Clodoaldo, Márcio Rezende de Freitas e Milton Neves, em 2002, quando o então árbitro pediu desculpas pelo erro de 1995

Clodoaldo, Márcio Rezende de Freitas e Milton Neves, em 2002, quando o então árbitro pediu desculpas pelo erro de 1995

E Thiago Duarte Peixoto virou uma estrela às avessas.

Expulsou o jogador errado em grande clássico de dia errado e virou Cristo.

O Barbosa do apito.

Sugeri após o jogo no “Terceiro Tempo” da Rádio Bandeirantes que ele convocasse uma coletiva e se explicasse.

E não é que assim o fez, coincidentemente?

Nada de relatório frio, mas que usasse a voz, porque “a palavra escrita não tem alma”.

Em quase 20 anos de “Terceiro Tempo” na TV Record e Band, vários árbitros de lances polêmicos assim também o fizeram.

E se deram bem.

Acho que Thiago Duarte Peixoto também acertou, mesmo que só depois do jogo, ao pedir desculpas.

Carlos Eugênio Simon, Heber Roberto Lopes, o hoje deputado federal Evandro Rogério Roman e muitos bandeirinhas, mais do que para defesa, igualmente apresentaram-se ao torcedor como eles realmente são, ao vivo na TV.

Carlos Eugênio Simon costumava ir ao "Terceiro Tempo" para explicar suas decisões durante as partidas

Ou seja, humanos.

Humanos e passiveis de erros, é claro.

“Jogam” sozinhos sem a moleza do desafio pela TV do tênis, do futebol americano, do vôlei, do beisebol, do atletismo, do basquete e etc...

Até Márcio Rezende de Freitas, sete anos após o “crime” no gol do Camanducaia do Santos FC, moralmente campeão brasileiro de 1995, foi ao “Terceiro Tempo”, então na Record e, em programa épico, pediu ao vivo um close da câmera 3 e disse: “Errei, enorme erro e peço desculpas, antes tarde do que nunca”.

Do lado, até o gigante Clodoaldo Tavares Santana, que tentou bater em Márcio naquela noite de 17 de dezembro de 1995 no Pacaembu, emocionado, o perdoou.

Mas, antes, à época, nada de punição, “decapitação”, suspensão e etc...

E com o pobre e jovem Thiago Duarte Peixoto?

Com ele não teve moleza.

“Foi feita justiça com as próprias mãos”.

Foi “assassinado” em praça pública.

Ou seja, com a rapidez da internet, os cartolas destruíram o jovem árbitro “palmeirense”.

Ora, todos nós do mundo do futebol nascemos e vivemos com um time do coração.

Em caso contrário seríamos outra coisa na vida.

Cassado das escalas, advertido, humilhado, suspenso e virou um “alguém qualquer a ser reciclado”.

Uma sacanagem!

Por que não fizeram isso também com Armando Marques em 64, em 71 e em 73, com José Roberto Wright em 81 e em 85, com José de Assis de Aragão em 80, em 84 e em 86 e com Márcio Rezende de Freitas em 95, em 99 e em 2005?

E o pênalti não marcado para o Grêmio em 82 contra o Flamengo na decisão do Brasileiro no Olímpico?

Hein, Oscar Scolfaro?

Todo mundo absolvido, anistiado, perdoado.

Só receberam críticas ao vento pela “crônica especializada”.

Sacanagem, sim, com o Thiago Duarte Peixoto!

Foi julgado na velocidade da luz, humilhado, “preso” e “condenado à morte”.

Nem o hacker da Marcela Temer teve um julgamento assim à la Usain Bolt.

Evandro Rogério Roman também "dava a cara para bater" no "Terceiro Tempo"

Fotos: Portal TT

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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