corinthians neste domingo?

Aí vai ser uma coisa de festa de corintiano cabisbaixo com todos saindo com cara de “santo achado” ou com “cara de tacho”.

E olha que o Galo gosta de colocar mais água do muito que já tem no chope, hein?

Uma vez ele ganhou da seleção do Saldanha no Mineirão e na estreia de Gérson e de Toninho Guerreiro meteu 5 a 2 no São Paulo naquele 25 de janeiro de 1970 no Morumbi.

Mas, deixa para lá, tô logo entrando em férias enquanto parte de nossa ótima mídia esportiva fica aí uns 45 dias batendo lata e falando de assuntos periféricos em belas fábricas de enchimento de linguiça.

Eu vou para os EUA, Ilha de Manhattan, Nova York.

Trata-se do pior lugar do mundo para se esconder dinheiro.

Dinheiro roubado!

Ora, se nem Al Capone escapou, por que os sul-americanos cartolas propineiros dos milionários direitos de transmissão de futebol pela TV foram se “mocozar” justamente lá?

Ouvi outro dia de um figurão, em espera de embarque de aeroporto, “que essa turma escolheu os EUA porque lá eles nem sabem que a bola é redonda”.

Ora, que santa ignorância.

Sim, o tradicional futebol ainda é lá uma espécie de nossos campeonatos de basquete, vôlei de praia, futebol de areia e da F1 atual aqui no Brasil.

Mas se eles não adotaram ainda o futebol da Fifa, em matéria de dinheiros eles são verdadeiros Pelés.

Qualquer dinheiro que entrou lá, que passou por lá ou que saiu de lá, o Leão deles abre os olhos, trinca os dentes, sente o cheiro e afia as garras querendo saber de onde veio, para quem foi, o que comprou e quem mandou.

Sendo assim, tem simplório por aí até alegando que “o enxerido FBI não tem que se meter em assunto que não tem nada que lhe diga respeito”.

Quanta burrice!

Santa jumentice!

E oxalá tivéssemos um FBI desse aqui nos mensalões e petrolões da vida.

Se aqui temos o nosso maldito jeitinho, lá nos EUA é tudo no preto, no branco, no azul, no verde, no amarelo, no cinza, no vermelho e em todas as cores.

Mandou dinheiro para lá?

Dinheiro com origem!

Então use sempre um banco brasileiro como o Bradesco do Brasil ou de Nova York, declarando tudo em nossa Receita Federal.

E, querendo, compre imóveis lá, mas via escritório de advocacia top de linha da capital do mundo e especializado no tema.

Assim, viva esporadicamente num desses imóveis, alugue eventualmente um outro para ricos executivos chineses, curta o Central Park ou o Oculus de Santiago Calatrava de Tribecca do lado do One World Trade Center e seja feliz vivendo tranquilo.

E se você tem direito ainda a uma piscina do Atlântico em Sunny Isles de Miami, aí a coisa esquenta de vez enquanto Nova York gela.

Mas declare tudo para nossa Receita Federal para não ser pego pelas garras implacáveis do FBI dos homens de preto de lá.

De lá e daqui.

Marin, Teixeira, falecido Grondona, J. Hawilla, Del Nero e outros 10 ou 15 cartolas empepinados em Nova York deveriam ter aprendido o que Al Capone ignorou e o que Pablo Escobar soube evitar.

Um era sonegador e o outro não depositava nada nos EUA, preferia enterrar toneladas de dólares em cantos colombianos.

Todo mundo se ferrou.

Bem feito!

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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