Não assisti ao “Bem, Amigos” da semana retrasada, na noite de 21 de agosto.

Vejo sempre às segundas à noite pelo menos uma parte.

É que, sempre ao microfone, estava executando mais um evento coorporativo em hotel fora de São Paulo.

Programa top, o “Bem, Amigos”: ótimo e bem ao estilo “SuperTécnico” da Band (1999 a 2001) e “Terceiro Tempo” da Record TV (2001 a 2008).

Esses dois foram épicos e emblemáticos em tudo, desde os cenários.

Mas, feliz, li em “Veja” domingo passado que o técnico Jorginho, auxiliar de Dunga na África do Sul e nas Eliminatórias, fez uma confissão ao apresentador Luís Roberto, que estava substituindo Galvão Bueno, o principal jornalista esportivo do Brasil.

Disparado, queiram ou não.

Dia desses, em outro evento, mas em Alphaville, jantamos juntos e disse isso pessoalmente a ele em meio a “trocentos” empresários da região quando da festa de aniversário da “Revista Viva”.

E Jorginho declarou ao “Bem, Amigos” que “vendo por hoje, foi sim um erro não termos levado Neymar para a Copa de 2010”, falou, arrependido.

Só que não tem nada de “por hoje” nisso, e sim “para sempre” e “por ontem”.

Ora, Jorginho, e não foi por falta de aviso, certo?

Naquele 11 de maio de 2010, no Hotel Windsor, da Barra da Tijuca, no Rio, quando vocês anunciaram os 23 convocados, eu disse, perguntando e afirmando pela Band e em todos os canais, ao vivo, que “os meninos do Santos, Neymar e Ganso, jogavam mais do que 40% dos seus convocados”, uma seleção sem banco e sem Adriano, outro injustiçado.

Dunga, sempre vendo jornalista brasileiro como se fôssemos os jogadores da Holanda que o (nos) eliminaram da Copa, retrucou que eu era bom, mas de propaganda.

E sou mesmo, mas bom, não, ótimo!

Aliás, em tudo!

E nós dois, Dunga e eu, éramos “Brahmeiros” à época, e tentei a réplica, mas já tinham arrancado o microfone de minhas mãos.

E mais tarde houve até quem, por milenar inveja crônica até a medula, tenha elogiado Dunga pela má educação para comigo, agredindo e fugindo Dunga do tema convocação.

Mas Cícero Mello, da ESPN, melhor perguntador da TV esportiva, e quase todos os “1000” repórteres presentes lá no hotel me aplaudiram com os olhos.

Emocionante!

Minha pergunta, feliz, corajosa, oportuna e profética, foi a melhor que fiz em quase 50 anos de carreira, sempre empinada.

Tivesse humildade em ouvir meu conselho – eu já falava isso à exaustão um ano antes da convocação em meus “200” espaços -, talvez o Brasil fosse hoje e para sempre o campeão mundial de 2010 na África do Sul.

Afinal, se Dunga via tanto meus merchans invejados, públicos, bem feitos e alavancadores de empregos para mim e para com quem trabalho e trabalhei, ele portanto me via e ouvia também que Neymar (então desconhecido, surpresa na Copa e não seria marcado a ferro e a fogo), Ganso (estava jogando mais que Neymar) e Adriano, espetacular, não poderiam ficar de fora.

E a história também pune, viu, Muricy?

Não é só a bola, não.

Ao invés de Neymar, Ganso e Adriano, então voando, ele, Dunga, levou Josué (...!), Grafite (...!) e Kléberson (...!).

Mal treinaram!

Quando a Holanda fez o segundo gol no Júlio César, destruído, Dunga ficou de pé, olhou para trás e viu... Josué, Kléberson, Grafite...

Xiii... F...

Convocou mal, terminou mal.

Terminamos mal, perdemos mais uma Copa “ganhável” como as de 50, 66, 82, 86, 90 e 2014, não fosse o Felipão 7 a 1.

Uma pena, Dunga não deixou o único jornalista esportivo do Brasil, do degrau de cima, que nunca precisou sair do estúdio para ver o jogo dentro do campo, a alterar de novo a história de nossa seleção para muito melhor.

Coloquei Felipão, voluntária ou involuntariamente, na seleção brasileira em 2001 e “meu trio” Neymar, Ganso e Adriano teria ganho a Copa de 2010.

“Eu garanto”!

Ah, Jorginho, que pena, mas na próxima diga também quem seria o covarde, segundo você, se não perguntasse algo para o Dunga naquela última entrevista em Joanesburgo antes da estreia contra a Coréia do Norte.

Não perguntou.

Depois da reconhecida pisada de bola da ausência de Neymar-2010, você ficou devendo mais essa, viu, Jorginho?

Foto: Divulgação/CBF

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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